Entrevistas


Luciferiano: o opositor.
Com quase 20 anos de estrada, a Luciferiano tem uma longa história e muito material lançado. Atualmente os caras estão gravando um disco por aqui e a gente aproveita a deixa pra saber mais sobre o trampo e o que os caras pensam sobre a cena aqui da nossa região! Por Paulo Reis.




[Grito Coletivo] Ano da formação?
[Luciferiano] R:  O Luciferiano foi formado em 1999.

[Grito Coletivo] Quem são os Integrantes?
[Luciferiano] R:  Antonio Gonçalves (guitarra), Fernando Atanázio (vocal),  Gilson Mjolnir (bateria) e Waldecir Monteiro (baixo).

[Grito Coletivo] Qual estilo de som a banda vem fazendo?
[Luciferiano] R:  Metal pesado.

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o som de vocês?
[Luciferiano] R:   As influências saem das bandas clássicas tradicionais 80’s até as mais extremas dentro do metal.

[Grito Coletivo] Quantos discos/ep’s vocês já lançaram?
[Luciferiano] R:  No ano de 2000 lançamos a nossa demo independente com o nome “Luciferiano” que foi relançada pelo selo paranaense “Chaos 666 Records” em 2001. No ano de 2006 lançamos o nosso primeiro álbum oficial pelo selo paulista “Sonic Blaster Music Label” e em 2012 lançamos nosso segundo álbum oficial “O Opositor” que foi uma parceria entre 14 selos brasileiros.

[Grito Coletivo] Soube que vocês já estão gravando o próximo disco e que desta vez será produzido aqui em São Chico, é isso mesmo?
[Luciferiano] R:  Sim, neste ano de 2016 lançaremos o nosso terceiro álbum oficial e mais um 7’ep  onde já demos inicio as gravações em São Francisco do Sul.

[Grito Coletivo] Onde e quem está produzindo?
[Luciferiano] R:  Estamos gravando no Estúdio 2K com a produção de Kelwin Grochowicz.

[Grito Coletivo] Qual o motivo da mudança de cidade para a produção?
[Luciferiano] R:  Antes de optarmos por outro estúdio gravávamos as guitarras, baixo e vocal na cidade de Joinville e a bateria em Blumenau.  A mixagem e masterização era feita em Porto Alegre.  Ouvimos alguns trabalhos feitos pelo Estúdio 2K e achamos interessante além da facilidade em acompanharmos de perto  todo o processo.

[Grito Coletivo] Irão prensar este próximo disco?
[Luciferiano] R:  Os nossos próximos lançamentos serão oficiais também e os selos envolvidos  deverão prensá-los na Zona Franca de Manaus.

[Grito Coletivo] Fazem parte de algum grupo/coletivo/associação que faz trabalho extracampo pela cena?
[Luciferiano] R: Os trabalhos extra-campo são feitos pelas gravadoras que nos lançaram, zines, revistas especializadas, páginas e sites na internet.

[Grito Coletivo] Veem alguma importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Luciferiano] R:  Este é um assunto muito complicado pois envolve vários fatores considerados cruciais e, este engajamento, tanto pode ser positivo quanto negativo, porém, é muito importante tentar fazer as coisas acontecerem, mesmo que o objetivo dê errado.
[Grito Coletivo] Na visão de vocês, o que mais dificulta a cena musical São Chicana e (ou) Joinvilense de progredir mais?
[Luciferiano] R: A música faz parte de uma educação cultural e o “progresso”, em qualquer esfera,  se desenvolve sempre em passos lentos.  A música (no geral) levou milhares de anos para chegar onde está agora  e  esperar um alto desenvolvimento repentino deixando a classe “mais confortável” é meio complicado.  É preciso ter paciência, insistência e saber que os resultados são graduais e a longo prazo.



[Grito Coletivo] Na opinião de vocês qual a maior deficiência e a maior eficiência da cena São Chicana e (ou) Joinvilense?
[Luciferiano] R:  A dedicação ao que gosta de fazer é a maior eficiência dos músicos e envolvidos nas cenas das duas cidades, já a deficiência é o inverso disto.

[Grito Coletivo] Fazendo parte da cena musical de São Chico e Joinville, conseguem identificar as principais diferenças entre as duas cenas?
[Luciferiano] R:  Apenas o número de pessoas envolvidas, que está relativo aos tamanhos da duas cidades.

[Grito Coletivo] Analisando desde o início da carreira de vocês, as coisas ficaram mais fáceis desde lá?
[Luciferiano] R:  Bom, existe uma coisa muito importante chamada “propaganda”.  Os nossos primeiros 2 anos (1999 e 2000) foram dedicados as gravações e divulgação do nosso trabalho, não nos importávamos muito com shows, queríamos apenas que os selos e as pessoas da cena conhecessem nosso trabalho.  Depois de uma propaganda massiva para o Brasil inteiro, na época era somente através de correspondências via correio,  começamos a receber vários convites para nos apresentarmos em muitas cidades de alguns estados brasileiros e participamos de grandes festivais do gênero.  Isto abriu as portas para nós lançarmos os materiais que viriam a seguir e a vários outros convites de shows.  Passados 17 anos de insistência, hoje as coisas estão bem mais fáceis.

[Grito Coletivo] Quais os principais objetivos da banda para 2016?
[Luciferiano] R:   Em 2016 já nos apresentamos na oitava edição do “Fear Fest” que é um dos maiores festivais de Santa Catarina e estamos fechando mais algumas apresentações para este primeiro semestre que estão em processo de negociação.  Mas o nosso maior foco neste ano será nos lançamentos do 7’ep e do nosso 3° álbum.





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Stammer e o hard'n'heavy



Nos conhecemos superficialmente, mas isso não me impediu de ver um grande feito seu que admiro muito: parou e focou sério em música autoral. Resultado: Ep e videoclipe. Mesmo tendo a base da sua banda em Joinville, Lucas Stammer abraçou a causa da cena daqui e está engrossando o caldo das frentes que atuam pelo rock São Chicano. Bom poder contar com um artista com sua bagagem apoiando a nossa cena. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Ano da formação?
[Stammer] Essa formação foi fechada no final do ano passado, em Outubro se eu não me engano. Passamos um ano nos dedicando a músicas autorais, tanto as já gravadas, quanto novas, mas como o público não está acostumado a ouvir somente som autoral decidimos focar em alguns covers para conseguir toques!

[Grito Coletivo] Quem forma a Stammer hoje? 
[Stammer] Lucas Stammer, eu sou vocalista e auxilio nas bases às vezes, tanto no violão, quanto na guitarra. Juliano Szymanski Filho, é o baixista, esse cara está comigo desde as primeiras bandas, adquiriu muita experiência com a banda Zé a Mais que ele também faz parte. Ewerton Arruda, é o baterista, o último que entrou na banda, um excelente músico, saiu um pouco do heavy metal para tocar nosso estilo. Matheus Rezende, o mais novo da banda, mas um guitarrista excelente e muito disciplinado.

[Grito Coletivo] Qual estilo de som a banda vem fazendo?
[Stammer] Não gosto de rótulos, mas, têm músicas autorais bem baladas e outras bem Heavy, resultado de todas as nossas influências. Podemos dizer que um estilo Hard n’ Heavy!

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o som de vocês?
[Stammer] As principais influências são Kiss, Bon Jovi, Van Halen e Whitesnake, mas tocamos desde The Doors até Judas Priest, quando montamos nosso repertório, eu sempre sugiro uma música que me agrade e outras que agrade os demais integrantes.

[Grito Coletivo] Você lançou um EP em 2012, onde e quem produziu?
[Stammer] O EP In My Dreams foi gravado em Joinville no estúdio Judá 95, produzido pelo Allan Paiva, é um estúdio que trabalhou com a música gospel, se não estou enganado esse EP foi um dos primeiros não gospel a ser produzido.

[Grito Coletivo] E como foi o processo de produção?
[Stammer] Na época eu morava em Joinville e tinha recém saído da banda Babiton, estava procurando músicos para a gravação das músicas, fiquei alguns meses fazendo testes, mas nunca foi pra frente, então decidir gravar sozinho, um dia um amigo de trabalho me indicou o estúdio do primo dele, o estúdio da banda Judá 95.O Allan é uma pessoa bem eclética, conversamos bastante sobre como eu queria as músicas, ele chamou alguns amigos da banda dele mesmo e outros de fora para a gravação, sempre pedindo minha opinião em tudo, foi uma aula pra mim naquela época, gostei muito do resultado final!

[Grito Coletivo] Agora com a banda montada pretendem tocar este EP ao vivo, é isso?
[Stammer] Já tocamos duas músicas das quatro gravadas, mas da versão da banda Stammer, não da versão do EP. Dei total liberdade à banda e eles fizeram um ótimo trabalho, deixaram as músicas mais pesadas, mais progressivas.

[Grito Coletivo] Pensam em prensar este EP?
[Stammer] Eu fiz algumas cópias na época, menos de 100. Não pretendo prensar, acho que o tempo já passou, fazem 4 anos, atualmente elas já estão ultrapassadas, talvez eu coloque essas músicas com uma nova roupagem nos próximos EP’s, tenho que conversar com a banda sobre isso ainda.

[Grito Coletivo] Você gravou um clipe para uma música deste EP, qual música?
[Stammer] Sim, gravei o clipe da música In my Dreams.

[Grito Coletivo] Quem produziu o clipe?
[Stammer] Estava pensando em fazer esse clipe e conversei com o Cleber Francisco, o guitarrista da Kid Natasha, pois ele trabalha com filmagem e fotografia, ele me indicou a On Top Filmes de Joinville, no qual ele trabalha de freelancer.

[Grito Coletivo] Como foi o processo de gravação do clipe?
[Stammer] Foi muito divertido, passei o roteiro do clipe para o diretor Arnaldo Coito, ele me falou que com o orçamento que tínhamos iria ser difícil fazer tudo aquilo, teríamos muitos figurantes. Alteramos o roteiro, chamamos a atriz e o resultado foi aquele. Foram alguns meses de gravação e alguns meses de edição, o clipe demorou mais do que o previsto mas, gostei do resultado.  Logo após o término do clipe foi convidado para a gravação do filme “Os Fracassados” produzido pela On Top Filmes, acho que até o final do ano o filme fica pronto.

[Grito Coletivo] Fazem parte de algum grupo/coletivo/associação que faz trabalho extracampo pela cena?
[Stammer] Sim, fazemos parte do Movimento Bandas de São Francisco do Sul, se tudo der certo iremos reabrir a associação dos músicos, a meu ver, quanto mais bandas unidas, mais força teremos para propor algo para a cultura local.
[Grito Coletivo] Qual a importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Stammer] É o mais correto, somente assim mostraremos interesse, atingiremos um publico maior como o nosso trabalho e contribuiremos para a cultura da cidade.
[Grito Coletivo] Na visão de vocês, o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Stammer] Primeiramente é a falta de incentivo, principalmente por parte da prefeitura, sem lei de incentivo à cultura fica ainda mais complicado. Outro ponto que atrapalha é a competição das bandas, nós vemos nas mídias cantores sertanejos ajudando uns aos outros, por que isso não pode acontecer com o Rock?
[Grito Coletivo] Na opinião de vocês qual a maior deficiência e a maior eficiência da cena São Chicana?
[Stammer] Acho que tudo mundo concorda que a maior deficiência é a falta de companheirismo que vemos por ai, muito ego e pouca união. A eficiência é que existe uma minoria que pensa diferente, sabe outros métodos de progredir com a carreira e querem ajudar, no cenário francisquense existem artistas incríveis, tanto da antiga quanto da nova geração, o apoio e o incentivo de outras pessoas que é que nos ajuda a seguir em frente.



[Grito Coletivo] Fazendo parte da cena musical de São Chico e Joinville, conseguem identificar as principais diferenças entre as duas cenas?
[Stammer] Joinville é a maior cidade de Santa Catarina se tratando de população, então todos os gostos possíveis estão lá, o público é bem maior que em São Francisco, principalmente para nosso estilo porém, não muda muito, a maioria não sai de casa para ver som autoral. A grande diferença é a variedade de Pub’s e seus estilos, quanto ao apoio da prefeitura de Joinville fica na mesma que em São Chico.

[Grito Coletivo] Enxergam um bom espaço e oportunidades para vocês na cena atual?
[Stammer] Sim, estamos com uma formação que sabe o que quer, todos têm pensamentos semelhantes, todos têm plano para a banda crescer.

[Grito Coletivo] Quais os principais objetivos da banda para 2016?
[Stammer] Para esse ano pretendemos terminar as composições do material autoral, realizar a gravação de um EP para a metade do ano e ainda o lançamento de um clipe.


Clipe Oficial: In My Dreams


Contato

Whatsapp: (47)9165-2056 (Lucas Stammer)

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Pedro Denis: in silence


A primeira vez que ouvi o trabalho do Pedro Denis foi uma porrada! Por trás daquela demo despretensiosa, eu consegui enxergar todo o potencial deste artista. Percebi no ato que ali morava um grande compositor, profundo e criativo. Aos pouquinhos Pedro vem deixando seu material, ora em faixas, ora em vídeos e assim ele vai construindo sua carreira. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Como e quando entrou para a música?
[Pedro Denis] Comecei a estudar música quando tinha 8 anos, estudava bateria na época.

[Grito Coletivo] Qual o estilo de som que veem fazendo?
[Pedro Denis] Alternativo

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o seu som?
[Pedro Denis] The Mars Volta, The Do, Esteban

[Grito Coletivo] Em 2014 você lançou o EP “Tempo”, fale um pouco sobre este trabalho?
[Pedro Denis] Foi um trabalho bem demonstrativo, gravei em 1 dia no estúdio 2k, exceto estranho é pensar que é uma música que foi inserida ao trabalho mas é um single que foi lançado antes do EP.

[Grito Coletivo] Onde e quem produziu?
[Pedro Denis] Em São Francisco do Sul, foi gravado no estúdio 2k, quem martirizou as músicas foi o Kelwin Grochowicz.

[Grito Coletivo] Lançou o EP apenas digitalmente, pretende prensa-lo?
[Pedro Denis] Este trabalho eu lancei apenas digitalmente, não pretendo prensa-lo.

[Grito Coletivo] O que mudou no seu processo depois da experiência do seu primeiro EP?
[Pedro Denis] Atualmente tenho gravado em casa, pretendo produzir meus próximos trabalhos sozinho.

[Grito Coletivo] Como enxerga estes movimentos que fazem trabalho extracampo, como gestão e produção, feito por grupos, coletivos e associações?
[Pedro Denis] Tudo vem a agregar para que o trabalho final gere um bom resultado.

[Grito Coletivo] Qual a importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Pedro Denis] O engajamento do músico faz com que estes se materializem na realidade.

[Grito Coletivo] Você participa de algum destes movimentes? Qual?
[Pedro Denis] Não

[Grito Coletivo] Enxerga um bom espaço e oportunidades para você na cena atual?
[Pedro Denis] Não

[Grito Coletivo] Na sua visão o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Pedro Denis] Empreendedorismo

[Grito Coletivo] E o que poderia ser feito para melhora-la?
[Pedro Denis] Criação de eventos com aspecto cultural-musical em locais bem localizados.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Pedro Denis] Falta de eventos

[Grito Coletivo] Recentemente tenho visto muitos vídeos seus aparecendo na internet, como tem sido o feedback?
[Pedro Denis] Positivo, até então nenhuma crítica.

[Grito Coletivo] Alguma previsão de músicas novas para este ano?
[Pedro Denis] Este ano In Silence foi publicada no Youtube. Talvez mais trabalhos sejam lançados.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Pedro Denis] Aproveitar os dias



Contato para shows

(47)8440-3633

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Marco Wohlke e Narcóticos MC's: Traficando ideias.

