quarta-feira, 30 de março de 2016

Marco Wohlke e Narcóticos MC’S: traficando ideias.

Traficando ideias! Só por este título os caras já merecem respeito, mas depois de ler a entrevista você vai entender bem por que a gente já falou que a cena rap de São Chico é muito foda! Os caras fazem parecer fácil produzir músicas e clipes e conseguem manter o rap São Chicano em constante ebulição. Evoluindo as idéias e soltando o verbo é com eles que a gente vai conversar hoje. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Como e quando entrou para o rap?
[Marco e Narcóticos] Entrei no rap em 2009, onde na cidade não havia muitos rappers e nenhum estúdio ou produtor musical do gênero.  Então comecei a escrever, produzir, gravar e mixar minhas próprias músicas. Poderia ter escolhido outro estilo musical, mas pela força de expressão e pelo quanto à poesia me agradava eu escolhi o rap. O rap sempre foi a minha cara.

[Grito Coletivo] Vi que você está lançando um cd solo, fale um pouco deste disco?
[Marco e Narcóticos] O disco vem numa pegada bem quente e nenhuma das faixas são sequer parecidas. Tentei colocar nas músicas todo o sentimento e visão que procurava para começar a escrever com clareza, para que o ouvinte entenda a mensagem exatamente como quero passar. O tema escolhido foi "Visões", no qual a última faixa retrata nitidamente isso. Todas as músicas são relacionadas ao que eu vejo ou ao que eu vi em algum momento. Seja um momento sóbrio, um lapso de surto, um delírio, nada além do que eu já tenha visto em algum momento da minha vida.

[Grito Coletivo] Onde e quem produziu?
[Marco e Narcóticos] Os instrumentais do disco foi todo produzido por mim, exceto a faixa 02 que é produção do "Magrelo" (beatmaker de São chico) e foi gravada no estúdio 2k. O restante das faixas foram gravadas, mixadas e masterizadas pelo meu irmão ApbeatzZ  (também beatmaker de são chico)

[Grito Coletivo] É seu primeiro material prensado?
[Marco e Narcóticos] Esse não é meu primeiro disco, mas é o meu primeiro trabalho prensado.

[Grito Coletivo] Quais os planos após depois que receber os discos?
[Marco e Narcóticos] Transmitir o que o disco irá trazer porque não é apenas um disco, mas sim o suor, amor, respeito, dignidade, verdade, vida, paz e justiça pelo qual tanto lutamos.

[Grito Coletivo] Além deste trabalho solo você também faz parte do Narcóticos MC’s. Quem são os integrantes?
[Marco e Narcóticos] Sim, além deste trabalho solo tenho a Narcóticos Mc's. Somos dois mc's, eu e o Alcides (Piassava) que também tem planos futuros de fazer um disco solo.

[Grito Coletivo] Quando o grupo teve inicio?
[Marco e Narcóticos] O grupo teve inicio em meados de 2010.

[Grito Coletivo] Quantos discos/EP’s a Narcóticos já lançou?
[Marco e Narcóticos] A Narcóticos tem um cd pronto, que ainda não foi pra prensa, chamado "Traficando Ideias" com 12 faixas. Já estamos trabalhando em um segundo disco chamado "Sujeira" onde lançamos dois sons: "Narcotiando" e "Liga nas Ideias".

[Grito Coletivo] Na última década houve uma grande transformação da cena musical depois da abertura do 2K Estúdio, ela também afetou a cena Rap, como?
[Marco e Narcóticos] Sim. Lembro que fui um dos primeiros rappers a gravar na 2k Studio e foi de uma forte influência na cena porque nos proporcionou mais facilidade e mais qualidade na hora de gravar e mixar nossos sons. Meu primeiro disco "Essa é a Hora", foi gravado lá e ficou um trabalho surpreendente.

