quinta-feira, 3 de março de 2016

Daniela Nunes: multicultural

Daniela Nunes é uma daquelas guerreiras que vão fundo nos seus sonhos. Muito comprometida com a cultura do município, foi com esta filosofia que ela realizou nos últimos anos os projetos mais importantes da cultura São Chicana. Dona do Dunas Arte Bar, único e fundamental palco para bandas autorais da cidade e organizadora do Festival Não vai ter Coca, o maior da cidade, ela vem dando novos rumos a cena. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Qual a história do Festival Não vai ter coca? 
[Daniela Nunes] R. O Festival Não Vai Ter Coca começou com a vontade de 3 amigos de se unirem para criar um festival de música, arte, oficinas e intervenções artísticas durante o Feriadão de corpus christi no ano de 2014. Essa vontade de criar esse festival ficou muito grande porque naquela época somente se falava sobre copa do mundo. Então o Emilio Monteiro, o Marlon Miranda e o Marcel Abe se reuniram e com 3 cabeças pensantes em um momento de alegria juntaram várias situações que estavam acontecendo. Na época a empresa coca-cola esteve nas mídias por um escândalo de terem encontrado um RATO em uma garrafa pet , ai ligando a situação de que eles queriam criar um ambiente que fosse fugir as loucuras da copa do mundo. Os meninos optaram em não vender coca-cola no evento porque a coca cola também era patrocinadora da copa do mundo, e resolveram colocar o nome do FESTIVAL de NÃO VAI TER COCA e usar um ratinho como símbolo da arte de divulgação. A primeira edição aconteceu no ano de 2014 em Brusque-SC, bem na época das comemorações da copa do mundo. A segunda edição, que foi no ano passado foi resolvido entre o Marlon Miranda e o Marcel Abe que o FESTIVAL seria sediado pela cidade de São Francisco do Sul e o evento aconteceu lindamente em são chico. Tivemos cerca de 850 pessoas durante os 4 dias de festival, 22 bandas e 19 oficinas. Tudo isso em um sitio lindo em meio a natureza e a 2 quilômetros da praia de Ubatuba e Itaguaçu. Após o termino da segunda edição do festival foi feito uma reformulação da organização do FESTIVAL. Atualmente são 4 organizadores: Daniela Nunes, Marcel Abe, Joao Paulo Carvalho e Dorli Ullrich Abe.

Daniela Nunes (direita) com Jack Doung (centro)
[Grito Coletivo] Este será o primeiro ano que você assumirá totalmente a organização do festival, como se sente?
[Daniela Nunes] Bom, começamos explicando a minha entrada para a organização do FESTIVAL NÃO VAI TER COCA, no ano passado, ano de 2015. O Marlon Miranda veio a mim pedir uma ajuda em algumas coisas que ele estava precisando e no decorrer dos dias fui mostrando a minha ajuda e vontade de poder estar junto dessa organização. No termino do evento e com muitos pontos positivos que o evento alcançou no ano de 2015, eu fui convidada a fazer parte do corpo de organização do FESTIVAL. Me sinto desafiada e também muito feliz por trazer um evento desse nível de performances artísticas, apresentações de grupos folclóricos, apresentações de banda de renome em festivais de grande porte e também poder oferecer para São Francisco do Sul um evento desse nível CULTURAL. Estamos abrindo espaço para bandas de música autoral e consecutivamente incentivamos essa galera a não parar com os seus sonhos de levar a boa música e a disseminação da arte para os quatros cantos do mundo.

[Grito Coletivo] A gente vem interagindo com os artistas e público e é quase unanime a sensação de que o NVTC é o maior festival que a cidade já teve, você concorda?
[Daniela Nunes] R. Acredito que sim, por se tratar de um evento inteiramente independente sem nenhum tipo de patrocinador e com a variação de arte cultural.