Traficando ideias! Só por este título os caras já merecem respeito, mas depois de ler a entrevista você vai entender bem por que a gente já falou que a cena rap de São Chico é muito foda! Os caras fazem parecer fácil produzir músicas e clipes e conseguem manter o rap São Chicano em constante ebulição. Evoluindo as idéias e soltando o verbo é com eles que a gente vai conversar hoje. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Como e quando entrou para o rap?
[Marco e Narcóticos] Entrei no rap em 2009, onde na cidade não havia muitos rappers e nenhum estúdio ou produtor musical do gênero.  Então comecei a escrever, produzir, gravar e mixar minhas próprias músicas. Poderia ter escolhido outro estilo musical, mas pela força de expressão e pelo quanto à poesia me agradava eu escolhi o rap. O rap sempre foi a minha cara.

[Grito Coletivo] Vi que você está lançando um cd solo, fale um pouco deste disco?
[Marco e Narcóticos] O disco vem numa pegada bem quente e nenhuma das faixas são sequer parecidas. Tentei colocar nas músicas todo o sentimento e visão que procurava para começar a escrever com clareza, para que o ouvinte entenda a mensagem exatamente como quero passar. O tema escolhido foi "Visões", no qual a última faixa retrata nitidamente isso. Todas as músicas são relacionadas ao que eu vejo ou ao que eu vi em algum momento. Seja um momento sóbrio, um lapso de surto, um delírio, nada além do que eu já tenha visto em algum momento da minha vida.

[Grito Coletivo] Onde e quem produziu?
[Marco e Narcóticos] Os instrumentais do disco foi todo produzido por mim, exceto a faixa 02 que é produção do "Magrelo" (beatmaker de São chico) e foi gravada no estúdio 2k. O restante das faixas foram gravadas, mixadas e masterizadas pelo meu irmão ApbeatzZ  (também beatmaker de são chico)

[Grito Coletivo] É seu primeiro material prensado?
[Marco e Narcóticos] Esse não é meu primeiro disco, mas é o meu primeiro trabalho prensado.

[Grito Coletivo] Quais os planos após depois que receber os discos?
[Marco e Narcóticos] Transmitir o que o disco irá trazer porque não é apenas um disco, mas sim o suor, amor, respeito, dignidade, verdade, vida, paz e justiça pelo qual tanto lutamos.

[Grito Coletivo] Além deste trabalho solo você também faz parte do Narcóticos MC’s. Quem são os integrantes?
[Marco e Narcóticos] Sim, além deste trabalho solo tenho a Narcóticos Mc's. Somos dois mc's, eu e o Alcides (Piassava) que também tem planos futuros de fazer um disco solo.

[Grito Coletivo] Quando o grupo teve inicio?
[Marco e Narcóticos] O grupo teve inicio em meados de 2010.

[Grito Coletivo] Quantos discos/EP’s a Narcóticos já lançou?
[Marco e Narcóticos] A Narcóticos tem um cd pronto, que ainda não foi pra prensa, chamado "Traficando Ideias" com 12 faixas. Já estamos trabalhando em um segundo disco chamado "Sujeira" onde lançamos dois sons: "Narcotiando" e "Liga nas Ideias".

[Grito Coletivo] Na última década houve uma grande transformação da cena musical depois da abertura do 2K Estúdio, ela também afetou a cena Rap, como?
[Marco e Narcóticos] Sim. Lembro que fui um dos primeiros rappers a gravar na 2k Studio e foi de uma forte influência na cena porque nos proporcionou mais facilidade e mais qualidade na hora de gravar e mixar nossos sons. Meu primeiro disco "Essa é a Hora", foi gravado lá e ficou um trabalho surpreendente.

[Grito Coletivo] Na sua visão, o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Marco e Narcóticos] Onde a terra não é boa dizem que a planta não cresce. Precisamos arar e adubar a nossa terra. Temos ótimos músicos, um ótimo estúdio, ótimas ideias, mas também somos humanos e temos muitos sentimentos no qual se não revermos e mudarmos, ficaremos assim pra sempre. 80% de todos os artistas sejam eles escritores, músicos, grafiteiros, instrumentistas ou produtores são independentes mesmo com tanto talento. outro fato que infelismente vem acontecendo na nossa ilha é a falta de união entre os nossos e entre o nosso próximo, muitas vezes a falta de respeito com quem trabalha duro, com quem está na cena e da o sangue pelo que faz. Parece que por aqui quem faz muito recebe pouco, isso tem que mudar, abram seus olhos e vejam que se não for nós por nós ninguem vai fazer no nosso lugar, não adianta só falar, temos que agir, corrigir o que estamos fazendo de errado, e entender os pensamentos, ninguém é igual, e nem deve ser assim, ta sobrando lugar, mais ta faltando espaço, enfim. Se não formos fortes e pensar sempre grande a nossa cena continuará a mesma. Somos francisquenses, a cena de São Chico só depende de nóis!

[Grito Coletivo] Qual a maior dificuldade que vocês encontram pra realizar o trabalho de vocês hoje?
[Marco e Narcóticos] Sinceramente? A polícia, a burocracia, o dinheiro, a inveja, o rancor, a tiazinha que odeia som alto, a cabeça fechada da sociedade em geral, que ainda pensa que  roupas, tatuagens, até pelo nosso cabelo pode optar no nosso caracter,  os engravatados que só sabem apontar o dedo sem sequer escutar o que temos a dizer, Se fosse só por nós a cena já estava muito mais movimentada, mas tudo tem um porque, um pra que, um empecilho pra nos fazer desanimar, pra tirar a paciência, mas ninguém falou que seria fácil. A nossa voz vai chegar e a nossa revolução não ira passar na tv.

[Grito Coletivo] Como tem sido a aceitação do som de vocês dentro e fora de São Chico?
[Marco e Narcóticos] Tem sido muito boa. Muito mais divulgada pelas ruas nas quebradas que pela internet, posso realmente afirmar que não somos rappers de intenert, somos poetas das ruas e é lá que precisamos tocar, sempre tem um mano que precisa de um palavra a mais, e  quem escuta mesmo o nosso som e depois vem falar conosco geralmente fala muito bem, mas também tem a opinião de quem não para pra nos escutar e distorce a mensagem que passamos em nossas letras! Essas pessoas não estão gostando do fato de pouco a pouco estarmos progredindo hahah.

[Grito Coletivo] Alguma previsão para o lançamento do disco?
[Marco e Narcóticos] Final de março estará nas ruas de São Chico.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Marco e Narcóticos] Passar a mensagem que venho pregando há anos porque o foco é progresso pros meus no rap nacional.



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Velho Teddy: o conto e o rock.



Figura conhecida e amada da galera rock da cidade, Fernando Constantino, mais conhecido como Velho, já surpreendia pelo personalidade e presença marcantes nas bandas que passou.  Eis que ele tira da cartola, ou melhor, do baú de tesouros, talvez o projeto mais criativo da ilha no momento: como Velho Teddy ele conta histórias infantis musicadas com influência do melhor do rock'n'roll. Mais uma faceta da nossa São Chico do Rock. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Quando começou o Velho Teddy?
[Velho Teddy] Por volta de fevereiro de 2015.

[Grito Coletivo] Como define o estilo quem vem fazendo?
[Velho Teddy] Diria que é pouco de tudo. Tento não me prender a um só estilo.

[Grito Coletivo] Como nasceu a ideia do Velho Teddy?
[Velho Teddy] Estava trabalhando como professor e comecei a adaptar algumas aulas usando música. Daí em diante a ideia de musicar contos infantis surgiu e o projeto foi acontecendo.

[Grito Coletivo] Você foi por muitos anos baixista e vocalista da Kid Natasha, como é agora tocar sozinho?
[Velho Teddy] No começo foi complicado, pois é uma outra estrutura de trabalho. Mas com o tempo fui me adaptando, e posso dizer que tem sido uma experiência bem produtiva pois evolui mais, expandi meus horizontes buscando vários elementos em sons diferentes.

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para este projeto?
[Velho Teddy] Com certeza Os Mutantes, pelo fundo psicodélico das histórias, e também o Hélio Ziskind, mestre na arte de som infantil.

[Grito Coletivo] Conte um pouco sobre as gravações que estão acontecendo lá no 2K Estúdio?
[Velho Teddy] Está saindo aos poucos, até porque foi difícil encontrar músicos interessados em gravar. Mas felizmente a primeira história já saiu e estamos agendando datas para iniciar a gravação da segunda história.

[Grito Coletivo] Quem são os músicos que estão te acompanhando neste projeto?
[Velho Teddy] Cara, dei sorte! Estou tocando com um cara muito criativo chamado Rodrigo Passos. Ele é guitarrista, mas nesse projeto está no baixo. E na bateria está esse cara incrível que é o Kelwin Grochowicz. É um power trio! Sempre quis! Inclusive, você está convidado para uma participação nas Teclas da próxima história.

[Grito Coletivo] Quantas faixas pretende gravar?
[Velho Teddy] Seis faixas com as versões dos contos infantis,  além de algumas outras de sons que marcaram minha infância.

[Grito Coletivo] Quais os planos pra depois de concluída as gravações?
[Velho Teddy] Buscar um grupo que tenha interesse em encenar um teatro de fundo das histórias, além de buscar o acompanhamento de uma orquestra.

[Grito Coletivo] Que tipo de lugares estão abertos para este tipo de projeto?
[Velho Teddy] Por ser um som nostálgico, há bastante variedade: desde escolas a feiras culturais, teatros e festivais de música. Afinal, quem não curte cantar e dançar as músicas que marcaram sua infância?

[Grito Coletivo] A sua banda anterior, Kid Natasha, sempre esteve engajada nos principais movimentos musicais da cidade. Você pretende continuar participando destes movimentos?
[Velho Teddy] Sim, acredito que independentemente do estilo musical a cena precisa se fortalecer.

[Grito Coletivo] Qual a importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Velho Teddy] É preciso estar totalmente focado, já que muitas ideias podem ajudar, como também atrapalhar.

[Grito Coletivo] Você enxerga um bom espaço e oportunidades para vocês na cena atual?
[Velho Teddy] Com certeza, pois é um tipo de som que tem poucas restrições quanto ao ambiente e público.

[Grito Coletivo] Na sua visão, o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Velho Teddy] A falta de união entre os parceiros. Só reclamar a pouca falta de espaço é fácil, mas não resolve o problema.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Velho Teddy] Olha, a eficiência é a variedade de estilos musicais. A deficiência é o pouco reconhecimento e consequente falta de investimento no trabalho dos músicos. É claro que já vimos vários festivais acontecerem, mas isso ocorreu devido a dedicação de todo um grupo, algo que poderia acontecer sempre.

[Grito Coletivo] Recentemente você lançou umas das músicas deste projeto em vídeo, como tem sido o feedback?
[Velho Teddy] O mais positivo possível! Tem alcançado muitas pessoas, apesar de ter sido lançado a pouco tempo.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Velho Teddy] Estou focado em desenvolver o projeto. Pretendo fazer uma tour gratuita pelas escolas de São Chico para divulgar meu trabalho. Também vou me inscrever para o festival de música “Não Vai Ter Coca”, que acontece aqui na cidade em maio. Além disso, recebi um convite para ingressar na ABCH (Academia Brasileira de Contadores de História).



Contato: 
Fernando Constantino - 

(47) 97925506 / (47)97925509

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Clã do Subúrbio: tóxico ao sistema.




Quem está bem inteirado na cena musical São Chicana e sabe como é difícil progredir com os projetos artísticos por aqui, sabe também que o pessoal do rap  vem fazendo um trabalho foda, de muita responsa. Estúdio, parcerias, selo, produtora, os caras estão a  mil por hora e representam como ninguém o atual momento da música daqui. Se conecte à eles e ficará espantado com o fluxo de produção e lançamento dos caras. Hoje vamos conhecer uma parte importante da cena Rap de São Chico. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Que ano o Clã do Subúrbio iniciou seus trabalhos?
[Clã do Subúrbio] R: No início de 2012

[Grito Coletivo] Quem são os integrantes?
[Clã do Subúrbio] R: Dezão, Malévigo, Orbital , Mcm E Dj Stat

[Grito Coletivo] Quantos discos já lançaram? (nome do disco/single e ano de lançamento)
[Clã do Subúrbio] R: Até então lançamos 1 CD físico até o momento, composto de 16 faixas. Lançado no Zurus Bar DIA 28 DE DEZEMBRO DE 2014. E Singles temos vários.. Como Clã Ta Na Casa, Abre As Trancas,  Firme na Luta entre outros.

[Grito Coletivo] Desde quando vocês atuam na cena autoral São Chicana?
[Clã do Subúrbio] R: O grupo em si desde 2012, e individualmente mano DÉZÃO por exemplo vem desde 2002 atuando no RAP na ilha e representando ela em várias outras cidades.

[Grito Coletivo] Em 1999 realizamos o primeiro palco alternativo na Festilha, e lá sob muita pressão e com um olhar negativo da maioria, colocamos pela primeira vez artistas representantes do Rap num palco da cidade. Isso mudou, como é a cena Rap em São Chico hoje?
[Clã do Subúrbio] R: O RAP ainda continua sendo visto com mais olhos por muitas pessoas, pelo fato de abordar assuntos que a sociedade não quer enxergar. E sim achamos ouve uma evolução muito grande do rap francisquense. Hoje tudo é mais acessível, nós mesmo nos organizamos nossos próprios eventos e materiais de divulgação. Porém ainda continuamos sem espaço na festinha!!

[Grito Coletivo] Em São Chico muitos artistas ainda veem importância e lutam por espaços nos palcos de eventos do calendário da cidade (ex: Festilha), e pro pessoal do Clã, é importante também?
[Clã do Subúrbio] R: Com toda certeza, RAP também é uma cultura e bem organizada, lutamos pelo nosso espaço. Acreditamos que quanto mais pessoas escutando a mensagem, mas pessoas podem se identificar e se conscientizar.

[Grito Coletivo] Na última década houve uma grande transformação da cena musical depois da abertura do 2K Estúdio, ela também afetou a cena Rap, como?
[Clã do Subúrbio] R: Sim, depois de conhecemos o 2k estúdio foi uma ferramenta que nos estimulou a sermos mais profissionais, músicas gravadas com qualidade e suporte. Tem sido de muito proveito para o RAP FRANCISQUENSE

[Grito Coletivo] Qual a maior dificuldade que vocês encontram pra realizar o trabalho de vocês hoje?
[Clã do Subúrbio] R: O espaço hoje ainda é muito pequeno, cidade pequena, pouco público, porém hoje a internet tem ajudado muito nessa parte, existe pessoas de todo Brasil que acompanham nosso trabalho.

[Grito Coletivo] Vocês fazem parte do Calabouço Records?
[Clã do Subúrbio] R: Sim, somos os fundadores desta Gravadora que hoje é uma família composta de 3 grupos de RAP, o Clã Do Subúrbio, In Condicional e Familia CMD e outros artistas solos

[Grito Coletivo] Caso façam, como o Calabouço Records afeta a cena Rap da cidade?
[Clã do Subúrbio] RO nosso diferencial é que acreditamos em todos novos artistas da cena do hip-hop, dando suporte, tanto em parte instrumentais, como na parte de gravação e ensaios.

[Grito Coletivo] Como tem sido a aceitação do som de vocês dentro e fora de São Chico?
[Clã do Subúrbio] R: Graças a Deus tem muita gente que vem se identificando com as mensagens, tanto dentro da cidade como fora. E surpreendentemente fora ainda temos mais aceitação do que na nosso própria cidade. 