[Grito Coletivo] Na sua visão, o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Marco e Narcóticos] Onde a terra não é boa dizem que a planta não cresce. Precisamos arar e adubar a nossa terra. Temos ótimos músicos, um ótimo estúdio, ótimas ideias, mas também somos humanos e temos muitos sentimentos no qual se não revermos e mudarmos, ficaremos assim pra sempre. 80% de todos os artistas sejam eles escritores, músicos, grafiteiros, instrumentistas ou produtores são independentes mesmo com tanto talento. outro fato que infelismente vem acontecendo na nossa ilha é a falta de união entre os nossos e entre o nosso próximo, muitas vezes a falta de respeito com quem trabalha duro, com quem está na cena e da o sangue pelo que faz. Parece que por aqui quem faz muito recebe pouco, isso tem que mudar, abram seus olhos e vejam que se não for nós por nós ninguem vai fazer no nosso lugar, não adianta só falar, temos que agir, corrigir o que estamos fazendo de errado, e entender os pensamentos, ninguém é igual, e nem deve ser assim, ta sobrando lugar, mais ta faltando espaço, enfim. Se não formos fortes e pensar sempre grande a nossa cena continuará a mesma. Somos francisquenses, a cena de São Chico só depende de nóis!

[Grito Coletivo] Qual a maior dificuldade que vocês encontram pra realizar o trabalho de vocês hoje?
[Marco e Narcóticos] Sinceramente? A polícia, a burocracia, o dinheiro, a inveja, o rancor, a tiazinha que odeia som alto, a cabeça fechada da sociedade em geral, que ainda pensa que  roupas, tatuagens, até pelo nosso cabelo pode optar no nosso caracter,  os engravatados que só sabem apontar o dedo sem sequer escutar o que temos a dizer, Se fosse só por nós a cena já estava muito mais movimentada, mas tudo tem um porque, um pra que, um empecilho pra nos fazer desanimar, pra tirar a paciência, mas ninguém falou que seria fácil. A nossa voz vai chegar e a nossa revolução não ira passar na tv.

[Grito Coletivo] Como tem sido a aceitação do som de vocês dentro e fora de São Chico?
[Marco e Narcóticos] Tem sido muito boa. Muito mais divulgada pelas ruas nas quebradas que pela internet, posso realmente afirmar que não somos rappers de intenert, somos poetas das ruas e é lá que precisamos tocar, sempre tem um mano que precisa de um palavra a mais, e  quem escuta mesmo o nosso som e depois vem falar conosco geralmente fala muito bem, mas também tem a opinião de quem não para pra nos escutar e distorce a mensagem que passamos em nossas letras! Essas pessoas não estão gostando do fato de pouco a pouco estarmos progredindo hahah.

[Grito Coletivo] Alguma previsão para o lançamento do disco?
[Marco e Narcóticos] Final de março estará nas ruas de São Chico.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Marco e Narcóticos] Passar a mensagem que venho pregando há anos porque o foco é progresso pros meus no rap nacional.



sábado, 26 de março de 2016

Velho Teddy: o conto e o rock.

Figura conhecida e amada da galera rock da cidade, Fernando Constantino, mais conhecido como Velho, já surpreendia pelo personalidade e presença marcantes nas bandas que passou.  Eis que ele tira da cartola, ou melhor, do baú de tesouros, talvez o projeto mais criativo da ilha no momento: como Velho Teddy ele conta histórias infantis musicadas com influência do melhor do rock'n'roll. Mais uma faceta da nossa São Chico do Rock. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Quando começou o Velho Teddy?
[Velho Teddy] Por volta de fevereiro de 2015.

[Grito Coletivo] Como define o estilo quem vem fazendo?
[Velho Teddy] Diria que é pouco de tudo. Tento não me prender a um só estilo.

[Grito Coletivo] Como nasceu a ideia do Velho Teddy?
[Velho Teddy] Estava trabalhando como professor e comecei a adaptar algumas aulas usando música. Daí em diante a ideia de musicar contos infantis surgiu e o projeto foi acontecendo.

[Grito Coletivo] Você foi por muitos anos baixista e vocalista da Kid Natasha, como é agora tocar sozinho?
[Velho Teddy] No começo foi complicado, pois é uma outra estrutura de trabalho. Mas com o tempo fui me adaptando, e posso dizer que tem sido uma experiência bem produtiva pois evolui mais, expandi meus horizontes buscando vários elementos em sons diferentes.

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para este projeto?
[Velho Teddy] Com certeza Os Mutantes, pelo fundo psicodélico das histórias, e também o Hélio Ziskind, mestre na arte de som infantil.

[Grito Coletivo] Conte um pouco sobre as gravações que estão acontecendo lá no 2K Estúdio?
[Velho Teddy] Está saindo aos poucos, até porque foi difícil encontrar músicos interessados em gravar. Mas felizmente a primeira história já saiu e estamos agendando datas para iniciar a gravação da segunda história.