[Grito Coletivo] O que torna o festival tão especial?
[Daniela Nunes] R. O Festival se torna muito especial ao meu ver, por sua atmosfera mágica. Porque durante os 4 dias de evento proporcionamos uns aos outros uma atmosfera psicodélica cheia muito amor. Em cada toque, cada click das câmeras super poderosas que vão chegando com seus fotógrafos muito fodas que ajudam muito com a sua arte porque é através da suas visões e experiências que as outras pessoas vão sentir a se emocionar com um evento feito inteiramente por pessoas que querem movimentar a cena da arte no nosso país. Se torna mais especial ainda por querer divulgar a arte de pessoas que estão nos bastidores da vida, dando a oportunidade de artistas nunca vistos por um grande público se apresentarem e mostrarem o quanto é valioso seu dom artístico. Mais especial ainda porque o FESTIVAL NÃO VAI TER COCA é um pequeno festival, mas de contra partida estamos super empenhados em divulgar a arte de todas as formas  e  também nos preocupamos com a questão de consciência ambiental. O Festival acontece em um lindo sitio em São Francisco do Sul, sitio esse do seu Gilberto e da dona Ledir, um sitio com um SAMBAQUI de mais de 5mil anos, um lugar incrível em meio a natureza, com animais, lagos, mato, amor, carinho e muita dedicação.  Todo lixo que será produzido durante o festival será devidamente selecionado e separado através de lixeiras identificadas para que o nosso lixo vá para uma empresa de reciclagem e possa render uma graninha pra alguém além de nós. Todo lixo orgânico produzido durante o evento será selecionado e criaremos uma composteira para poder ensinar as pessoas que tem esse interesse de conhecer como funciona pra produzir uma composteira no quintal da sua casa. Assim vamos deixar um adubo prontinho para os donos do sitio colocarem lá na horta. Por isso te digo que este FESTIVAL é muito especial.

Dani recepcionando público no NVTC 2015
[Grito Coletivo] Porque o festival é tão importante para a cena local?
[Daniela Nunes] R. Trazendo a missão de divulgar a arte e cultural regional num âmbito geral. Acreditamos que nossa ideia de criar um evento onde estamos abrindo um espaço nunca aberto aqui pela nossa cidade. Pois nossa meta é criar um evento onde durante 4 dias o público possa absorver o máximo de arte e cultura. Acredito que aqui por nossa região há muito poucos eventos neste nível, sendo que não temos apoio governamental e nem mesmo de empresas ou particulares. Dessa forma o evento se torna muito especial em se firmar pelo segundo ano em SÃO FRANCISCO DO SUL. Vamos ter contadores de história, malabares, músicos solo, bandas autorais, apresentações de grupos de danças folclóricos, bandas renomadas em festivais nacionais, oficinas de arte, oficinas de artesanato, palestras, teatros, artes em fotografia, pintores, dançarinos, palhaços, artesões e por ai vai. Uma infinidade de artistas todos juntos em meio a natureza durante 4 dias e tudo acontecendo durante 24 horas.  Se torna muito especial para nossa região, abrindo um pouco mais o leque de oportunidades para os artistas locais e regionais para se apresentarem para pessoas do Brasil inteiro.  Assim com o passar do tempo mais e mais eventos desse nível vão surgindo e automaticamente a cena local vai se enriquecendo.

[Grito Coletivo] Como vê a participação das bandas locais no evento?
[Daniela Nunes] R. Acabamos de abrir as inscrições para as bandas que querem mostrar seu trabalho vai do dia 19 de Fevereiro até o dia 13 de Março de 2016. Acredito que teremos muitas bandas da nossa região escritas, queremos sim dar a oportunidade do nosso povo mostrar o seu talento.  Um exemplo lindo a ser lembrado do ano passado foi da banda PÉ DE BRUXA, eles são ótimos e não estavam com um projeto autoral completo ai vieram se apresentar no edição do ano passado do festival, pós festival a banda se sentiu estimulada ainda mais com o apoio do público durante a apresentação deles no festival e esse ano acredito que eles voltam ao festival com uma linda apresentação totalmente autoral. Então como essa banda acredito que muito outras também se sentiram estimuladas a ensaiar a se dedicar em prol de um evento tão magico e que também vai trazer muitas experiências musicais e também existe amplas possibilidades de se surgir outras bandas com essa troca de experiências.