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Clã do Subúrbio] R: Fortalecer a Cena!!!! Estamos com projetos de 2 vídeos clipes para segundo semestreE um novo Álbum intitulado Toxico Ao Sistema e também um projeto paralelo sem fim chamado Injetando Artigos no tempo !!!!


Canal Oficial Clã Do Subúrbio https://goo.gl/hi2hR2



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Edson Bernstorff: compondo.

Figura carismática e querida por todos os músicos da cidade, Edson Bernstorff é um letrista e compositor de mão cheia. Não bastasse é um dos grandes produtores e articuladores da atual cena São Chicana, viabilizando grande parte dos shows que aconteceram na cidade no último ano. Um dos artistas, que não só eu, mas muito dos que conheço, aguarda-se ansiosamente pelo lançamento de seu trabalho, enquanto sua música vai ganhando cada vez mais ouvintes e interpretes. Por Paulo reis.

[Grito Coletivo] Quando você decidiu ser músico?
[Edson Bernstorff] Acho que já nasci músico, sou autodidata, sempre explorei a música com várias sonoridades, nunca me prendendo a uma modinha.

[Grito Coletivo] Que estilo de som você vem fazendo hoje?
[Edson Bernstorff] Não tenho um estilo definido, gosto de tocar MPB, talvez este seja mais o meu estilo.

[Grito Coletivo] Quais suas principais influências?
[Edson Bernstorff] Tenho várias desde HERMETO PASCOAL, SIVUCA, DOMINGUINHOS, NELSON CAVAQUINHO até ELIS REGINA BELCHIOR ETC..,  enfim de artistas que realmente faziam o que gostavam.

[Grito Coletivo] Você meio que iniciou sua carreira compondo e indo direto para os festivais? Como foi isso?
[Edson Bernstorff] Sim, acho que o meu forte está nas composições, e muitas vezes até não me sinto a vontade cantando o que eu fiz, por isso gosto de ceder minhas músicas pra outros artistas, até pra ouvir de um jeito diferente aquilo que fiz.

[Grito Coletivo] Ano passado você estava bem ativo na cena São Chicana, como andam estes projetos?
[Edson Bernstorff] Este ano, estou mais voltado a produção de um EP, só preciso conversar com alguns amigos que também queiram fazer parte desse projeto.

[Grito Coletivo] Ainda no ano passado você lançou um vídeo de uma composição sua, o feedback foi positivo?
[Edson Bernstorff] Sim, e ainda está sendo, tem pessoas de Portugal e Espanha ouvindo por lá e dando retorno.

[Grito Coletivo] Nos últimos anos você esteve envolvido na produção/organização das principais produções da cena São Chicana (Festival NVTC e Palco DUNAS). Este ano você continuará engajado e qual a importância deste envolvimento do músico com a gestão?
[Edson Bernstorff] Faço parte do NVTC sim mas não tão diretamente como a Daniela Nunes, O DUNAS foi uma experiência boa mas não teve o retorno como esperávamos, e uma das ideias no DUNAS era ter um palco livre onde os instrumentos ficariam montados no palco e quem tivesse afim de tocar um som era só chegar, mas isso não ocorreu como esperávamos, deixemos par uma próxima vez.

[Grito Coletivo] Como você vê o resultado destas duas produções, qual o saldo até agora?
[Edson Bernstorff] A do NVTC o resultado está se superando cada vez mais, quanto ao DUNAS, talvez tenhamos que reformular novamente a ideia em um outro local.

[Grito Coletivo] Analisando desde o inicio da sua carreira, as coisas ficaram mais fáceis desde lá?
[Edson Bernstorff] Sim, ficaram mais fáceis no sentido de eu me soltar um pouco mais na música, e de mostrar um pouco daquilo que gosto de fazer, antes não mostrava muito, porque  o que eu escrevia era uma coisa muito pessoal, e isso me prendia muito.

[Grito Coletivo] Na sua visão, qual o maior problema na cena musical daqui?
[Edson Bernstorff] Aqui é ótima a cena  musical, temos muita gente boa de música, nem dá pra citar todos, e cada um com estilos e gostos musicais diferentes, e isso é muito bom.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Edson Bernstorff] A maior eficiência está nos estilos são várias vertentes, vários gostos e isso é de uma riqueza que não tem tamanho. A deficiência é de não ter apoio de órgãos públicos, e quando tem fica restrito a meia dúzia de pessoas, outra deficiência que ví e isso ocorreu no Dunas também foi pouco apoio de músico pra músico, ou seja de “amigos” que tocam em determinada banda não ir no evento da outra banda e nem sequer dar um apoio com divulgação no Face comentando ou compartilhando o evento.

[Grito Coletivo] Você andou compondo ou cedendo alguma composição para uma artista da região, é isso mesmo? Quem e como foi?
[Edson Bernstorff] Sim, pra uma cantora de Joinville Veridiana Borsuk, ela está gravando um Ep pelo selo Rastros Music, uma afiliada da Sony Music. Foi uma experiência ótima e através disso tiveram outras cantoras que vieram falar comigo pedindo pra compor ou se eu já tinha alguma música pra eles, foi muito bom ainda está dando retorno.

[Grito Coletivo] Você está em estúdio atualmente?
[Edson Bernstorff] Não, acho que vou entrar no estúdio só depois do NVTC, a princípio a idéia é reunir os amigos e ensaiar o que vamos tocar lá.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Edson Bernstorff] O 1º é gravar um EP, o 2º é continuar compondo porque esse é o meu forte.




Contato
47 9943-1601


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Fábio Berghan: o luthier.



O luthier Fábio Berghan é um daqueles casos da pessoa certa, na profissão certa, e para nossa felicidade, no local certo. Calmo e caprichoso, Fábio é daqueles caras que quem conhece valoriza e admira na hora. Ótimo profissional, vem preenchendo uma lacuna existente por décadas aqui na cidade: a de um luthier para construção, reparos e regulagens de instrumentos musicas. Parte importantíssima para qualquer músico que queira se apresentar de forma profissional. Outra chance para conhecermos e desvendarmos mais uma parte da nossa  cena. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Quando e como você iniciou a carreira de luthier?
[Fábio Berghan] Desenvolvo a técnica de Luthieria desde 2002. Herdei o dom musical do meu pai, tocador de violão e componente da banda “The Cavers” dos anos 60. Observando o meu pai aprendi a tocar violão, ainda criança. Aos 08 anos já construi meu primeiro violão de forma artesanal, com pedaços de eucatex (corpo do violão) e uma lata (caixa de ressonância), fios de nylon (cordas).​ Ao participar do projeto social ARTE-FATO em Palmas-TO, em 2002, conheci a oficina de construção de instrumentos musicais. Desde então desenvolvo técnicas para construir de forma artesanal instrumentos musicais com a utilização de madeiras nobres (nacionais e importadas). Aprendi a construir instrumentos musicais observando e pesquisando o trabalho de outros luthiers e livros específicos sobre o assunto. Para aprimorar o trabalho participei em 2013 do Curso de Luthieria com os luthiers Luciano Borges (Araguari-MG) e Robert Obrien (Professor de Luthieria Parker- Colorado- EUA).

[Grito Coletivo] Você é músico também? Que instrumentos toca?
Diariamente pessoas fazem essa pergunta em meu atelier. Muita gente acredita que o luthier também é um excelente músico. Na verdade não é bem assim. Para ser luthier não necessariamente precisa ser músico, mas claro precisa ter uma noção. Eu toco um pouco de cada instrumento mais o meu instrumento primordial é o violão.

[Grito Coletivo] Trabalhou com instrumentos em outra(s) cidade(s) antes de São Francisco do Sul?
[Fábio Berghan] Como hobby me aproximei da luthieria em Palmas – TO e Itati- RS. Profissionalmente somente em São Francisco do Sul-SC.

[Grito Coletivo] No inicio você era professor e trabalhava com instrumentos no tempo que sobrava correto? Como e porque decidiu dedicar-se totalmente ao oficio de luthier?
[Fábio Berghan] Sim, trabalhei alguns anos como professor de ciências e biologia. Sempre tive vontade de me dedicar integralmente à luthieria. Fiz uma opção em deixar de lecionar em 2014 e desde então faço reparos em instrumentos musicais, construo instrumentos como violão, ukulele, cavaco, banjo, cajón e cases.  Importante no início de minha atividade foi a indicação do meu trabalho por amigos, especialmente da Loja de Instrumentos Musicais da cidade, Rockilha, na pessoa de Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Você é o primeiro profissional desta área a atuar na cidade, os músicos daqui sabem valorizar a sua profissão e seus trabalhos?
[Fábio Berghan] Acredito que sim. Impressiona-me a quantidade de músicos aqui em São Chico. Também há pessoas que me procuram provenientes de outras cidades (Joinville, Blumenau, Itajaí, Jaraguá...), inclusive de outros estados PR e RJ. Mas a maioria vem indicados por pessoas da cidade. Já ouvi comentários que valorizaram a profissão da luthieria na cidade de SFS.

[Grito Coletivo] Eu já tive oportunidade de experimentar dois violões, dois ukuleles e alguns cajons feitos por você. Instrumentos excepcionais, diga-se de passagem, mas como é o campo para venda de instrumentos artesanais aqui na cidade?
[Fábio Berghan] Tenho vendido alguns instrumentos para músicos da cidade, porém a maior parte das vendas eu faço via internet. As pessoas da cidade procuram mais os reparos e regulagens em instrumentos, tendo em vista o grande público que utiliza instrumentos musicais na cidade (bandas, igrejas, pessoas que fazem apresentações, etc)

[Grito Coletivo] Qual o instrumento você mais recebe para ajustes e reparos?
[Fábio Berghan] Primeiramente o violão, depois a guitarra.

[Grito Coletivo] Conhece o trabalho autoral de algum artista daqui, quem?
[Fábio Berghan] Sim, Paulo Reis, Tiago Constante, Edson Bernstorff, Gauchinho.

[Grito Coletivo] Olhando da sua área de atuação na cadeia produtiva da música, como enxerga a cena musical São Chicana?
[Fábio Berghan] Vejo que há muitas boas iniciativas musicais, várias bandas, pessoas que se dedicam à composição e exposição da música na cidade, porém falta um maior entrosamento entre os diversos setores musicais, bem como incentivo e valorização do poder público voltado para a cultura local. Antes de haver um profissional de luthieria na cidade, muitas pessoas não conheciam o trabalho e o retorno do mesmo para seu instrumento. Ao perceber que uma regulagem melhora o desempenho do instrumento houve uma maior procura de músicos pelo luthier. Também por ter um profissional acaba tendo uma maior procura por acessórios musicais na cidade.

[Grito Coletivo] Existem dificuldades na área que você atua aqui na cidade, quais?
[Fábio Berghan] Por ser um trabalho que exige paciência e cuidado, as pessoas querem um retorno imediato do instrumento, no caso de reparos. Há casos em que são necessários dois dias ou uma semana para fazer o reparo no instrumento, considerando a quantidade de serviço que está na frente.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Fábio Berghan] Creio que a maior eficiência é a quantidade de músicos que a cidade possui e a maior deficiência é a falta de eventos para exposição da classe artística de São Chico.

[Grito Coletivo] Algum instrumento especial sendo construindo no momento?
[Fábio Berghan] Estou concluindo um violão Clássico, construindo um banjo e dois cajóns. Logo mais iniciarei um cavaco.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Fábio Berghan] Para 2016 pretendo divulgar mais meu trabalho na região. Também registrar empresa e colocar venda no cartão.


Palavras Finais: Agradeço ao blog Grito Coletivo pela oportunidade de apresentar meu trabalho através desta entrevista. Iniciativas como essa são importantíssimas para divulgação e união dos artistas da cidade. Desejo que haja cada mais entrosamento entre a classe artística musical da cidade e que os dons artísticos locais sejam divulgados e valorizados. Minha oficina está à disposição para quem quiser conhecer a arte da luthieria (Alameda Ipiranga, 219 - Centro).


Face 2


Telefones: 3444-1279 – 96888325

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DJ Ronas Ribeiro e o eletrônico.



Conheci o Ronas ainda bem pequeno, filho de um cara que tinha um dos melhores ouvidos e técnico de som nos áureos tempos do Surf Bar. Eu conheço muito pouco de música eletrônica, eu confesso, mas assistindo seus vídeos e acompanhando sua mídia, eu sei que está representando muito bem a cena eletrônica São Chicana. Hoje desvendamos mais uma parte, pra mim um grande aprendizado, da nossa música, com o DJ Ronas Ribeiro. Por Paulo Reis. 

[Grito Coletivo] Quando e como começou a carreira de DJ?
[Ronas Ribeiro] R: Comecei em 2005 em pequenas festas de aniversário, era apenas uma brincadeira, mas quando vi já tinha se tornado um sonho... Aos poucos comecei a ganhar espaço e correr atrás do meu objetivo. Em 2008 mais ou menos fui chamado para minha primeira “balada” de verdade, e daí pra frente percorri 1 ano todo de aprendizado para atingir meu objetivo.

[Grito Coletivo] Quantas músicas você já lançou?
[Ronas Ribeiro] R: 2016 é o ano que pretendo lançar minhas próprias produções, por enquanto tenho trabalhado com meus DJs sets (podcast). Na musica eletrônica o dj trabalha com uma junção de varias musicas gravadas juntas (mixadas) e postadas para seu público baixar, acompanhar e ouvir. Ainda não possuo produções próprias, mas como disse, pretendo lançar esse ano!

[Grito Coletivo] Como é a cena eletrônica de São Chico?
[Ronas Ribeiro] R: São Chico é uma cidade bem complicada para cena eletrônica, pois temos apenas 1 clube, o Banana Joe, clube onde por acaso dou DJ residente a 6 anos. O Clube é dividido em dois estilos, o comercial e o underground, e temos mudado bastante o conceito sobre musica eletrônica na nossa cidade, e isso tem crescido cada vez mais. Sobreviver da musica eletrônica aqui é muito difícil, hoje graças a Deus vivo da musica, mas foram anos e anos sofridos, pois não tinha o mesmo suporte que tenho hoje, e sempre houve muito preconceito com a musica eletrônica aqui, mas felizmente isso mudou e hoje nossa cidade está com a cabeça muito mais aberta.

[Grito Coletivo] O público do eletrônico recebe fácil ou não os trabalhos autorais?
[Ronas Ribeiro] R: Na musica eletrônica é bem dividido, temos o pública que gosta do novo, mas boa parte prefere as mais conhecidas, os remix de clássicos, e das musicas que mais marcaram! Em nossa cidade, nosso público está aceitando bem as novidades, mas na pista as mais conhecidas sempre funcionam melhor!

[Grito Coletivo] A cena eletrônica tem dificuldades para se desenvolver, assim como a cena das bandas?
[Ronas Ribeiro] R: Com certeza, o preconceito com DJs em determinados núcleos é grande. Já ouvi muitas vezes o tipo de comentário: Nossa você vai cobrar tanto só pra colocar umas musicas? . Então acaba se tornando mais difícil ainda, por ser um trabalho onde você é a banda inteira, e algumas pessoas acabam achando que por ser só você, é mais fácil, mas não é não, rsrs!

[Grito Coletivo] Quais as dificuldades e facilidades encontradas na cena eletrônica de São Chico?
[Ronas Ribeiro] R: O mais complicado em São Chico é ter eventos aonde trabalhar, pois como só temos 1 club, acaba que temos poucos eventos. Nas cidades grandes é muito mais fácil, pois as os eventos começam na quarta e terminam no domingo. Já aqui é basicamente apenas verão.
Porém nosso ponto fácil, é que por ser cidade pequena, boa parte dos eventos realizados sempre são bem sucedidos, tenho orgulho de fazer parte da equipe do Banana Joe a tanto tempo.