[Grito Coletivo] Quem são os músicos que estão te acompanhando neste projeto?
[Velho Teddy] Cara, dei sorte! Estou tocando com um cara muito criativo chamado Rodrigo Passos. Ele é guitarrista, mas nesse projeto está no baixo. E na bateria está esse cara incrível que é o Kelwin Grochowicz. É um power trio! Sempre quis! Inclusive, você está convidado para uma participação nas Teclas da próxima história.

[Grito Coletivo] Quantas faixas pretende gravar?
[Velho Teddy] Seis faixas com as versões dos contos infantis,  além de algumas outras de sons que marcaram minha infância.

[Grito Coletivo] Quais os planos pra depois de concluída as gravações?
[Velho Teddy] Buscar um grupo que tenha interesse em encenar um teatro de fundo das histórias, além de buscar o acompanhamento de uma orquestra.

[Grito Coletivo] Que tipo de lugares estão abertos para este tipo de projeto?
[Velho Teddy] Por ser um som nostálgico, há bastante variedade: desde escolas a feiras culturais, teatros e festivais de música. Afinal, quem não curte cantar e dançar as músicas que marcaram sua infância?

[Grito Coletivo] A sua banda anterior, Kid Natasha, sempre esteve engajada nos principais movimentos musicais da cidade. Você pretende continuar participando destes movimentos?
[Velho Teddy] Sim, acredito que independentemente do estilo musical a cena precisa se fortalecer.

[Grito Coletivo] Qual a importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Velho Teddy] É preciso estar totalmente focado, já que muitas ideias podem ajudar, como também atrapalhar.

[Grito Coletivo] Você enxerga um bom espaço e oportunidades para vocês na cena atual?
[Velho Teddy] Com certeza, pois é um tipo de som que tem poucas restrições quanto ao ambiente e público.

[Grito Coletivo] Na sua visão, o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Velho Teddy] A falta de união entre os parceiros. Só reclamar a pouca falta de espaço é fácil, mas não resolve o problema.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Velho Teddy] Olha, a eficiência é a variedade de estilos musicais. A deficiência é o pouco reconhecimento e consequente falta de investimento no trabalho dos músicos. É claro que já vimos vários festivais acontecerem, mas isso ocorreu devido a dedicação de todo um grupo, algo que poderia acontecer sempre.

[Grito Coletivo] Recentemente você lançou umas das músicas deste projeto em vídeo, como tem sido o feedback?
[Velho Teddy] O mais positivo possível! Tem alcançado muitas pessoas, apesar de ter sido lançado a pouco tempo.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Velho Teddy] Estou focado em desenvolver o projeto. Pretendo fazer uma tour gratuita pelas escolas de São Chico para divulgar meu trabalho. Também vou me inscrever para o festival de música “Não Vai Ter Coca”, que acontece aqui na cidade em maio. Além disso, recebi um convite para ingressar na ABCH (Academia Brasileira de Contadores de História).



Contato: 
Fernando Constantino - 
(47) 97925506 / (47)97925509

terça-feira, 22 de março de 2016

Clã do Subúrbio: tóxico ao sistema.

Quem está bem inteirado na cena musical São Chicana e sabe como é difícil progredir com os projetos artísticos por aqui, sabe também que o pessoal do rap  vem fazendo um trabalho foda, de muita responsa. Estúdio, parcerias, selo, produtora, os caras estão a  mil por hora e representam como ninguém o atual momento da música daqui. Se conecte à eles e ficará espantado com o fluxo de produção e lançamento dos caras. Hoje vamos conhecer uma parte importante da cena Rap de São Chico. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Que ano o Clã do Subúrbio iniciou seus trabalhos?
[Clã do Subúrbio] R: No início de 2012

[Grito Coletivo] Quem são os integrantes?
[Clã do Subúrbio] R: Dezão, Malévigo, Orbital , Mcm E Dj Stat

[Grito Coletivo] Quantos discos já lançaram? (nome do disco/single e ano de lançamento)
[Clã do Subúrbio] R: Até então lançamos 1 CD físico até o momento, composto de 16 faixas. Lançado no Zurus Bar DIA 28 DE DEZEMBRO DE 2014. E Singles temos vários.. Como Clã Ta Na Casa, Abre As Trancas,  Firme na Luta entre outros.