[Grito Coletivo] Além da organização do festival você é responsável pela gerencia do Dunas Arte Bar, responsável por  grande parte da movimentação da cena musical local, como é estar gerenciando as duas mais importantes frentes gestoras da cena São Chicana?
[Daniela Nunes] R. Sobre o DUNAS arte bar, montamos um bar todo estilo alternativo para poder usar como casa de show e também ajudar a abrir a cena musical com as bandas locais, mas devida a esta crise que o nosso país está enfrentando tivemos que fechar as portas e aguardar mais algum tempo para que esse sonho se torne realidade.

Dunas Arte Bar em noite de casa cheia.
[Grito Coletivo] Quais as bandas já confirmadas para a 3ª edição?
[Daniela Nunes] R. Para a edição a banda CONFRARIA DA COSTA, rock pirata, banda que traz consigo um baita apresentação com trajes diferenciados e um show muito dinâmico e divertido. A outra banda é a PIGS & DIAMONDS  banda essa que faz tributo a PINK FLOYD trazendo consigo o melhor do PINK FLOYD. Outra banda é SOPRO CÓSMICO. E olha que noticia linda, essa banda acabou de tocar no maior festival alternativo do Brasil o PSICODALIA e agora fazem parte do corpo de bandas. Outra também confirmada é a APICULTORES CLANDESTINOS. Esses caras são simplesmente demais e aquele mel de garrafinha que eles trazem é uma delícia e eles também se apresentam no PSICODALIA 2016. Teremos a linda apresentação do FILIPE BURGONOVO com seu violão magico que nos permite ouvir todos só seus sentimentos expresso em melodias. Confirmada também a banda HARVAU, banda de 3 amigos formada em SÃO CHICO. Trazem consigo a levada do rock n roll.  Até o momento são as bandas confirmadas.

[Grito Coletivo] Antes do Festival e do Dunas você já vinha fazendo parte da cena gestora de cultura da cidade provento outros encontros artísticos e articulando o intercambio de artistas. Depois destas experiências é possível identificar o principal problema e um caminho para uma maior eficiência da música São Chicana?
[Daniela Nunes] R. Bom melhorar nossa linda cidade deve melhorar em todas as áreas, SÃO FRANCISCO DO SUL tem 512 anos de história e não tem se quer uma LEI DE INCENTIVO A CULTURA. Precisamos ser vistos!  Essa cidade tem um potencial enorme, cidade história com um povo super acolhedor e trabalhador. Uma cidade com um dos portos com mais movimento de carga do estado. Em nossa cidade temos várias bandas de música autoral e covers, grupos de danças, grupos folclóricos, grupos de teatro, compositores e muitos mais. Existe um verba destinada a aplicação na disseminação da cultura no país e nós não conseguimos nada por não ter essa lei em nosso Município. Me pergunto porque será? Sou esposa de um compositor EDSON BERNSTORFF, musico e compositor, entrei neste mundo de arte, música e cultura a 8 anos e gostaria muito de ver uma cena cultural mais desenvolvida na nossa cidade.  Um artista apoiando o outro, acredito que com o movimento que o festival vai trazer pra cidade algumas parcerias surgiram.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Daniela Nunes] R. Nem sei direito rsrsrs. Na verdade minhas metas esse ano são conquistar o máximo de paz possível, viver um dia de cada vez, respeitando o meu próximo fazendo o que puder para disseminar arte e cultura aqui em nossa região. Me envolver o máximo com arte. Trabalhar bastante, curtir alguns festivais durante essa ano, buscar mais informações importantes para conseguir ter um evento muito lindo e magico como o festival não vai ter coca. Criar e organizar um festival juntamente de amigos queridos um evento voltado para o público lgbt evento esse que será em SÃO PAULO. E o futuro só que sabe é Jah  J

Abaixo você pode conferir um documentário feito logo após a edição de 2015. 


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Dani Nunes
47 9947-6010

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