[Grito Coletivo] Em comparação com os shows que você já fez fora da São Chico, onde é mais valorizado, dentro ou fora da cidade?
[Ronas Ribeiro] R: Com certeza fora de São Chico. Infelizmente e felizmente, tenho um reconhecimento muito satisfatório em outras cidades, conquistei um espaço muito bom durante esses anos de caminhada em várias cidades de SC e PR. 
Nossa cidade demorou um pouco a aceitar a musica eletrônica, e isso ajudou que a demora pela valorização do DJ acontecesse aqui. Mas do ano passada pra Ca isso mudou satisfatoriamente, e estou realmente feliz com os acontecimentos recentes.

[Grito Coletivo] Em relação a outras regiões, como você diria que está o nível da cena eletrônica de São Chico?
[Ronas Ribeiro] R: Crescendo, e crescendo bastante. Antigamente quando eu fugia de São Chico para tocar em eventos eletrônicos em Joinville, nossa cidade não gostava de eletrônico. Hoje em dia vemos grupos e mais grupos de pessoas buscando festas eletrônicas em outras cidades, e cada vez apoiando a musica eletrônica na cidade. Isso me deixa muito feliz.

[Grito Coletivo] Já fez parcerias ou dividiu o palco com bandas e outros tipos de estilos musicais? (caso sim conte um pouco e cite nomes)
[Ronas Ribeiro] R: Já tive muitas experiências com DJs de outros estilos, como funk, hip hop, etc. E fiz abertura para shows nacionais de grande porte, como Chimarruts, Paralamas do Sucesso e Papas da língua.

[Grito Coletivo] Tenho visto que você anda sendo chamado pra tocar com DJ’s renomados, como tem sido isso?
[Ronas Ribeiro] R: 2015 e 2016 para mim foi um ano surreal. Dividi palco com DJs que eu era fã, e hoje em dia tenho a oportunidade de ser amigo desses caras, encontrar com eles fora dos palcos, trocar idéias, e isso me faz pensar como meu trabalho está hoje em dia, pois olho pra trás e lembro quando eu apenas via esses caras pelo youtube, hoje sou amigo deles, é realmente incrível.

[Grito Coletivo] Você me disse que ira lançar um disco ainda este ano, onde e quem produzirá?
[Ronas Ribeiro] R: Estou com os trabalhos em andamento, mas ainda não posso soltar detalhes. Será uma surpresa, rsrs

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Ronas Ribeiro] R: Continuar com meu objetivo e focar no meu trabalho, pois os frutos dos últimos meses foram realmente animadores. Esse ano terei faixas próprias lançadas, e terei prazer em anunciar aqui para vocês conferirem.


Snap: djronasribeiro

Contato/Whats: (47) 9933-0733

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Harvau: experimentando.



Em 2012 nascia a banda Harvau, power trio que mudou a cena rock São Chicana. Mergulhados nos clássicos do rock mundial, Rodrigo Passos (guitar/vocal), Téo Lobo (baixo/vocal) e Djavan Agostinho (bateria) não esperaram e sem pedir licença foram logo dominando a cena e de quebra lançaram um álbum com 10 músicas. Não bastasse lideraram a cena numa retomada que gerou alguns dos principais festivais de rock da cidade dos últimos anos. Uma das bandas que eu mais aguardo o próximo disco e já tive a grande honra de dividir o palco. Uma verdadeira vau para o rock'n'roll e pilar da cena São Chicana! Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Qual estilo de som a banda vem fazendo?
[Harvau] (Téo) Falar sobre o som que fazemos hoje é traçar uma linha de mudanças. Inicialmente a Harvau seguia a linha do Rock and Roll, bastante influenciada pelos anos 60 e 70. Passamos por muitas coisas desde o início, experimentamos diversas situações e, principalmente, buscamos ao longo dos anos sermos honestos com a nossa música e com a nossa satisfação pessoal. Para os que conheceram e frequentaram a “Casa Maluca”, atualmente tentamos resgatar as experimentações e improvisos daquele tempo. Hoje vejo a Harvau sendo levada pela corrente do som progressivo com um tom psicodélico.

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o som de vocês?
[Harvau] (Téo) Nosso som é uma mistura de estilos e influências. O Rodrigo trouxe bastante coisa de Mutantes, Pink Floyd, passando por The Doors, Janis e Jethro Tull. Eu fui bastante influenciado pelo som do Jimi Hendrix, The Beatles e King Crimsom. Já o Djavan sempre levou consigo o balanço da sua raiz no samba misturado às batidas fortes do Rock.

[Grito Coletivo] Vocês lançaram o primeiro álbum em 2013, o que mudou de lá pra cá?
[Harvau] (Téo) Bastante coisa mudou. Ainda tocamos músicas do primeiro álbum, mas não vejo a mesma banda no palco. Tocamos há anos juntos. Começamos em trio e pelo caminho tivemos o prazer de termos conosco no palco com a Harvau músicos como o compositor e guitarrista Tiago Constante; o compositor e multi-instrumentista Paulo Reis; o músico, produtor, proprietário do 2K Estúdio, Kelwin Grochowicz, que por um tempo assumiu as baquetas e sempre esteve presente na nossa produção; o músico Davi Winter que, inclusive, participou de uma música do álbum; e tantos outros que passaram e deram sua contribuição. Tudo isso faz parte da evolução e acabamos mudando. Nos ensaios e apresentações gostamos de improvisar e criar, ter confiança e vontade pra isso é resultado de anos tocando juntos. Hoje voltamos à formação original e estamos reformulando algumas coisas, mas a amizade e entrosamento só aumentam.

[Grito Coletivo] O álbum Vau do Rock and Roll ficou bem conhecido pela acidez e críticas sociais presentes na maioria das letras, isso ainda é o foco no som da banda?
[Harvau] (Téo) Sempre foi e continuará sendo. A música é uma mensagem, uma forma de pensar, de agir e de ser.
Grande parte dos artistas ignoram a responsabilidade que têm como formadores de opinião e “influenciadores” de atitudes. Músicas com letras sexistas, discriminatórias e sem nenhum conteúdo, por exemplo, pulverizam seus ouvintes, que são receptores dessas mensagens, e é preocupante a forma como o público em geral recebe esse conteúdo e demandam isso. Torna-se um ciclo, a oferta e a demanda, isso empobrece a música, a cultura e o pensamento crítico. Nós estamos cientes da nossa responsabilidade como parte de uma ferramenta de mudança.

[Grito Coletivo] O processo criativo de vocês continua o mesmo?
[Harvau] (Téo) Nosso processo criativo continua e acredito que continuará o mesmo. Somos grandes amigos, nos reunimos para nos divertir e foi assim desde o início. Não somos metódicos. Muitas vezes alguém cria algo sozinho e traz para banda. Outras vezes improvisamos para ver o resultado disso. Gravamos esses improvisos para trabalharmos posteriormente. Já perdemos muito conteúdo pelo caminho por não gravarmos, mas dessa forma conseguimos extrair o que realmente somos.

[Grito Coletivo] O Festival NVTC (Não vai ter coca) já é considerado por muitos como um dos maiores e melhores festivais da região. Na cidade, com certeza, é o maior e melhor. Vocês tocaram na primeira edição, estão confirmados na segunda que acontece em maio?
[Harvau] (Téo) Oficialmente ainda não fomos confirmados, mas já está praticamente certo e estamos preparando algumas coisas novas.

[Grito Coletivo] Como veem a cena autoral hoje, analisando todo este tempo atuando na cena local?
[Harvau] (Téo) Vivemos um momento interessante, de contraste e ruptura. A indústria musical vive da demanda, cria as necessidades e o público de massa surfa nessas ondas. Vemos safras de músicas com cada vez menos conteúdo sendo lançada nos grandes meios, tanto nas letras quanto na sua composição, e é perceptível o quanto a música já não é o mais importante para esse público. Paralelamente corre um cenário oposto, vejo uma solidificação do autoral como uma engrenagem cada vez mais forte. Um sistema sem dependências que cresce tanto em público quanto em produção musical. Eventos cada vez mais fortes e a fome de um público que aumenta a cada dia em um cenário tecnológico e profissional nos deixa com o sentimento de que, se não estamos no ponto ideal, estamos caminhando forte no caminho certo.

[Grito Coletivo] Na opinião de vocês qual a maior deficiência e a maior eficiência da cena São Chicana?
[Harvau] (Téo) Tanto a deficiência quanto a eficiência são um conjunto de fatores determinantes. Os principais complicadores: a inexistência de apoio público e o pensamento coletivo de uma parte dos músicos e do próprio público. Não é novidade que os artistas francisquenses são ignorados, definitivamente não existe apoio, vontade e interesse. A Festilha é um de vários exemplos. A Festa das Tradições da Ilha minimiza artista francisquense, que fica a mercê de uma hierarquia de sanguessugas e parasitas. É impressionante a quantidade e a qualidade dos artistas da nossa terra que não são devidamente reconhecidos. Não existe valorização do artista, é comum o artista ficar perdido por não saber qual a data e horário será a sua apresentação e ser avisado no dia e um cachê simbólico. Não temos espaço no material de divulgação do evento, somos rotulados somente como “Artistas Locais” na programação! É apenas um de vários exemplos, infelizmente não há o compromisso do poder público para fomentar a cena. Quem sabe se fossemos uma empresa que apoia e financia campanhas políticas, não é mesmo? Naturalmente pela falta de apoio acabam surgindo correntes independentes que movimentam a cena. Participamos diretamente na produção, juntamente com outros músicos, de eventos como o Grito Rock, Festival da Música Independente e diversos eventos no antigo Rock Island Bar. E aqui chegamos a mais um complicador: o pensamento coletivo de uma parte dos músicos. Muitos entendem a importância da união, por esse motivo foi possível a realização de diversos eventos, mas a falta de sinergia de uma parte acaba minando esses movimentos. E por fim, o pensamento do público. Uma parte do público valoriza, de fato, as bandas da cidade que são tão fodas quanto ou até melhores que bandas de fora da cidade e até mesmo bandas consagradas. Porém, parte do público ainda entende que os músicos daqui devem tocar de graça ou não querem pagar entrada, que muitas vezes é simbólica, para assistir três, quatro ou até 5 bandas. Quando prestigiam, parecem que sentem sede de clássicos do Rock! Muitos aproveitam os momentos em que a banda toca músicas autorais para ir ao banheiro ou fumar um cigarro! O próprio Gillan (Deep Purple) disse uma vez que o Rock Clássico está matando o Rock, citando exemplos do próprio Deep Purple que não vê no público o interesse em ouvir canções novas em shows por estarem sedentos pelos clássicos do passado, como Smoke On The Watter. Se isso afeta bandas como Deep Purple, em quê magnitude isso atinge as bandas novas e/ou de menor expressão? O pensamento é o problema nesse caso, mas é nítido como isso vem mudando. Por outro lado, coisas boas vêm acontecendo. Novos artistas e bandas de muita qualidade surgindo. De um tempo pra cá temos um grande facilitador e via de acesso que é o 2K Estúdio. Artistas compondo e gravando suas composições de forma profissional. Álbuns e clipes sendo lançados a cada ano, coisas acontecendo, diversidade de estilos e o que é mais interessante, feito com a cara e a coragem. Outro ponto importante foi o surgimento do Dunas Arte Bar por meio do esforço da Daniela Nunes, Edson Bernstorf e Djavan Agostinho, dando muito espaço para os músicos e bandas da cidade. Vejo que maior eficiência está nesse conjunto de fatores e no processo de mudança do pensamento. Ainda há muito a melhorar, mas sem dúvidas ver que apesar de todas as dificuldades a cena vem se fortalecendo é muito gratificante e empolgante.

[Grito Coletivo] A Harvau sempre esteve envolvida com os principais movimentos musicais da cidade, ainda acham importante este engajamento?
[Harvau] (Téo) Importantíssimo. O que manterá os movimentos musicais acontecendo na cidade certamente é o comprometimento e engajamento dos músicos.

[Grito Coletivo] Ouvi falar de uma das últimas apresentações de vocês, no Dunas Arte Bar, que a formação original voltou e que já estão tocando repertório novo, é isso mesmo?
[Harvau] (Téo) Tivemos o prazer de tocar algumas vezes no Dunas Arte Bar. Na última apresentação tocamos algumas coisas novas, quem comparecer no Festival Não Vai Ter Coca poderá conferir.

[Grito Coletivo] Quais os principais objetivos para 2016?
[Harvau] (Téo) Continuar criando coisas novas e, quem sabe, dar início a um novo processo de gravações. 




Contato
Téo Lobo
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Rodrigo Passos
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Kid Natasha e o punk rock. 


Uma banda que eu admiro muito desde que os conheci. Personalidade, estilo e firmeza não faltam no som que fazem. Kid Natasha é um dos pilares da música da nossa cena com toda a certeza. Com uma nova formação desde o ano passado: Fernando “Joey” Mira (vocal), Claudio Augusto Francisco (bateria), Cleber Alexandre Francisco (Guitarra), Juliano Bianchi (Guitarra) e Marcelo Miranda (Baixo), continuam a batalhar pelo legado de um dos ícones do rock São chicano. Viga longa a Kid Natasha! Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo]  Ano de formação da banda?
[Kid Natasha]  R: 2004

[Grito Coletivo]  A Kid Natasha sempre foi conhecida no cenário por ser a única banda da segunda geração, depois da primeira geração nos anos 80, que fazem o Punk Rock em São Chico. Como é representar e carregar esta bandeira?
[Kid Natasha] R: Não pensamos nisso como um peso, mas sim como um exemplo para que outras bandas possam se identificar e não se deixar levar por rótulos e estilos passageiros. Só se faz algo bem feito quando se acredita no que faz.

[Grito Coletivo]  A banda passou por algumas mudanças de integrantes durantes os últimos anos. Estas mudanças mudaram o estilo de som da banda ou ainda fazem o Punk Rock?
[Kid Natasha] R: Sem duvidas, cada integrante que entra traz seu próprio estilo, o que agrega na sonoridade da banda, talvez um pouco mais pesada nos dias de hoje, mas a essência continua a mesma, sem rótulos. Criou-se essa imagem de Kid Natasha como banda punk por tocarmos bastante Ramones desde o início, mas nosso repertório é bem abrangente, gostamos de dizer que tocamos rock n’ roll.

[Grito Coletivo]  O Fernando Velho, baixista e vocalista, era uma das figuras mais conhecidas da banda. A saída dele mudou muito o som de vocês?
[Kid Natasha] R: Apesar de não ser um dos membros fundadores da banda, o Fernando Velho tem um estilo único, tanto em personalidade quanto em musicalidade. Ele sempre ajudou bastante nas composições. Porém, os compositores mais ativos sempre foram o Joey, o Rodrigo e o Claudio, eu diria que mudou sim, mas de uma maneira positiva.  O Marcelo é um excelente músico, agregou sua experiência e musicalidade sem mudar a característica da banda.

[Grito Coletivo]  Hoje em dia existe bastante espaço para bandas de Punk?
[Kid Natasha] R: Nosso repertório é bem diversificado, temos desde punk, rock n’ roll até umas pitadas de metal no repertório, acredito que a cena não é muito favorável pra nenhuma banda de rock, mas parece que, com a união de algumas bandas da cidade, e o pessoal que sempre batalhou pela cena local, isso tende a melhorar.

[Grito Coletivo]  E para tocar autoral em São Chico, existe espaço?
[Kid Natasha] R: Nosso som autoral sempre teve uma boa aceitação em São Chico, porém nunca teve espaço por parte dos contratantes. Desde o início, tocamos por teimosia. Volto a reforçar que, com a união dessa galera que quer ver a cena local crescer, possamos levar o som autoral das bandas daqui, pra outras cidades e quem sabe pra outros estados.

