Uma banda que eu admiro muito desde que os conheci. Personalidade, estilo e firmeza não faltam no som que fazem. Kid Natasha é um dos pilares da música da nossa cena com toda a certeza. Com uma nova formação desde o ano passado: Fernando “Joey” Mira (vocal), Claudio Augusto Francisco (bateria), Cleber Alexandre Francisco (Guitarra), Juliano Bianchi (Guitarra) e Marcelo Miranda (Baixo), continuam a batalhar pelo legado de um dos ícones do rock São chicano. Viga longa a Kid Natasha! Por Paulo Reis.
[Grito Coletivo] Ano de formação da banda?
[Kid Natasha] R: 2004
[Grito Coletivo] A Kid Natasha sempre foi conhecida
no cenário por ser a única banda da segunda geração, depois da primeira geração
nos anos 80, que fazem o Punk Rock em São Chico. Como é representar e carregar
esta bandeira?
[Kid Natasha] R: Não pensamos
nisso como um peso, mas sim como um exemplo para que outras bandas possam se
identificar e não se deixar levar por rótulos e estilos passageiros. Só se faz
algo bem feito quando se acredita no que faz.
[Grito Coletivo] A banda passou por algumas mudanças
de integrantes durantes os últimos anos. Estas mudanças mudaram o estilo de som
da banda ou ainda fazem o Punk Rock?
[Kid Natasha] R: Sem duvidas,
cada integrante que entra traz seu próprio estilo, o que agrega na sonoridade
da banda, talvez um pouco mais pesada nos dias de hoje, mas a essência continua
a mesma, sem rótulos. Criou-se essa imagem de Kid Natasha como banda punk por
tocarmos bastante Ramones desde o início, mas nosso repertório é bem
abrangente, gostamos de dizer que tocamos rock n’ roll.
[Grito Coletivo] O Fernando Velho, baixista e
vocalista, era uma das figuras mais conhecidas da banda. A saída dele mudou
muito o som de vocês?
[Kid Natasha] R: Apesar de não
ser um dos membros fundadores da banda, o Fernando Velho tem um estilo único,
tanto em personalidade quanto em musicalidade. Ele sempre ajudou bastante nas
composições. Porém, os compositores mais ativos sempre foram o Joey, o Rodrigo
e o Claudio, eu diria que mudou sim, mas de uma maneira positiva. O Marcelo é um excelente músico, agregou sua
experiência e musicalidade sem mudar a característica da banda.
[Grito Coletivo] Hoje em dia existe bastante espaço
para bandas de Punk?
[Kid Natasha] R: Nosso repertório
é bem diversificado, temos desde punk, rock n’ roll até umas pitadas de metal
no repertório, acredito que a cena não é muito favorável pra nenhuma banda de
rock, mas parece que, com a união de algumas bandas da cidade, e o pessoal que
sempre batalhou pela cena local, isso tende a melhorar.
[Grito Coletivo] E para tocar autoral em São Chico,
existe espaço?
[Kid Natasha] R: Nosso som
autoral sempre teve uma boa aceitação em São Chico, porém nunca teve espaço por
parte dos contratantes. Desde o início, tocamos por teimosia. Volto a reforçar
que, com a união dessa galera que quer ver a cena local crescer, possamos levar
o som autoral das bandas daqui, pra outras cidades e quem sabe pra outros
estados.
[Grito Coletivo] Você sempre esteve muito conectado
e ativo nos principais movimentos musicais da cidade, continua engajado e qual
a importância deste envolvimento do músico com a gestão?
[Kid Natasha] R: Sim, prezamos
muito por esses movimentos, talvez não tanto quanto queríamos, por falta de
tempo, não por falta de vontade. Sabemos que se não por nós músicos, ninguém
mais estaria tentando algo pela nossa cultura.
[Grito Coletivo] Atualmente você e mais duas bandas
estão formando um grupo/comitê para unir e articular com as bandas da cidade.
Como funciona?
[Kid Natasha] R: Melhor o Marcelo
responder, ele que está mais atualizado com esse movimento.
[Grito Coletivo] Analisando desde o inicio da
carreira de vocês as coisas ficaram mais fáceis desde lá?
[Kid Natasha] R: Nunca fica
fácil. Talvez com a maturidade que a idade nos traz, nós aprendemos a lidar
melhor com as dificuldades, mas fácil nunca fica. Talvez seja isso que nos
mantenha sempre motivados a continuar.
[Grito Coletivo] E o processo criativo de vocês
mudou muito?
[Kid Natasha] R: Desde o início o
processo é quase sempre o mesmo, cada um traz alguns riffs para o ensaio.
Geralmente o Joey sempre tem alguma letra pronta, vamos juntando, moldando e
modificando até achar o som que se encaixe no que procuramos no momento.
[Grito Coletivo] Na visão de vocês, qual o maior
problema na cena musical daqui?
[Kid Natasha] R: A falta de união
e uma certa “rivalidade” entre alguns músicos. Não são todos, mas infelizmente
tem.
[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência
da música São Chicana?
[Kid Natasha] R: Acredito que a
maior eficiência seja a criatividade. Todas as bandas locais, independente do
estilo, estão lançando ótimos materiais, tanto em áudio como em vídeo. Temos
também a parceria do Kelwin do 2K estúdio que supriu essa lacuna que faltava na
cidade. A deficiência é a falta de apoio e incentivo cultural. Se não fosse
pela união e esforço das próprias bandas, nada do que está sendo feito seria
possível.
[Grito Coletivo] Estão em estúdio atualmente?
[Kid Natasha] R: Atualmente
estamos compondo novas músicas e ensaiando bastante pra ampliar o repertório.
[Kid Natasha] R: Não queremos
mudar nada da essência da banda. O que podemos prometer é o mesmo empenho e
entusiasmo de sempre e novas musicas autorais pra galera curtir.
[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Kid Natasha] R: Além de novas
composições e reformulação no repertório, estamos estudando algumas
possibilidades para começar alguns projetos audiovisuais. Por enquanto não
temos nada muito sólido ainda, mas certamente assim que tivermos todos os
detalhes, iremos divulgar pra galera.
Ps: Gostaríamos de agradecer o Paulo Reis e o
Grito Coletivo pela oportunidade e o espaço, para que as pessoas simpatizantes
do rock, possam conhecer um pouco mais das bandas e artistas de São Chico.
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