[Grito Coletivo] Desde quando vocês atuam na cena autoral São Chicana?
[Clã do Subúrbio] R: O grupo em si desde 2012, e individualmente mano DÉZÃO por exemplo vem desde 2002 atuando no RAP na ilha e representando ela em várias outras cidades.

[Grito Coletivo] Em 1999 realizamos o primeiro palco alternativo na Festilha, e lá sob muita pressão e com um olhar negativo da maioria, colocamos pela primeira vez artistas representantes do Rap num palco da cidade. Isso mudou, como é a cena Rap em São Chico hoje?
[Clã do Subúrbio] R: O RAP ainda continua sendo visto com mais olhos por muitas pessoas, pelo fato de abordar assuntos que a sociedade não quer enxergar. E sim achamos ouve uma evolução muito grande do rap francisquense. Hoje tudo é mais acessível, nós mesmo nos organizamos nossos próprios eventos e materiais de divulgação. Porém ainda continuamos sem espaço na festinha!!

[Grito Coletivo] Em São Chico muitos artistas ainda veem importância e lutam por espaços nos palcos de eventos do calendário da cidade (ex: Festilha), e pro pessoal do Clã, é importante também?
[Clã do Subúrbio] R: Com toda certeza, RAP também é uma cultura e bem organizada, lutamos pelo nosso espaço. Acreditamos que quanto mais pessoas escutando a mensagem, mas pessoas podem se identificar e se conscientizar.

[Grito Coletivo] Na última década houve uma grande transformação da cena musical depois da abertura do 2K Estúdio, ela também afetou a cena Rap, como?
[Clã do Subúrbio] R: Sim, depois de conhecemos o 2k estúdio foi uma ferramenta que nos estimulou a sermos mais profissionais, músicas gravadas com qualidade e suporte. Tem sido de muito proveito para o RAP FRANCISQUENSE

[Grito Coletivo] Qual a maior dificuldade que vocês encontram pra realizar o trabalho de vocês hoje?
[Clã do Subúrbio] R: O espaço hoje ainda é muito pequeno, cidade pequena, pouco público, porém hoje a internet tem ajudado muito nessa parte, existe pessoas de todo Brasil que acompanham nosso trabalho.

[Grito Coletivo] Vocês fazem parte do Calabouço Records?
[Clã do Subúrbio] R: Sim, somos os fundadores desta Gravadora que hoje é uma família composta de 3 grupos de RAP, o Clã Do Subúrbio, In Condicional e Familia CMD e outros artistas solos

[Grito Coletivo] Caso façam, como o Calabouço Records afeta a cena Rap da cidade?
[Clã do Subúrbio] R: O nosso diferencial é que acreditamos em todos novos artistas da cena do hip-hop, dando suporte, tanto em parte instrumentais, como na parte de gravação e ensaios.

[Grito Coletivo] Como tem sido a aceitação do som de vocês dentro e fora de São Chico?
[Clã do Subúrbio] R: Graças a Deus tem muita gente que vem se identificando com as mensagens, tanto dentro da cidade como fora. E surpreendentemente fora ainda temos mais aceitação do que na nosso própria cidade. 

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Clã do Subúrbio] R: Fortalecer a Cena!!!! Estamos com projetos de 2 vídeos clipes para segundo semestreE um novo Álbum intitulado Toxico Ao Sistema e também um projeto paralelo sem fim chamado Injetando Artigos no tempo !!!!


Canal Oficial Clã Do Subúrbio https://goo.gl/hi2hR2

sexta-feira, 18 de março de 2016

Edson Bernstorff: compondo

Figura carismática e querida por todos os músicos da cidade, Edson Bernstorff é um letrista e compositor de mão cheia. Não bastasse é um dos grandes produtores e articuladores da atual cena São Chicana, viabilizando grande parte dos shows que aconteceram na cidade no último ano. Um dos artistas, que não só eu, mas muito dos que conheço, aguarda-se ansiosamente pelo lançamento de seu trabalho, enquanto sua música vai ganhando cada vez mais ouvintes e interpretes. Por Paulo reis.

[Grito Coletivo] Quando você decidiu ser músico?
[Edson Bernstorff] Acho que já nasci músico, sou autodidata, sempre explorei a música com várias sonoridades, nunca me prendendo a uma modinha.

[Grito Coletivo] Que estilo de som você vem fazendo hoje?
[Edson Bernstorff] Não tenho um estilo definido, gosto de tocar MPB, talvez este seja mais o meu estilo.