[Grito Coletivo]  Você sempre esteve muito conectado e ativo nos principais movimentos musicais da cidade, continua engajado e qual a importância deste envolvimento do músico com a gestão?
[Kid Natasha] R: Sim, prezamos muito por esses movimentos, talvez não tanto quanto queríamos, por falta de tempo, não por falta de vontade. Sabemos que se não por nós músicos, ninguém mais estaria tentando algo pela nossa cultura.

[Grito Coletivo]  Atualmente você e mais duas bandas estão formando um grupo/comitê para unir e articular com as bandas da cidade. Como funciona?
[Kid Natasha] R: Melhor o Marcelo responder, ele que está mais atualizado com esse movimento.

[Grito Coletivo]  Analisando desde o inicio da carreira de vocês as coisas ficaram mais fáceis desde lá?
[Kid Natasha] R: Nunca fica fácil. Talvez com a maturidade que a idade nos traz, nós aprendemos a lidar melhor com as dificuldades, mas fácil nunca fica. Talvez seja isso que nos mantenha sempre motivados a continuar.

[Grito Coletivo]  E o processo criativo de vocês mudou muito?
[Kid Natasha] R: Desde o início o processo é quase sempre o mesmo, cada um traz alguns riffs para o ensaio. Geralmente o Joey sempre tem alguma letra pronta, vamos juntando, moldando e modificando até achar o som que se encaixe no que procuramos no momento.

[Grito Coletivo]  Na visão de vocês, qual o maior problema na cena musical daqui?
[Kid Natasha] R: A falta de união e uma certa “rivalidade” entre alguns músicos. Não são todos, mas infelizmente tem.

[Grito Coletivo]  Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Kid Natasha] R: Acredito que a maior eficiência seja a criatividade. Todas as bandas locais, independente do estilo, estão lançando ótimos materiais, tanto em áudio como em vídeo. Temos também a parceria do Kelwin do 2K estúdio que supriu essa lacuna que faltava na cidade. A deficiência é a falta de apoio e incentivo cultural. Se não fosse pela união e esforço das próprias bandas, nada do que está sendo feito seria possível.

[Grito Coletivo]  Estão em estúdio atualmente?
[Kid Natasha] R: Atualmente estamos compondo novas músicas e ensaiando bastante pra ampliar o repertório.

[Grito Coletivo]  O que podemos esperar da Kid Natasha nesta nova formação?
[Kid Natasha] R: Não queremos mudar nada da essência da banda. O que podemos prometer é o mesmo empenho e entusiasmo de sempre e novas musicas autorais pra galera curtir.

[Grito Coletivo]  Quais os objetivos para 2016?
[Kid Natasha] R: Além de novas composições e reformulação no repertório, estamos estudando algumas possibilidades para começar alguns projetos audiovisuais. Por enquanto não temos nada muito sólido ainda, mas certamente assim que tivermos todos os detalhes, iremos divulgar pra galera.

Ps: Gostaríamos de agradecer o Paulo Reis e o Grito Coletivo pela oportunidade e o espaço, para que as pessoas simpatizantes do rock, possam conhecer um pouco mais das bandas e artistas de São Chico. 


Contatos:
Soundcloud

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Davi Winter e as Mozart'Anas

Na minha opinião o melhor músico da cidade. Davi Winter é um artista e um pensador nato. Toca muito diversos instrumentos e compõe e domina a linguagem dos instrumentos que toca com uma profundidade absurda. Vive com firmeza sua filosofia de vida e assim vai seguindo por estes 15 anos de carreira. Com passagens marcantes por diversas bandas, ele ainda arruma tempo pra ser um bom ator, como o clipe Chronos, da banda Thrash Avenger, pode provar. Um dos artistas que eu mais aguardo e desejo ver as composições gravadas. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Que ano iniciou sua carreira? 
[Davi Winter] Profissional acho que por volta de 1999 - 2000. Depois, resolvi por assim dizer, assumir uma postura de músico; toquei com algumas bandas e hoje sigo um rumo musical totalmente diferente. 

[Grito Coletivo] Como foi que iniciou na música?
[Davi Winter] Meu primeiro contato com um instrumento foi em 1995, acho que eu tinha apenas 11 anos. Foi, então, quando vi o Marcos tocando violão num bar; era próximo à casa onde eu residia, localizava-se próximo à Ponte da Pedreira, achava brilhante, e continuo achando brilhante os acordes que ele faz. Tempos depois, conheci um rapaz chamado Fernando Gato, um gênio musical de talento notável, foi quando vi, ouvi e percebi, que música era algo que eu realmente gostaria muito de fazer. O falecido Jeorge Leipnitz (Cadorna) um senhor muito querido e gente boa, me ensinou os primeiros acordes e dedilhados, no começo achei difícil e pensei em abandonar a música. Àquele mesmo ano, alguns meses depois numa tarde que eu não tinha nada para fazer, resolvi pegar o violão por conta e tocar.




[Grito Coletivo] Está tocando em alguma banda atualmente? 
[Davi Winter] Não chamaria banda mas, estamos montado um "projeto" Samba, Jazz, Reggae, Rock e Soul. O nome do grupo a princípio chama-se Ynamaré.

[Grito Coletivo] Quais as principais influencias para a sua música? 
[Davi Winter] As influências são muitas, na verdade, sempre estou conhecendo o "novo velho"! Há pouco tempo tenho escutado muito Almir Sater, um ótimo e brilhante músico brasileiro bem como, tenho ouvido muito Vila Lobos e Mozart.

[Grito Coletivo] Na última vez que conversamos vocês estava trabalhando na parte final das Mozart'Anas, em que pé está? 
[Davi Winter] Hahahahaha, quando achei que estavam quase prontas as minhas 9 Mozart'Anas, de repente um raio partiu minhas idéias em mil pedaços e atualmente apenas 3 delas estão legitimamente prontas.

[Grito Coletivo] Pretende produzi-las em estúdio? Caso sim, conte quando, onde e como. Caso não, o porque? 
[Davi Winter] Pretendo sim, aliás acho que em alguns meses dou inicio as gravações. O estúdio logicamente será o 2K aqui da cidade, vejo o Kelwin como uma peça chave tanto para as gravações como pela iniciativa dele de montar o estúdio.

[Grito Coletivo] Como enxerga o campo para a música instrumental/erudita na cidade? 
[Davi Winter] Não vejo campo, muito menos futuro tanto para a música instrumental bem como erudita. Os tche tcherere tche tches do cotidiano contribuíram muito para isso. Porém, é-se sabido que, uns poucos (diria no máximo dos máximos) 30 pessoas, talvez tenham uma certa admiração pelos respectivos estilos citados há pouco. A vantagem é que, querendo ou não, há uma "classe mais seleta" onde poucos se identificam e interagem com conceitos e "idéias" novas. É mister por minha parte fazer apologia à música "queda" do álbum "Os covardes não vão para o céu" que, vejo como uma obra sublime no barroco e faço questão de contempla-la e admira-la assim com admiro as obras barrocas de Bach.

[Grito Coletivo] Você acha importante o músico participar do trabalho extracampo e atuar nos movimentos musicais da sua cena? 
[Davi Winter] Essa é uma questão muito delicada, é caminhar num terreno inseguro e, muitas vezes até sem o conceito de unidade entre os músicos. Acho a idéia muito boa e a mais correta mas, a iniciativa não pode partir de um pequeno número de pessoas, muitas outras devem se envolver com: carinho, vontade e fé, para fazer com que uma grande idéia se faça florescer e produzir seus frutos. 

[Grito Coletivo] Você faz parte da geração de bandas/artistas que começaram a tocar no ano 2000, as coisas ficaram mais fáceis desde lá? 
[Davi Winter] Não sei responder ao certo mas, creio que para alguns sim e outros (a maioria) não. Querendo ou não, quem tem "influência de terceiros" tem mais acesso e vantagens para expor seu trabalho em público.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana? 
[Davi Winter] Essa é bem simples! Prós: Ajuda na questão sócio-cultural e formação de ideais, postura política (me refiro ao termo se tornar uma pessoa política e talvez até ativista) e tem moldado muito essa nova leva de jovens. Contras: Se qualquer pessoa ver o filme Amadeus, e compreender o desgaste que foi a vida de Mozart, vai compreender o que é ser músico em São Chico.

Davi no set de filmagem do clipe Chronos.
[Grito Coletivo] Você participou como personagem principal de um clipe da banda Thrash Avenger, como foi este trabalho? 
[Davi Winter] Foi muito divertido, se eu fiz um papel bom eu não posso dizer, cada uma que faça seu julgamento mas, a experiência foi muito boa e engraçada (gravações).

[Grito Coletivo] Foi difícil? 
[Davi Winter] Não, na verdade foi cansativo e "cranialmente" traumatizante! 

[Grito Coletivo] Atuaria de novo? 
[Davi Winter] Obviamente. A parte mais legal de trabalhar com isso, se for observar bem, é fazer algo grande com pouco; se divertir e aprender!

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016? 
[Davi Winter] Tentar terminar minhas músicas e, se tudo der certo, comemorar meu primeiro disco solo com muito vinho tinto seco!

Logo abaixo vocês pode assistir o vídeo da música "Chuvas de fevereiro" e o clipe Chronos onde Davi foi o ator principal.




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Daniela Nunes é uma daquelas guerreiras que vão fundo nos seus sonhos. Muito comprometida com a cultura do município, foi com esta filosofia que ela realizou nos últimos anos os projetos mais importantes da cultura São Chicana. Dona do Dunas Arte Bar, único e fundamental palco para bandas autorais da cidade e organizadora do Festival Não vai ter Coca, o maior da cidade, ela vem dando novos rumos a cena. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Qual a história do Festival Não vai ter coca? 
[Daniela Nunes] R. O Festival Não Vai Ter Coca começou com a vontade de 3 amigos de se unirem para criar um festival de música, arte, oficinas e intervenções artísticas durante o Feriadão de corpus christi no ano de 2014. Essa vontade de criar esse festival ficou muito grande porque naquela época somente se falava sobre copa do mundo. Então o Emilio Monteiro, o Marlon Miranda e o Marcel Abe se reuniram e com 3 cabeças pensantes em um momento de alegria juntaram várias situações que estavam acontecendo. Na época a empresa coca-cola esteve nas mídias por um escândalo de terem encontrado um RATO em uma garrafa pet , ai ligando a situação de que eles queriam criar um ambiente que fosse fugir as loucuras da copa do mundo. Os meninos optaram em não vender coca-cola no evento porque a coca cola também era patrocinadora da copa do mundo, e resolveram colocar o nome do FESTIVAL de NÃO VAI TER COCA e usar um ratinho como símbolo da arte de divulgação. A primeira edição aconteceu no ano de 2014 em Brusque-SC, bem na época das comemorações da copa do mundo. A segunda edição, que foi no ano passado foi resolvido entre o Marlon Miranda e o Marcel Abe que o FESTIVAL seria sediado pela cidade de São Francisco do Sul e o evento aconteceu lindamente em são chico. Tivemos cerca de 850 pessoas durante os 4 dias de festival, 22 bandas e 19 oficinas. Tudo isso em um sitio lindo em meio a natureza e a 2 quilômetros da praia de Ubatuba e Itaguaçu. Após o termino da segunda edição do festival foi feito uma reformulação da organização do FESTIVAL. Atualmente são 4 organizadores: Daniela Nunes, Marcel Abe, Joao Paulo Carvalho e Dorli Ullrich Abe.


Daniela Nunes (direita) com Jack Doung (centro)
[Grito Coletivo] Este será o primeiro ano que você assumirá totalmente a organização do festival, como se sente?
[Daniela Nunes] Bom, começamos explicando a minha entrada para a organização do FESTIVAL NÃO VAI TER COCA, no ano passado, ano de 2015. O Marlon Miranda veio a mim pedir uma ajuda em algumas coisas que ele estava precisando e no decorrer dos dias fui mostrando a minha ajuda e vontade de poder estar junto dessa organização. No termino do evento e com muitos pontos positivos que o evento alcançou no ano de 2015, eu fui convidada a fazer parte do corpo de organização do FESTIVAL. Me sinto desafiada e também muito feliz por trazer um evento desse nível de performances artísticas, apresentações de grupos folclóricos, apresentações de banda de renome em festivais de grande porte e também poder oferecer para São Francisco do Sul um evento desse nível CULTURAL. Estamos abrindo espaço para bandas de música autoral e consecutivamente incentivamos essa galera a não parar com os seus sonhos de levar a boa música e a disseminação da arte para os quatros cantos do mundo.

[Grito Coletivo] A gente vem interagindo com os artistas e público e é quase unanime a sensação de que o NVTC é o maior festival que a cidade já teve, você concorda?
[Daniela Nunes] R. Acredito que sim, por se tratar de um evento inteiramente independente sem nenhum tipo de patrocinador e com a variação de arte cultural.

[Grito Coletivo] O que torna o festival tão especial?
[Daniela Nunes] R. O Festival se torna muito especial ao meu ver, por sua atmosfera mágica. Porque durante os 4 dias de evento proporcionamos uns aos outros uma atmosfera psicodélica cheia muito amor. Em cada toque, cada click das câmeras super poderosas que vão chegando com seus fotógrafos muito fodas que ajudam muito com a sua arte porque é através da suas visões e experiências que as outras pessoas vão sentir a se emocionar com um evento feito inteiramente por pessoas que querem movimentar a cena da arte no nosso país. Se torna mais especial ainda por querer divulgar a arte de pessoas que estão nos bastidores da vida, dando a oportunidade de artistas nunca vistos por um grande público se apresentarem e mostrarem o quanto é valioso seu dom artístico. Mais especial ainda porque o FESTIVAL NÃO VAI TER COCA é um pequeno festival, mas de contra partida estamos super empenhados em divulgar a arte de todas as formas  e  também nos preocupamos com a questão de consciência ambiental. O Festival acontece em um lindo sitio em São Francisco do Sul, sitio esse do seu Gilberto e da dona Ledir, um sitio com um SAMBAQUI de mais de 5mil anos, um lugar incrível em meio a natureza, com animais, lagos, mato, amor, carinho e muita dedicação.  Todo lixo que será produzido durante o festival será devidamente selecionado e separado através de lixeiras identificadas para que o nosso lixo vá para uma empresa de reciclagem e possa render uma graninha pra alguém além de nós. Todo lixo orgânico produzido durante o evento será selecionado e criaremos uma composteira para poder ensinar as pessoas que tem esse interesse de conhecer como funciona pra produzir uma composteira no quintal da sua casa. Assim vamos deixar um adubo prontinho para os donos do sitio colocarem lá na horta. Por isso te digo que este FESTIVAL é muito especial.

Dani recepcionando público no NVTC 2015
[Grito Coletivo] Porque o festival é tão importante para a cena local?
[Daniela Nunes] R. Trazendo a missão de divulgar a arte e cultural regional num âmbito geral. Acreditamos que nossa ideia de criar um evento onde estamos abrindo um espaço nunca aberto aqui pela nossa cidade. Pois nossa meta é criar um evento onde durante 4 dias o público possa absorver o máximo de arte e cultura. Acredito que aqui por nossa região há muito poucos eventos neste nível, sendo que não temos apoio governamental e nem mesmo de empresas ou particulares. Dessa forma o evento se torna muito especial em se firmar pelo segundo ano em SÃO FRANCISCO DO SUL. Vamos ter contadores de história, malabares, músicos solo, bandas autorais, apresentações de grupos de danças folclóricos, bandas renomadas em festivais nacionais, oficinas de arte, oficinas de artesanato, palestras, teatros, artes em fotografia, pintores, dançarinos, palhaços, artesões e por ai vai. Uma infinidade de artistas todos juntos em meio a natureza durante 4 dias e tudo acontecendo durante 24 horas.  Se torna muito especial para nossa região, abrindo um pouco mais o leque de oportunidades para os artistas locais e regionais para se apresentarem para pessoas do Brasil inteiro.  Assim com o passar do tempo mais e mais eventos desse nível vão surgindo e automaticamente a cena local vai se enriquecendo.

[Grito Coletivo] Como vê a participação das bandas locais no evento?
[Daniela Nunes] R. Acabamos de abrir as inscrições para as bandas que querem mostrar seu trabalho vai do dia 19 de Fevereiro até o dia 13 de Março de 2016. Acredito que teremos muitas bandas da nossa região escritas, queremos sim dar a oportunidade do nosso povo mostrar o seu talento.  Um exemplo lindo a ser lembrado do ano passado foi da banda PÉ DE BRUXA, eles são ótimos e não estavam com um projeto autoral completo ai vieram se apresentar no edição do ano passado do festival, pós festival a banda se sentiu estimulada ainda mais com o apoio do público durante a apresentação deles no festival e esse ano acredito que eles voltam ao festival com uma linda apresentação totalmente autoral. Então como essa banda acredito que muito outras também se sentiram estimuladas a ensaiar a se dedicar em prol de um evento tão magico e que também vai trazer muitas experiências musicais e também existe amplas possibilidades de se surgir outras bandas com essa troca de experiências.

[Grito Coletivo] Além da organização do festival você é responsável pela gerencia do Dunas Arte Bar, responsável por  grande parte da movimentação da cena musical local, como é estar gerenciando as duas mais importantes frentes gestoras da cena São Chicana?
[Daniela Nunes] R. Sobre o DUNAS arte bar, montamos um bar todo estilo alternativo para poder usar como casa de show e também ajudar a abrir a cena musical com as bandas locais, mas devida a esta crise que o nosso país está enfrentando tivemos que fechar as portas e aguardar mais algum tempo para que esse sonho se torne realidade.


Dunas Arte Bar em noite de casa cheia.
[Grito Coletivo] Quais as bandas já confirmadas para a 3ª edição?
[Daniela Nunes] R. Para a edição a banda CONFRARIA DA COSTA, rock pirata, banda que traz consigo um baita apresentação com trajes diferenciados e um show muito dinâmico e divertido. A outra banda é a PIGS & DIAMONDS  banda essa que faz tributo a PINK FLOYD trazendo consigo o melhor do PINK FLOYD. Outra banda é SOPRO CÓSMICO. E olha que noticia linda, essa banda acabou de tocar no maior festival alternativo do Brasil o PSICODALIA e agora fazem parte do corpo de bandas. Outra também confirmada é a APICULTORES CLANDESTINOS. Esses caras são simplesmente demais e aquele mel de garrafinha que eles trazem é uma delícia e eles também se apresentam no PSICODALIA 2016. Teremos a linda apresentação do FILIPE BURGONOVO com seu violão magico que nos permite ouvir todos só seus sentimentos expresso em melodias. Confirmada também a banda HARVAU, banda de 3 amigos formada em SÃO CHICO. Trazem consigo a levada do rock n roll.  Até o momento são as bandas confirmadas.

[Grito Coletivo] Antes do Festival e do Dunas você já vinha fazendo parte da cena gestora de cultura da cidade provento outros encontros artísticos e articulando o intercambio de artistas. Depois destas experiências é possível identificar o principal problema e um caminho para uma maior eficiência da música São Chicana?
[Daniela Nunes] R. Bom melhorar nossa linda cidade deve melhorar em todas as áreas, SÃO FRANCISCO DO SUL tem 512 anos de história e não tem se quer uma LEI DE INCENTIVO A CULTURA. Precisamos ser vistos!  Essa cidade tem um potencial enorme, cidade história com um povo super acolhedor e trabalhador. Uma cidade com um dos portos com mais movimento de carga do estado. Em nossa cidade temos várias bandas de música autoral e covers, grupos de danças, grupos folclóricos, grupos de teatro, compositores e muitos mais. Existe um verba destinada a aplicação na disseminação da cultura no país e nós não conseguimos nada por não ter essa lei em nosso Município. Me pergunto porque será? Sou esposa de um compositor EDSON BERNSTORFF, musico e compositor, entrei neste mundo de arte, música e cultura a 8 anos e gostaria muito de ver uma cena cultural mais desenvolvida na nossa cidade.  Um artista apoiando o outro, acredito que com o movimento que o festival vai trazer pra cidade algumas parcerias surgiram.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Daniela Nunes] R. Nem sei direito rsrsrs. Na verdade minhas metas esse ano são conquistar o máximo de paz possível, viver um dia de cada vez, respeitando o meu próximo fazendo o que puder para disseminar arte e cultura aqui em nossa região. Me envolver o máximo com arte. Trabalhar bastante, curtir alguns festivais durante essa ano, buscar mais informações importantes para conseguir ter um evento muito lindo e magico como o festival não vai ter coca. Criar e organizar um festival juntamente de amigos queridos um evento voltado para o público lgbt evento esse que será em SÃO PAULO. E o futuro só que sabe é Jah  J

Abaixo você pode conferir um documentário feito logo após a edição de 2015. 


Face

Contato
Dani Nunes
47 9947-6010

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Thrash Avenger: Chronos


Retomando o projeto depois de um hiato, a Thrash Avenger, formada em 2009, é uma daquelas bandas que sabem bem o que querem. Em 2013 a banda fez história elevando o nível das produções musicais na cena São Chicana. É uma daquelas bandas que não esperaram por ninguém e investiram forte em seus projetos. Além disso, outro legado importantíssimo, é que William Goulart (vocalista/guitarra) me ensinou que é possível sim, músicos de diferentes estilos trabalharem juntos e com sucesso. Na nova fase da banda ele vai nos contar um pouco da história e dos rumos da Thrash Avenger. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Quem são os integrantes?
[Thrash Avenger] Jonathan Cabelo (Baixo), Cristiano Bodão (Bateria), Marlon Lorde(Guitarra), William Coca (Guitarra e vocal).

[Grito Coletivo] Que som vocês vem fazendo?
[Thrash Avenger] Thrash Metal com uma pegada heavy.

[Grito Coletivo] Quais as influências para o som de vocês?
[Thrash Avenger] Ozzy, Kreator, Black Label Society entre outros do Thrash e Heavy.

[Grito Coletivo] Em 2013 vocês foram além de primeira banda da geração 2K, os primeiros a prensarem um disco em muito tempo na cena local, como veem isso?
[Thrash Avenger] Vejo isso como uma evolução para cena local, acabamos incentivando outras bandas também, trazendo  profissionalismo a cena.

[Grito Coletivo] Além disso vocês lançaram um videoclipe que elevou bastante o nível deste tipo de produção na cena local, fale um pouco disso?
[Thrash Avenger] A gravação do videoclipe foi um grande salto, descobrimos o quanto podemos ir longe. Quando se trabalha com dedicação e seriedade.

[Grito Coletivo] Depois da experiência de lançar material prensado e videoclipe, no próximo trabalho vocês pretendem repetir a receita? 
[Thrash Avenger] Com certeza e dessa vez iremos mais longe, com confecção de camisetas, bandeiras, prensagem de CD , gravações ao vivo e videoclipes.

[Grito Coletivo] Quem da primeira formação ainda permanece na atual?
[Thrash Avenger] Isso na verdade é um grande rolo (risos), pois passou tanta gente na banda que eu acabei me perdendo. Houve outra primeira formação, mas levo em consideração como primeira a que temos registro, no caso essa última. Então pensando assim, ninguém da primeira formação irá fazer parte da atual.

[Grito Coletivo] Elementos como dois vocalistas e o vocal gutural ainda permanecem nesta nova fase?
[Thrash Avenger] Ainda estamos discutindo essa possibilidade, nada certo até o momento. Apenas o vocal será gutural agora.

[Grito Coletivo] Esta mudança na formação vai mudar muito a sonoridade da banda?
[Thrash Avenger] Sim, o som vai ficar bem mais agressivo e vai perder um pouco do Heavy Metal.

[Grito Coletivo] O que podemos esperar do som da Thrash Avenger na formação atual?
[Thrash Avenger] Muita pancadaria (risos), som de qualidade , riffs pesados ao extremo e ritmos eufóricos pra ninguém ficar parado.
[Grito Coletivo] Vocês sempre estiveram muito conectados e ativos nos principais movimentos musicais da cidade, continuam engajados e qual a importância deste envolvimento do músico com a produção?

[Grito Coletivo] Qual a principal mudança na cena local desde o início de vocês em 2009? As coisas ficaram mais fáceis desde lá? 
[Thrash Avenger] O Surgimento de estúdio de gravação aqui na cidade e outros profissionais áudios e visuais.
Sim, hoje em dia está muito fácil gravar um CD, videoclipe com profissionalismo mas ainda há a dificuldade de encontrar lugares para conseguir se apresentar e ainda ganhar um dinheiro. 

[Grito Coletivo] Qual a maior deficiência e a maior eficiência da música São Chicana?
[Thrash Avenger] Falta de interesse do próprio pessoal da cena, Os poucos que tem interesse fazem valer a pena.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
Thrash Avenger] Voltar com toda força e mostrar para que Thrash Avenger veio.


Palco MP3

Contato
Nuvem: a retomada


A banda Nuvem, formada em 2006, tem como integrantes Doga (guitarra e voz), Jan (baixo e vocais) e Jô Barba (bateria e vocais). Todos são bem conhecidos na cena São Chicana. Com esta formação a banda iniciou em 2015 seu trabalho autoral e vem ganhando espaço rapidamente e se tornando uma das bandas mais atuantes da cena atual. Doga também tem um belo histórico como produtor, tendo realizado vários festivais importantes ao longo dos últimos 15 anos.  Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Ano de formação da banda?
[Nuvem] (Jan) A primeira formação em foi novembro de 2006, então 2010 com a saída de um integrante ficamos um período parados. E finalmente 2014 retornamos como trio.

[Grito Coletivo] Que som vocês vem fazendo?
[Nuvem] (Jô) Estamos trabalhando em dois projetos paralelos: Estamos compondo e solidificando nosso repertório de covers.

Nuvem no Bar do Museu.
[Grito Coletivo] Quais as influências para o som de vocês?
[Nuvem] (Jô) No caso das músicas autorais podemos dizer que temos uma forte tendência à sonoridade Grunge e o rock brasileiro dos anos 80/90. E no nosso repertório de covers trabalhamos vários estilos dentro do universo do Rock.

[Grito Coletivo] A banda parece estar num ótimo momento, ao que se deve?
[Nuvem] (Doga) Acredito que o principal é a amizade e o respeito que cultivamos durante esses longos anos. Aprendemos a trabalhar como banda, no sentido da responsabilidade, dedicação e compreensão. (Jan) Com isso você junta os ensaios regulares, apresentações agendadas e novas canções sendo compostas. (Jô) É isso motiva e solidifica cada vez mais o grupo. 

[Grito Coletivo] Grande parte da sua carreira foi com o violão como instrumento central, como foi esta transição para a guitarra?
[Nuvem] Estou aprendendo a lidar com o conjunto Guitarra + Cubo + Pedais de Efeito. No meu caso sou a única guitarra e o vocal principal na Nuvem. É um desafio controlar as duas funções, porém estou aprendendo um pouco a cada dia. No meu tempo.  

[Grito Coletivo] Como o público tem reagido aos sons autorais nos shows de vocês
[Nuvem] (Jan) Reage bem, né? (Doga) Sim, geralmente o público que sai pra noite não costuma prestar muito atenção nas canções autorais. Porém tenho notado que nossos sons têm agradado. E sempre tem alguém que presta atenção e ai a noite valeu a pena!

[Grito Coletivo] Já estão em estúdio trabalhando material, é isso mesmo?
[Nuvem] (Jô) No início de março começa nosso contato com estúdio. (Doga) No momento estamos compondo, porém já temos 5 canções autorais que incluímos nas nossas apresentações regulares.

[Grito Coletivo] Diogo, você sempre este envolvido com gestão e produção, e realizou importantes festivais no início dos anos 2000, continua engajado e qual a importância do músico com este tipo de trabalho?
[Nuvem] Acho que o trabalho que fizemos naqueles festivais foi importante para plantar algumas sementes. Mas hoje minha participação dentro da cena está mais focada em realizar um trabalho de qualidade com a Nuvem. Mas ainda penso muito em como ajudar a nossa cena. Por exemplo: penso que o músico que não está no palco passa a ser público também, e se esse pessoal que gosta de música (isso incluo a nuvem também) fosse mais presente nas apresentações das bandas locais os bares cresceram e consequentemente os músicos terão mais mercado.  Acredito que ações mais simples, porém coletivas tem maior poder do que o sacrifício individual.

[Grito Coletivo] Em 2015 você esteve à frente do Encontro de Bandas, no Café Museu, como analisa o resultado?
[Nuvem] Eu ajudei, mas não posso dizer que estive a frente. Os créditos eu deixo para o Jan e o Nahuel (Undergraal) que correram atrás e organizaram os encontros. (Jan) O Primeiro evento seria uma apresentação informal, só para amigos mesmo. Então conversei com o Cesar que era o responsável pelo Café do Museu ele cedeu o espaço e decidiu abrir o evento ao público. A resposta foi muito positiva tanto para as bandas quanto para o bar. E motivou o segundo que foi preparado para ser realmente um evento focado no público. (Jô) E dali nasceu uma parceria/amizade entre as bandas Nuvem e Undergraal.  

[Grito Coletivo] O projeto continuará este ano?
[Nuvem] (Jan) Não sei. A vontade das bandas é sim realizar novamente o encontro. Expandir a novos convidados e formatos. Porém houve uma fatalidade no final do ano passado que foi o falecimento do Cesar (Responsável pelo Café do Museu). Ele foi fundamental para a realização dos dois eventos. (Doga) Estamos conversando sobre realizar um evento esse ano para homenagear o Cesar. Mas não tem nada definido ainda.

[Grito Coletivo] Depois de uma década atuando na cena local, quais as principais mudanças conseguem identificar na cena atual?
[Nuvem] (Jô) Um crescimento na quantidade e variedade de bandas. Hoje na cidade temos grupos de Rap, várias bandas de Rock, Reggae, Pop, etc. (Jan) E o pessoal tá bem mais preocupado com a qualidade também.

[Grito Coletivo] As coisas ficaram mais fáceis desde lá?
[Nuvem] Não. Ser músico no Brasil é um desafio extremo tanto financeiro como artístico. Ai você traz isso para realidade da nossa pequena cidade do interior só maximiza as dificuldades. Mas o importante é continuar seja por diversão ou profissionalismo.

[Grito Coletivo] Qual a maior deficiência e a maior eficiência da música São Chicana?
[Nuvem] De positivo é a matéria prima! Temos músicos brilhantes, poetas incríveis e até um pessoal empreendedor. De negativo pesa mais o fato de São Francisco do Sul ter um potencial turístico/cultural enorme e não desenvolver esse segmento. O que praticamente obriga o pessoal a sair daqui para crescer.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Nuvem] Continuar trabalhando é o principal. Sendo compondo ou tocando por ai. 


ContatoJan (47) 8422-1684 -  janilson.alves@gmail.com
Doga (47) 8461-2226 – camposdelima@gmail.com
Jô Barba (47) 8420-1377 - jonilton@gmail.com


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Entidade Ilícita e o pós punk.