[Grito Coletivo] Quais suas principais influências?
[Edson Bernstorff] Tenho várias desde HERMETO PASCOAL, SIVUCA, DOMINGUINHOS, NELSON CAVAQUINHO até ELIS REGINA BELCHIOR ETC..,  enfim de artistas que realmente faziam o que gostavam.

[Grito Coletivo] Você meio que iniciou sua carreira compondo e indo direto para os festivais? Como foi isso?
[Edson Bernstorff] Sim, acho que o meu forte está nas composições, e muitas vezes até não me sinto a vontade cantando o que eu fiz, por isso gosto de ceder minhas músicas pra outros artistas, até pra ouvir de um jeito diferente aquilo que fiz.

[Grito Coletivo] Ano passado você estava bem ativo na cena São Chicana, como andam estes projetos?
[Edson Bernstorff] Este ano, estou mais voltado a produção de um EP, só preciso conversar com alguns amigos que também queiram fazer parte desse projeto.

[Grito Coletivo] Ainda no ano passado você lançou um vídeo de uma composição sua, o feedback foi positivo?
[Edson Bernstorff] Sim, e ainda está sendo, tem pessoas de Portugal e Espanha ouvindo por lá e dando retorno.

[Grito Coletivo] Nos últimos anos você esteve envolvido na produção/organização das principais produções da cena São Chicana (Festival NVTC e Palco DUNAS). Este ano você continuará engajado e qual a importância deste envolvimento do músico com a gestão?
[Edson Bernstorff] Faço parte do NVTC sim mas não tão diretamente como a Daniela Nunes, O DUNAS foi uma experiência boa mas não teve o retorno como esperávamos, e uma das ideias no DUNAS era ter um palco livre onde os instrumentos ficariam montados no palco e quem tivesse afim de tocar um som era só chegar, mas isso não ocorreu como esperávamos, deixemos par uma próxima vez.

[Grito Coletivo] Como você vê o resultado destas duas produções, qual o saldo até agora?
[Edson Bernstorff] A do NVTC o resultado está se superando cada vez mais, quanto ao DUNAS, talvez tenhamos que reformular novamente a ideia em um outro local.

[Grito Coletivo] Analisando desde o inicio da sua carreira, as coisas ficaram mais fáceis desde lá?
[Edson Bernstorff] Sim, ficaram mais fáceis no sentido de eu me soltar um pouco mais na música, e de mostrar um pouco daquilo que gosto de fazer, antes não mostrava muito, porque  o que eu escrevia era uma coisa muito pessoal, e isso me prendia muito.

[Grito Coletivo] Na sua visão, qual o maior problema na cena musical daqui?
[Edson Bernstorff] Aqui é ótima a cena  musical, temos muita gente boa de música, nem dá pra citar todos, e cada um com estilos e gostos musicais diferentes, e isso é muito bom.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Edson Bernstorff] A maior eficiência está nos estilos são várias vertentes, vários gostos e isso é de uma riqueza que não tem tamanho. A deficiência é de não ter apoio de órgãos públicos, e quando tem fica restrito a meia dúzia de pessoas, outra deficiência que ví e isso ocorreu no Dunas também foi pouco apoio de músico pra músico, ou seja de “amigos” que tocam em determinada banda não ir no evento da outra banda e nem sequer dar um apoio com divulgação no Face comentando ou compartilhando o evento.

[Grito Coletivo] Você andou compondo ou cedendo alguma composição para uma artista da região, é isso mesmo? Quem e como foi?
[Edson Bernstorff] Sim, pra uma cantora de Joinville Veridiana Borsuk, ela está gravando um Ep pelo selo Rastros Music, uma afiliada da Sony Music. Foi uma experiência ótima e através disso tiveram outras cantoras que vieram falar comigo pedindo pra compor ou se eu já tinha alguma música pra eles, foi muito bom ainda está dando retorno.

[Grito Coletivo] Você está em estúdio atualmente?
[Edson Bernstorff] Não, acho que vou entrar no estúdio só depois do NVTC, a princípio a idéia é reunir os amigos e ensaiar o que vamos tocar lá.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Edson Bernstorff] O 1º é gravar um EP, o 2º é continuar compondo porque esse é o meu forte.