Formada em 2011, a banda de pós punk Entidade Ilícita não perdeu muito tempo, Joey (vocal), Kelwin (guitarra), Jonathan (contra baixo) e André (bateria), foram logo começando a história da banda trabalhando firme somente nas próprias composições e apesar de não terem aparecido muito ao público ainda, tem uma postura bem firme e sabem muito bem o que querem. Na fase final da produção do seu primeiro álbum, é com eles que a gente conversa hoje. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Qual o estilo de som que vocês fazem?
[Entidade Ilícita] Pós punk.

Ensaio no 2K Estúdio.
[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o som de vocês?
[Entidade Ilícita] A maior influência com certeza é o Joy Divison , pioneiros da cena! Tentamos colocar todos os nossos gostos no som, e o pós punk permite “brincar” com mesclas de estilos. Tanto que cada um dos integrantes curte algo diferente um do outro, e isso beneficiou e muito nosso som, tornando cada música diferente da outra.

[Grito Coletivo] Vocês estão desde o ano passado em estúdio e vi recentemente que o trabalho está concluído, é isso mesmo?
[Entidade Ilícita] É verdade! Nosso primeiro álbum está quase finalizado. Estamos muito animados e eufóricos  com o resultado que alcançamos.

[Grito Coletivo] Onde e quem esta produzindo o CD?
[Entidade Ilícita] Estamos gravando no estúdio 2k e produção esta sendo feita por nós mesmos, tentando fazer algo único e ao mesmo tempo inovador (contemporâneo).

[Grito Coletivo] Quantas faixas são?
[Entidade Ilícita] Bom nesse primeiro projeto da banda resolvemos gravar todas as musicas que estavam em nosso repertório, num total de 14 faixas. Como todas as canções estavam com a mesma atmosfera, não vimos o porquê de não gravar todas elas.
[Grito Coletivo] Pretendem prensar o material?
[Entidade Ilícita] A princípio vamos fazer uma tiragem bem limitada de 100 copias. Se o disco for bem aceito, pensaremos numa tiragem maior no futuro.

[Grito Coletivo] Contem um pouco de como foi a produção deste trabalho?
[Entidade Ilícita] Cansativa e empolgante! Tivemos que regravar várias vezes, vocais que ficavam errados, bateria fora de tempo etc. Mas... Perto do final da produção, ficou muito divertido, começamos a fazer experiências com efeitos e adições de sons nada convencionais. Com tudo foi muito divertido fazer esse trabalho.

[Grito Coletivo] A Entidade é uma banda nova, mas todos os integrantes tem já alguma estrada na cena rock da cidade. Pretendem se engajar nos movimentos que fazem trabalho extracampo, como gestão e produção, grupos, coletivos, associações e etc?
[Entidade Ilícita] Sim! Em nosso município a cena do “rock” é muito obscura, quase não existem eventos para que as bandas mostrem do que são feitas. E se por ventura vier a existir um comitê ou outra coisa do tipo, será bastante útil para nós artistas. Acho que juntos somos mais fortes, separados somos presunçosos. Para que exista uma cena em nossa cidade, devemos caminhar juntos, para alcançar um objetivo em comum.

[Grito Coletivo] Qual a importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Entidade Ilícita] É uma obrigação! Porque só assim conseguiremos algo concreto para o bem da arte aqui na cidade.

[Grito Coletivo] Vocês ainda não fizeram shows, mas é provável que agora com o CD pronto, estejam pretendendo ir para o palco, correto? Enxergam um bom espaço e oportunidades para vocês na cena atual?
[Entidade Ilícita] Na verdade tocamos apenas uma vez, que foi no domingo histórico aqui em SFS... Tocamos 6 músicas que já tínhamos da antiga formação.
Ensaio no 2K Estúdio.

[Grito Coletivo] Na visão de vocês, o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Entidade Ilícita] A individualidade dos artistas e os órgãos públicos, ambos estão nadando contra corrente.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Entidade Ilícita] Os responsáveis pela gestão cultural da cidade precisam se interar mais com os músicos, sabendo suas necessidades e gerar melhor a administração dos recursos, para que possa ter um companheirismo a apoio aos eventos musicais.

[Grito Coletivo] Pretendem gravar algum clipe?
[Entidade Ilícita] Talvez no futuro, nossos esforços estão focados no termino desse álbum.

[Grito Coletivo] Alguma previsão para o show de lançamento?
[Entidade Ilícita] Estamos pensando em algo perto de maio ou junho, não sabemos ao certo.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Entidade Ilícita] Divulgar o nome da Entidade Ilícita em shows locais e fora da cidade, divulgando nossas musicas e entreter as pessoas que buscam na musica, uma fuga da realidade.
Queríamos agradecer ao Paulo Reis e o Grito Coletivo pela oportunidade de divulgarmos nossas idéias e metas, valew.  


Face

Contato
Joey
99815198
entidadeilicita@gmail.com

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Tiago Constante: Pedrada na vidraça


Há quase 20 anos na arte São Chicana, Tiago Constante é o camaleão da nossa cena. Aquele que vai fundo, passeia sem medo de um estilo a outro, experimenta e se transforma naquilo que vira em cada coisa que faz. Artista completo, pois além de músico (guitarrista) e compositor, é ativo no que diz respeito às frentes que transformam, para melhor, nossa cultura. E ainda arruma tempo pra produzir e editar os próprios videoclipes e já produziu um curta-metragem. Na vanguarda da arte São Chicana, lançou em 2015 o EP Das Antiga, que já está na segunda tiragem. Ainda em 2015 teve outro ponto alto com uma grande apresentação no festival “Não Vai Ter Coca” (NVTC). Ele inicia o ano com novidades e nos conta o que pensa a respeito da sua arte e da nossa cena. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Você lançou seu primeiro EP no início de 2015, o que mudou de lá para cá?
[Tiago Constante] A produção do Das Antiga foi um processo longo e cansativo, visto que eu resolvi assumir a maior parte das funções. Claro que nunca se faz um disco sozinho, e tive parceiros que me ajudaram em diferentes partes do processo. Desde a composição e arranjos, passando por gravar a maioria dos intrumentos (só não gravei bateria porque não sei tocar rsrs), encarte , site, clipes. Enfim, cada tarefa dessas exige muita dedicação e parece que nunca vai ficar pronto. Gostei bastante do resultado sonoro e estético do disco, e a resposta do público também tem sido bem positiva.

Capa do EP Das Antiga (2015)
[Grito Coletivo] No período de pré-lançamento do seu disco, eu escrevi um texto falando que você é o grande e talvez o único músico que imprimiu os elementos naturais e culturais da ilha/praia nas composições, na história da música francisquense, você concorda? 
[Tiago Constante] Bom, eu vejo que essas referências aparecerem na minha música é uma coisa natural, visto que representa a minha vivência, então não teria nem como ser de outra forma. Eu considero inclusive que estas influências estão bem discretas, em função da escolha do repertório mais voltado pro blues. Quem me conhece a mais tempo sabe que tenho uma parte das composições com uma linha bem voltada para o som de praia. Eu não sou dos mais conhecedores da história musical de São Chico mas olhando as músicas que vem sendo produzidas nos últimos anos na ilha, temos algumas referencias bem explicitas à cidade e ao mar.

[Grito Coletivo] O seu EP foi um dos poucos materiais prensados até hoje na cena autoral São Chicana, como analisa hoje a façanha?
[Tiago Constante] Eu acho que foi um processo natural. Até gravar o Das Antiga, eu achava que ja tinha gravado ‘varios discos’. Mas na verdade, tinha só registrado diversas canções de forma caseira, por mais completos que ja fossem os arranjos, a qualidade das gravações era muito baixa. E mesmo nesses trabalhos eu já pirava nas capas e artes graficas. Mas tudo em casa. Quando resolvi finalmente ir para estudio e comecei a ver a diferença de resultado, foi natural que eu quisesse dar este salto de qualidade também na estética do disco e o CD físico fazia parte dessa evolução. Acabei optando por fazer uma tiragem pequena de 100 cópias, que foram vendidas/distribuídas em alguns meses. Agora estou na segunda tiragem, com alguns pontos de venda em São Chico. Eu não considero isso uma façanha, acho que é o caminho natural, mas que muitos não tem a persistência pra chegar no material prensado do jeito que tem que ser, visto que é bem trabalhoso e tudo é custo. Mas vejo também que isso serviu de incentivo pra outros artistas fazerem, cada um na sua maneira, o registro do seu som. No final das contas é isso que importa: o disco é um registro definitivo, palpável, real. Poucas vezes eu fiquei tão eufórico na minha vida quanto quando chegou a camionete da transportadora trazendo a minha primeira caixa de CDs. Fiquei alucinado, joguei um monte de discos sobre a mesa e comecei a fotografar, abri alguns pra ver se tinham vindo tudo certinho. Foi bem louco.

[Grito Coletivo] Seu processo criativo mudou de lá pra cá?
[Tiago Constante] Eu acho que o processo continua o mesmo: primeiro a inspiração, depois a transpiração. Na verdade eu acabei dando uma mudada de foco, porque junto com o disco veio a ideia de fazer clipe de todas as músicas, o que me levou para o audiovisual e animações. Foi outro processo muito enriquecedor como artista. Eu gosto desse lance de não se manter restrito a uma linguagem. No final das contas, me faltou pique para finalizar dois dos quatro clipes. Mas no meio dessas andanças acabei criando alguma coisa aqui outra ali. Agora, depois de um merecido descanso, estou voltando aos poucos a desenhar os próximos passos.

[Grito Coletivo] Você foi um dos poucos artistas francisquenses a se apresentar no Festival “Não vai ter coca” (NVTC), que já é considerado por muitos, um dos mais importantes na região norte e sem dúvida o maior e mais importante da cidade, tocará na segunda edição e qual o resumo da participação no primeiro?
[Tiago Constante] Foda. Muito foda. Essa é a denominação perfeita pra dizer o que foi o NVTC pra mim. Foi sem qualquer sombra de dúvida o melhor público que já toquei na vida. Pessoas interessadas em conhecer coisas novas, em celebrar a vida e a arte. Eu estou acostumado a ver as pessoas pirarem me ouvindo tocar Hendrix ou Floyd, mas ver as pessoas pirando no teu som é bom demais. Quando tu consegue tocar alguem com a tua música, tudo se encaixa. Tem o prazer de criar, lapidar, gravar, ensaiar. Mas o objetivo final é alcançar o ouvinte e tocar a alma dele. E isso é muito difícil de se fazer ao vivo, com música autoral. Principalmente quando se está tocando em bar. O público dos bares infelizmente não está interessado, salvo excessões, em conhecer som novo. Ele quer ouvir o Raul, a Janis, o Elvis, a Legião. Então quando o artista encontra um público que nunca te viu nem ouviu, mas que está sedento por conhecer o teu som, é sublime. Este ano creio que deva rolar uma abertura maior para as atrações locais e espero que tudo corra bem até lá e eu possa ter o prazer de subir mais uma vez naquele palco.

[Grito Coletivo] Você sempre esteve muito conectado e ativo nos principais movimentos musicais da cidade, continua engajado e qual a importância deste envolvimento do músico com a gestão?
[Tiago Constante] Eu penso que é fundamental no desenvolvimento do artista se envolver com o fazer cultural da sua cidade. Ajuda a compreender como o mercado funciona. Tem que meter a mão na massa e dar a cara a tapa. Depois disso o artista pode optar por continuar encabeçando e se envolvendo ou ficar mais na retaguarda. Lidar com poder público é muito difícil. Tudo tem um tempo e vontades estranhas e não lógicas (dentro da lógica do artista, claro) que acabam minando a vontade de fazer alguma coisa pela cena. Aqui em SãoChico temos uma fudeção (opa fundação) cultural que engessa todo o fazer artístico da cidade. Temos um conselho ficticio de cultura, não temos lei de incentivo à cultura. Isso dificulta bastante o diálogo com o poder público. Mesmo a Festilha, que deveria ser o principal palco para os nossos artistas, é uma palhaçada. Não tem um critério para escolha de quem vai tocar e o nome das bandas não sai na programação oficial. Ano passado até a última semana as bandas não sabiam que dia iriam tocar. Isso torna inviável uma divulgação decente para o público dos artistas francisquenses. Enfim, se formos botar na ponta do lápis todos os problemas gerados pela falta de comprometimento dos gestores públicos com a cultura São Chicana não sairemos nunca mais desta pergunta hehe (rindo pra não chorar).

Tiago no 2K Estúdio.
[Grito Coletivo] Você faz parte da geração de bandas/artistas que começaram a tocar no ano 2000, as coisas ficaram mais fáceis desde lá?
[Tiago Constante] Ficou mais fácil por um lado, com todas as tecnologias de gravação e meios de divulgação que as redes sociais nos trouxeram. Mas continua difícil atingir um público mais expressivo devido ao emburrecimento da grande massa, que consome o lixo que lhes empurram goela abaixo nas grandes mídias. E este acesso às grandes mídias continua restrito àqueles que se encaixam nessa pasteurização cultural que acontece desde sempre, mas que parece cada vez pior. Ou talvez eu esteja somente ficando velho e pense como meu bisavô pensava quando Chico, Gil, Caetano, Mutantes etc vieram quebrando paradigmas na cultura brasileira. Mas sem dúvida, hoje é muito mais fácil gravar uma música, um videoclipe com alta qualidade e divulgar entre os seus amigos e tocar as pessoas.

[Grito Coletivo] Qual a maior deficiência e a maior eficiência da música São Chicana?
[Tiago Constante] Acho que as maiores deficiências da música de São Chico são a falta de união entre os músicos, a falta de visão de uma cena mais coesa e mais comunitária, sem tantos egos e com mais profissionalismo; a falta de apoio por parte do poder público também dificulta as coisas, mas, se a cena fosse mais unida, eles não teriam como fechar os olhos e as coisas aconteceriam de outra maneira, como em Rio do Sul por exemplo. O que São Chico tem de bom, musicalmente falando, é a variedade de artistas que vêm se formando e cada vez mais enxergando a cadeia produtiva de outra forma, o que mantém a esperança de que um dia a cena realmente aconteça de forma mais organizada.

[Grito Coletivo] Ouvi por ai que já está em pré-produção um novo disco, é verdade?
[Tiago Constante] Sim, eu estou na reta final da pré-produção do meu segundo disco, que vai se chamar “Pedrada na Vidraça”. Pretendo em breve começar as gravações destas sete faixas, que virão com uma boa dose de realidade e caos. No “Das Antiga” eu levei as músicas para um lado mais lúdico, com canções de amor e um pouco de filosofia nas entrelinhas. Neste álbum vai ser tudo na cara do ouvinte. Só não vai entender o recado quem não ouvir. Sem meias palavras, nem papas na língua. Musicalmente falando, também vai ser um disco mais abrangente que o primeiro. Vou ter desde alguns sons mais funkeados, outras com um peso maior nas guitarras, algumas psicodelias e levadas mais progressivas. Nas letras, algumas abordagens mais bem humoradas e sarcásticas e outras totalmente desprovidas de humor, bem dedo na ferida. Estou bem curioso para ver o resultado desta nova jornada que está se iniciando agora e ainda deve levar pelo menos um ano para chegar aos ouvidos do público.