Contato
47 9943-1601

segunda-feira, 14 de março de 2016

Fábio Berghan: O Luthier

O luthier Fábio Berghan é um daqueles casos da pessoa certa, na profissão certa, e para nossa felicidade, no local certo. Calmo e caprichoso, Fábio é daqueles caras que quem conhece valoriza e admira na hora. Ótimo profissional, vem preenchendo uma lacuna existente por décadas aqui na cidade: a de um luthier para construção, reparos e regulagens de instrumentos musicas. Parte importantíssima para qualquer músico que queira se apresentar de forma profissional. Outra chance para conhecermos e desvendarmos mais uma parte da nossa  cena. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Quando e como você iniciou a carreira de luthier?
[Fábio Berghan] Desenvolvo a técnica de Luthieria desde 2002. Herdei o dom musical do meu pai, tocador de violão e componente da banda “The Cavers” dos anos 60. Observando o meu pai aprendi a tocar violão, ainda criança. Aos 08 anos já construi meu primeiro violão de forma artesanal, com pedaços de eucatex (corpo do violão) e uma lata (caixa de ressonância), fios de nylon (cordas).​ Ao participar do projeto social ARTE-FATO em Palmas-TO, em 2002, conheci a oficina de construção de instrumentos musicais. Desde então desenvolvo técnicas para construir de forma artesanal instrumentos musicais com a utilização de madeiras nobres (nacionais e importadas). Aprendi a construir instrumentos musicais observando e pesquisando o trabalho de outros luthiers e livros específicos sobre o assunto. Para aprimorar o trabalho participei em 2013 do Curso de Luthieria com os luthiers Luciano Borges (Araguari-MG) e Robert Obrien (Professor de Luthieria Parker- Colorado- EUA).

[Grito Coletivo] Você é músico também? Que instrumentos toca?
Diariamente pessoas fazem essa pergunta em meu atelier. Muita gente acredita que o luthier também é um excelente músico. Na verdade não é bem assim. Para ser luthier não necessariamente precisa ser músico, mas claro precisa ter uma noção. Eu toco um pouco de cada instrumento mais o meu instrumento primordial é o violão.

[Grito Coletivo] Trabalhou com instrumentos em outra(s) cidade(s) antes de São Francisco do Sul?
[Fábio Berghan] Como hobby me aproximei da luthieria em Palmas – TO e Itati- RS. Profissionalmente somente em São Francisco do Sul-SC.

[Grito Coletivo] No inicio você era professor e trabalhava com instrumentos no tempo que sobrava correto? Como e porque decidiu dedicar-se totalmente ao oficio de luthier?
[Fábio Berghan] Sim, trabalhei alguns anos como professor de ciências e biologia. Sempre tive vontade de me dedicar integralmente à luthieria. Fiz uma opção em deixar de lecionar em 2014 e desde então faço reparos em instrumentos musicais, construo instrumentos como violão, ukulele, cavaco, banjo, cajón e cases.  Importante no início de minha atividade foi a indicação do meu trabalho por amigos, especialmente da Loja de Instrumentos Musicais da cidade, Rockilha, na pessoa de Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Você é o primeiro profissional desta área a atuar na cidade, os músicos daqui sabem valorizar a sua profissão e seus trabalhos?
[Fábio Berghan] Acredito que sim. Impressiona-me a quantidade de músicos aqui em São Chico. Também há pessoas que me procuram provenientes de outras cidades (Joinville, Blumenau, Itajaí, Jaraguá...), inclusive de outros estados PR e RJ. Mas a maioria vem indicados por pessoas da cidade. Já ouvi comentários que valorizaram a profissão da luthieria na cidade de SFS.

[Grito Coletivo] Eu já tive oportunidade de experimentar dois violões, dois ukuleles e alguns cajons feitos por você. Instrumentos excepcionais, diga-se de passagem, mas como é o campo para venda de instrumentos artesanais aqui na cidade?
[Fábio Berghan] Tenho vendido alguns instrumentos para músicos da cidade, porém a maior parte das vendas eu faço via internet. As pessoas da cidade procuram mais os reparos e regulagens em instrumentos, tendo em vista o grande público que utiliza instrumentos musicais na cidade (bandas, igrejas, pessoas que fazem apresentações, etc)

[Grito Coletivo] Qual o instrumento você mais recebe para ajustes e reparos?
[Fábio Berghan] Primeiramente o violão, depois a guitarra.

[Grito Coletivo] Conhece o trabalho autoral de algum artista daqui, quem?
[Fábio Berghan] Sim, Paulo Reis, Tiago Constante, Edson Bernstorff, Gauchinho.

[Grito Coletivo] Olhando da sua área de atuação na cadeia produtiva da música, como enxerga a cena musical São Chicana?
[Fábio Berghan] Vejo que há muitas boas iniciativas musicais, várias bandas, pessoas que se dedicam à composição e exposição da música na cidade, porém falta um maior entrosamento entre os diversos setores musicais, bem como incentivo e valorização do poder público voltado para a cultura local. Antes de haver um profissional de luthieria na cidade, muitas pessoas não conheciam o trabalho e o retorno do mesmo para seu instrumento. Ao perceber que uma regulagem melhora o desempenho do instrumento houve uma maior procura de músicos pelo luthier. Também por ter um profissional acaba tendo uma maior procura por acessórios musicais na cidade.

[Grito Coletivo] Existem dificuldades na área que você atua aqui na cidade, quais?
[Fábio Berghan] Por ser um trabalho que exige paciência e cuidado, as pessoas querem um retorno imediato do instrumento, no caso de reparos. Há casos em que são necessários dois dias ou uma semana para fazer o reparo no instrumento, considerando a quantidade de serviço que está na frente.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Fábio Berghan] Creio que a maior eficiência é a quantidade de músicos que a cidade possui e a maior deficiência é a falta de eventos para exposição da classe artística de São Chico.

[Grito Coletivo] Algum instrumento especial sendo construindo no momento?
[Fábio Berghan] Estou concluindo um violão Clássico, construindo um banjo e dois cajóns. Logo mais iniciarei um cavaco.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Fábio Berghan] Para 2016 pretendo divulgar mais meu trabalho na região. Também registrar empresa e colocar venda no cartão.


Palavras Finais: Agradeço ao blog Grito Coletivo pela oportunidade de apresentar meu trabalho através desta entrevista. Iniciativas como essa são importantíssimas para divulgação e união dos artistas da cidade. Desejo que haja cada mais entrosamento entre a classe artística musical da cidade e que os dons artísticos locais sejam divulgados e valorizados. Minha oficina está à disposição para quem quiser conhecer a arte da luthieria (Alameda Ipiranga, 219 - Centro).


Face 2

Telefones: 3444-1279 – 96888325

sexta-feira, 11 de março de 2016

DJ Ronas Ribeiro e o Eletrônico.

Conheci o Ronas ainda bem pequeno, filho de um cara que tinha um dos melhores ouvidos e técnico de som nos áureos tempos do Surf Bar. Eu conheço muito pouco de música eletrônica, eu confesso, mas assistindo seus vídeos e acompanhando sua mídia, eu sei que está representando muito bem a cena eletrônica São Chicana. Hoje desvendamos mais uma parte, pra mim um grande aprendizado, da nossa música, com o DJ Ronas Ribeiro. Por Paulo Reis. 

[Grito Coletivo] Quando e como começou a carreira de DJ?
[Ronas Ribeiro] R: Comecei em 2005 em pequenas festas de aniversário, era apenas uma brincadeira, mas quando vi já tinha se tornado um sonho... Aos poucos comecei a ganhar espaço e correr atrás do meu objetivo. Em 2008 mais ou menos fui chamado para minha primeira “balada” de verdade, e daí pra frente percorri 1 ano todo de aprendizado para atingir meu objetivo.

[Grito Coletivo] Quantas músicas você já lançou?
[Ronas Ribeiro] R: 2016 é o ano que pretendo lançar minhas próprias produções, por enquanto tenho trabalhado com meus DJs sets (podcast). Na musica eletrônica o dj trabalha com uma junção de varias musicas gravadas juntas (mixadas) e postadas para seu público baixar, acompanhar e ouvir. Ainda não possuo produções próprias, mas como disse, pretendo lançar esse ano!

[Grito Coletivo] Como é a cena eletrônica de São Chico?
[Ronas Ribeiro] R: São Chico é uma cidade bem complicada para cena eletrônica, pois temos apenas 1 clube, o Banana Joe, clube onde por acaso dou DJ residente a 6 anos. O Clube é dividido em dois estilos, o comercial e o underground, e temos mudado bastante o conceito sobre musica eletrônica na nossa cidade, e isso tem crescido cada vez mais. Sobreviver da musica eletrônica aqui é muito difícil, hoje graças a Deus vivo da musica, mas foram anos e anos sofridos, pois não tinha o mesmo suporte que tenho hoje, e sempre houve muito preconceito com a musica eletrônica aqui, mas felizmente isso mudou e hoje nossa cidade está com a cabeça muito mais aberta.

[Grito Coletivo] O público do eletrônico recebe fácil ou não os trabalhos autorais?
[Ronas Ribeiro] R: Na musica eletrônica é bem dividido, temos o pública que gosta do novo, mas boa parte prefere as mais conhecidas, os remix de clássicos, e das musicas que mais marcaram! Em nossa cidade, nosso público está aceitando bem as novidades, mas na pista as mais conhecidas sempre funcionam melhor!

[Grito Coletivo] A cena eletrônica tem dificuldades para se desenvolver, assim como a cena das bandas?
[Ronas Ribeiro] R: Com certeza, o preconceito com DJs em determinados núcleos é grande. Já ouvi muitas vezes o tipo de comentário: Nossa você vai cobrar tanto só pra colocar umas musicas? . Então acaba se tornando mais difícil ainda, por ser um trabalho onde você é a banda inteira, e algumas pessoas acabam achando que por ser só você, é mais fácil, mas não é não, rsrs!

[Grito Coletivo] Quais as dificuldades e facilidades encontradas na cena eletrônica de São Chico?
[Ronas Ribeiro] R: O mais complicado em São Chico é ter eventos aonde trabalhar, pois como só temos 1 club, acaba que temos poucos eventos. Nas cidades grandes é muito mais fácil, pois as os eventos começam na quarta e terminam no domingo. Já aqui é basicamente apenas verão.
Porém nosso ponto fácil, é que por ser cidade pequena, boa parte dos eventos realizados sempre são bem sucedidos, tenho orgulho de fazer parte da equipe do Banana Joe a tanto tempo.

[Grito Coletivo] Em comparação com os shows que você já fez fora da São Chico, onde é mais valorizado, dentro ou fora da cidade?
[Ronas Ribeiro] R: Com certeza fora de São Chico. Infelizmente e felizmente, tenho um reconhecimento muito satisfatório em outras cidades, conquistei um espaço muito bom durante esses anos de caminhada em várias cidades de SC e PR. 
Nossa cidade demorou um pouco a aceitar a musica eletrônica, e isso ajudou que a demora pela valorização do DJ acontecesse aqui. Mas do ano passada pra Ca isso mudou satisfatoriamente, e estou realmente feliz com os acontecimentos recentes.

[Grito Coletivo] Em relação a outras regiões, como você diria que está o nível da cena eletrônica de São Chico?
[Ronas Ribeiro] R: Crescendo, e crescendo bastante. Antigamente quando eu fugia de São Chico para tocar em eventos eletrônicos em Joinville, nossa cidade não gostava de eletrônico. Hoje em dia vemos grupos e mais grupos de pessoas buscando festas eletrônicas em outras cidades, e cada vez apoiando a musica eletrônica na cidade. Isso me deixa muito feliz.

[Grito Coletivo] Já fez parcerias ou dividiu o palco com bandas e outros tipos de estilos musicais? (caso sim conte um pouco e cite nomes)
[Ronas Ribeiro] R: Já tive muitas experiências com DJs de outros estilos, como funk, hip hop, etc. E fiz abertura para shows nacionais de grande porte, como Chimarruts, Paralamas do Sucesso e Papas da língua.

[Grito Coletivo] Tenho visto que você anda sendo chamado pra tocar com DJ’s renomados, como tem sido isso?
[Ronas Ribeiro] R: 2015 e 2016 para mim foi um ano surreal. Dividi palco com DJs que eu era fã, e hoje em dia tenho a oportunidade de ser amigo desses caras, encontrar com eles fora dos palcos, trocar idéias, e isso me faz pensar como meu trabalho está hoje em dia, pois olho pra trás e lembro quando eu apenas via esses caras pelo youtube, hoje sou amigo deles, é realmente incrível.

[Grito Coletivo] Você me disse que ira lançar um disco ainda este ano, onde e quem produzirá?
[Ronas Ribeiro] R: Estou com os trabalhos em andamento, mas ainda não posso soltar detalhes. Será uma surpresa, rsrs

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Ronas Ribeiro] R: Continuar com meu objetivo e focar no meu trabalho, pois os frutos dos últimos meses foram realmente animadores. Esse ano terei faixas próprias lançadas, e terei prazer em anunciar aqui para vocês conferirem.


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