Frame da animação do clipe de Hoje não tem canção.
[Grito Coletivo] A fusão de blues/rock/surfmusic e estes elementos citados na pergunta nº2 ainda são o foco no seu trabalho?
[Tiago Constante] Como estava falando antes, neste disco haverá uma mudança de foco, mais voltado para os problemas que nós causamos a nós mesmos e ao planeta. Mas sempre terei como influências estes gêneros musicais e estes elementos. Muito provavelmente o meu terceiro disco será mais direcionado para esta estética. Eu tenho diversas canções prontas, só esperando ter o tempo e o dinheiro para virar um disco em homenagem ao mar e ao surfe, que são partes fundamentais de quem sou. Mas agora o foco está voltado para o ser ‘humano’.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Tiago Constante] Gravar o Pedrada, dar aulas, tentar colocar este novo projeto também no palco. Espero que 2016 seja também um ano de muito estudo. Essa é uma das minhas metas para este ano. Melhorar minha performance e adquirir mais conhecimentos e diversos aspectos da música. Teremos também o NVTC em maio, que pretendo fazer parte desta celebração ao fazer artístico. E que seja um ano de muita música.
Gostaria de agradecer ao Grito Coletivo, do qual me orgulho de fazer parte como artista e como apoiador, e fazer votos para que os artistas da cidade possam enxergar melhor as engrenagens deste mercado musical, e ver que cada um por si se chega a um patamar, mas todos pela cena nos eleva a outro nível. Que 2016 seja um ótimo ano para a cultura São Chicana!!!



Contato
47 96517763
tiago_constante@hotmail.com

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Pé de Bruxa: Até o fim da jornada




A banda Pé de Bruxa, formada em 2013, é sem dúvidas uma das melhores bandas de rock’n’roll da região. Conhecida por fazerem grandes apresentações ao vivo, a maioria dos integrantes já fazia parte da Babiton, banda muito respeitada na cena Metal da cidade. Convergindo para o rock clássico e escrevendo em português, mantendo o alto nível técnico, Rafael Carvalho (baixo e voz), Diego Cabral (guitarra), Jhonny Chitolina (guitarra) e Julio Cesar (bateria) conseguiram em setembro de 2015 lançar o seu primeiro EP: “Que se dane o tempo”, com 06 faixas. Muito bem recebido e elogiado pelo público e crítica o EP é um inicio muito bem cunhado de uma banda que conhece muito bem o bom e velho rock’n’roll. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] A Pé de Bruxa tem na formação atual quase a mesma formação da banda Babiton, qual o principal motivo da transição de uma para outra banda?
[Pé de Bruxa] Bem, a banda Babiton foi por muitos anos a banda em que se dedicávamos mais, e tínhamos muitos planos para o futuro. Por algum tempo tentamos gravar a compor algumas músicas autorais e divulgar nosso trabalho, mas alguma coisa ainda nos segurava e nada parecia dar certo sempre não passando de um hobby para todos. Veio então à necessidade de criarmos alguma coisa nova, com músicas em português, mas que não deixasse a veia Rock N´ Roll de lado. Surgiu então a Pé de Bruxa e hoje já estamos com alguns projetos finalizados, sendo que de outra forma não poderíamos ter realizado.

EP Que se dane o tempo (2015)
[Grito Coletivo] Vocês lançaram seu primeiro EP em setembro de 2015, como tem sido o feedback?
[Pé de Bruxa] Após o lançamento do EP, a banda se tornou mais conhecida em geral, principalmente na região de Joinville onde ainda não havíamos tocado. Surgiram algumas oportunidades como: apresentações, entrevistas, e participações na Rádio UDESC entre outras. O retorno vem sendo satisfatório considerando a cena ROCK regional, onde ainda há preconceito com a música autoral, forçando as bandas a tocar por baixo cachê e repertório recheado de covers.

[Grito Coletivo] Pretendem prensar o material?
[Pé de Bruxa] No início sim, tínhamos o interesse em prensar o disco, mas por falta de recursos financeiros e a própria mudança na forma de se consumir música, nos fez repensar se era realmente necessário investir em algo que já não é muito apreciado pelas pessoas como o CD. Hoje todo mundo acessa o Youtube ou SoundCloud, assim como as plataformas de Streaming disponibilizadas na internet. Decidimos lançar o disco digitalmente para ter uma ideia da aceitação do público em geral.

Diego Cabral, Jhonny Chitolina, Julio Cesar e Rafael Carvalho
[Grito Coletivo] Vocês foram um dos poucos artistas francisquenses a se apresentarem no Festival “Não vai ter coca” (NVTC), tocarão na segunda edição e qual o resumo da participação no primeiro?
[Pé de Bruxa] Gostaríamos de agradecer a oportunidade oferecida pela organização do evento, foi a primeiro festival em que a banda tocou, a energia das pessoas que realmente curtem o autoral nos fez acreditar ainda mais, que é possível fazer a música chegar a todos. Tocamos algumas músicas covers, pois nosso repertório não contemplava 100% próprias, mas este ano prometemos um show somente com autorais, fortalecendo a cena e preparando o terreno para o próximo EP.

[Grito Coletivo] Vocês fazem parte da geração de bandas/artistas que tocam desde 2000, as coisas ficaram mais fáceis desde lá? O que mudou pra vocês?
[Pé de Bruxa] Sentimos falta da geração que fazia festivais na cidade, como o DUDE Rock entre outros tantos que aqueciam a cena na região. Hoje temos dificuldade em encontrar espaço e o apoio do município para a realização de encontros multiculturais e incentivo a música. Tudo é feito de forma independente.

[Grito Coletivo] Qual a maior deficiência e a maior eficiência da cena musical São Chicana?
[Pé de Bruxa] A maior eficiência é a quantidade e variedade de bandas da cidade, são muitas mesmo. A maior deficiência é a falta de união das mesmas!

[Grito Coletivo] Eu li num texto do lançamento do EP Que se dane o tempo que já estavam trabalhando no segundo EP, a quantas anda a produção?
[Pé de Bruxa] Já estamos com 5 músicas definidas, sendo que a maioria já em ensaio e pré-produção. Esperamos que até outubro o EP saia do forno.

[Grito Coletivo] O EP seguirá a mesma pegada ou será uma evolução do primeiro?
[Pé de Bruxa] Acreditamos que será uma evolução, já que a gravação do primeiro foi um aprendizado para todos. Qualidade e sonoridade certamente iram evoluir com o próximo.

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016?
[Pé de Bruxa] R: Estão entre os principais objetivos para 2016 gravar um clipe, disponibilizar alguns vídeos no Youtube, trabalhar na imagem da banda e finalizar o próximo EP. 


PÉ DE BRUXA
Tel e Whatsapp 047 8489-1663
Cyndi Gomes Empresária.
email: pedebruxarock@gmail.com

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Kelwin Grochowicz ew a arte de ouvir

Em 2012 nascia em São chico, para a felicidade geral dos músicos, o 2K Estúdio. Comandado pelo produtor Kelwin Grochowicz, o estúdio vem de forma única dando novos rumos para o autoral independente São Chicano. Kelwin, não só é exemplo como profissional, mas também exemplo de como se deve ver e se trabalhar com uma cena independente. Eu, se ele me permitir ir mais fundo, digo que foi ainda mais longe, largando o trabalho “formal” para viver apenas do seu dom, que acredito seja o sonho de muitos, incluindo eu. O cara certo na hora exata! É com ele que vamos falar sobre o estúdio, a nova estrutura e o que está acontecendo por lá. Por Paulo Reis/ imagens: Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Fale um pouco da sua história na cena musical, começou como músico?
[Kelwin Grochowicz] Comecei tocando as músicas da Legião Urbana no violão, com cerca de 10 anos de idade, aos 12 me interessei pela guitarra, depois disso nunca dei uma pausa em relação à música.

[Grito Coletivo] E sua história como produtor, como começou?
[Kelwin Grochowicz] Meu interesse por produção começou aos 15 anos, quando resolvi tentar gravar algumas músicas instrumentais. De lá pra cá foram anos buscando conhecimento em vários segmentos até conseguir montar o estúdio.


Kelwin com a banda Eleanor Fireline.
[Grito Coletivo] Fale um pouco sobre seu trabalho a frente do 2K Estúdio?
[Kelwin Grochowicz] A filosofia de trabalho com o estúdio é simples, sobreviver da música e apoiar artistas principalmente da minha cidade, São Chico. O foco do estúdio é na música independente e alternativa, mas não existe nenhum tipo de preconceito ou preferência por estilo musical, credo, filosofia. Já foi gravado desde trabalhos evangélicos até Black Metal extremo.

[Grito Coletivo] O estúdio mudou de estrutura recentemente, o que mudou?
[Kelwin Grochowicz] O 2k iniciou 2016 em novo endereço, e agora conta com uma sala exclusiva para ensaio, uma técnica e uma sala de gravação, tudo no estilo “Home Estúdio” com ambiente descontraído. Foram adquiridos novos equipamentos também, como uma bateria exclusiva para gravações, adquirida em parceria com a Rockilha Instrumentos Musicais.

[Grito Coletivo] Quantos artistas já passaram pelo 2K até hoje?
[Kelwin Grochowicz] Artistas que gravaram álbuns ou Eps por canal já foram cerca de 15 artistas. Singles, ensaios gravados, vídeos e etc, não tenho um número exato, mas nesses 3 anos foram muitos. Considerando o tamanho da cidade, posso dizer que conseguimos atingir boa parte dos artistas.

[Grito Coletivo] Qual a maior dificuldade de se ter um estúdio em São Chico?
[Kelwin Grochowicz] A maior dificuldade é cultural, a forma de pensar das pessoas em uma cidade como São Chico geralmente se baseia em algo estacionário, demora pra evoluir em alguns aspectos, e isso atinge diretamente os artistas, um exemplo é que a cidade não tem lei de incentivo à cultura, algo básico pra qualquer artista conseguir apoio pros seus projetos.

[Grito Coletivo] Ser produtor é?
[Kelwin Grochowicz] Tecnicamente é conseguir evoluir a cada trabalho, nunca estacionar e sempre aprender algo de bom, e nunca cometer os mesmos erros. Emocionalmente é uma luta constante!

[Grito Coletivo] Como vê a cena autoral hoje, analisando todo este tempo atuando na cena local?
[Kelwin Grochowicz] Vejo a cena autoral nUm momento ótimo em relação à quantidade de bandas que está deixando o cover de lado e fazendo apenas música autoral, nunca vi tantas bandas em São Chico fazendo este tipo de trabalho.  Porém, acho que ainda tem muito o que evoluir na questão da organização da cadeia produtiva, ainda existe muita falta de informação e maturidade em relação à maioria das bandas

[Grito Coletivo] Em sua opinião qual a maior deficiência e a maior eficiência da cena São Chicana?
[Kelwin Grochowicz] Maior deficiência: Falta de maturidade e “preguiça” de buscar informação e evolução coletiva, está cada um por si, e o ego e o orgulho estão falando muito mais alto. Maior eficiência: Grandes artistas, compositores, ótimas músicas.

[Grito Coletivo] Em retrospecto já vimos muitas vezes o 2K realizando trabalhos em parceria com outros produtores da cidade (Película Rock, Inconstante, Rockilha e etc), qual a importância destas parcerias?
[Kelwin Grochowicz] Essas parcerias foram fundamentais para o 2k se manter de pé até hoje, principalmente à Rockilha, que sempre facilitou a aquisição dos equipamentos pro estúdio. Vários projetos foram realizados com parcerias e muitos outros ainda virão.

Parceria c/ Película Rock na gravação audição Felipe Camargo.
[Grito Coletivo] Algum projeto em andamento com estes parceiros para este ano?
[Kelwin Grochowicz] Várias ideias no papel. Para 2016 o 2k está com o projeto “2k Live Sessions” onde artistas se apresentam ao vivo no estúdio com filmagem e produção de áudio profissional. Atualmente está em fase de testes. Quem sabe alguns DVD's em 2016!? Vamos trabalhar pra isso!

[Grito Coletivo] Quais artistas estão trabalhando por ai atualmente?
[Kelwin Grochowicz] Atualmente estão trabalhando: Clã do Subúrbio (novo álbum para 2016 e vários singles) , InCondicional (gravando músicas pro seu primeiro álbum), Velho Teddy (projeto de contação de histórias infantis musicadas), Paulo Reis (iniciando novo álbum em 2016), Elielson Santos (Gravando um Single). Várias bandas estão ensaiando no estúdio também.

Kelwin numa produção com o Clã do Suburbio.
[Grito Coletivo] Tenho visto um trabalho muito forte do Estúdio com a cena Rap, como é esta parceria?
[Kelwin Grochowicz] Desde o início, o 2k vem formando parceria com a cena Rap, que na minha opinião é a mais organizada no momento. Quase 100% dos artistas são unidos e já contam com dois estúdios e produtores independentes de beats. O 2K está sempre gravando, mixando ou masterizando algum trabalho dessas produtoras. Em 2015 o 2k ofereceu um curso de mixagem/masterização em parceria com a Calabouço Records. Muita coisa ainda está por vir, e graças a essa parceria, o Rap de São Chico é um dos mais respeitados do estado.

[Grito Coletivo] Como e de que forma você acha que o trabalho do estúdio ajuda a formatar a cena musical atual?
[Kelwin Grochowicz] Um estúdio que trabalha pela cultura e facilita o acesso aos artistas a um bom nível de produção, até o 2k, não tinha conhecimento de nenhum estúdio com esta filosofia de trabalho na cena... acredito que foi um grande passo pra cena francisquense.

[Grito Coletivo] Quais os principais objetivos do estúdio para 2016?
[Kelwin Grochowicz] O principal objetivo é terminar a estrutura do estúdio que está incompleta, melhorar equipamentos, firmar parcerias e conseguir sobreviver mais um ano com a sensação de dever cumprido. Ainda faltam muitos artistas que não registraram seus trabalhos e o 2k está aí pra isso, ajudar os artistas a evoluir.

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Kelwin Grochowicz
Músico-Técnico de Áudio-Produtor
Email: kgrochowicz@hotmail.com
Fone:(47) 3444-3518  (47) 9632-7636
Rua Vereador Salvio Amado Oliveira , 820 -  Rocio Pequeno 
São Francisco do Sul - SC

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Heryn Dae e o metal sem rotulações

A Heryn Dae, formada no final de 2013, tem na sua formação atual uma turma já bem conhecida da cena de metal da cidade. Victor Moura (voz), já passou pelas bandas Crazy Crow, Sétimo Santuário, Sinker, Royal Death e Babiton. Cristiano Pereira (bateria) integra banda Spiritus Diaboli e já passou pelas bandas Evil Warning, Thrash Avenger e Fratura Exposta. Juliano Bianchi (guitarra), já passou pelas bandas Evil Warning, Sinker, Royal Deth e Crazy Crow. Em novembro de 2014, Marcelo "Rosko" Miranda (baixo) que integra a lendária Banda Tora, passou a integrar também a banda. Eles conseguem com esta formação lançar o seu primeiro CD: Heryn Dae, que tem sido muito bem recebido pela critica e público. Além do som, a banda ainda consegue chamar a atenção pelo trabalho (extra-campo) de unificação da cena que vem fazendo em parceria com outras bandas. É com eles que a gente bate um papo para saber mais sobre a banda e a cena de metal São Chicana. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Que tipo de som a Heryn Dae faz?
[Heryn Dae] Heavy Metal, Trash, sem rotulações.

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o som da banda?
[Heryn Dae] Vem do Iron Maiden, Metallica, Kreator, Black Sabbath e Sepultura.

[Grito Coletivo] Vocês lançaram seu primeiro CD em outubro 2015, como tem sido o feedback? 
[Heryn Dae] É muito bom ouvirmos as pessoas cantarolando nosso som nos shows, isso é gratificante, rende também apresentações em rádios, notas em jornais, etc.

[Grito Coletivo] Pretendem prensar o material?
[Heryn Dae] Sim, pretendemos fazer o material físico! Estamos atrás de patrocinadores este ano.

Juliano Bianchi, Cristiano Pereira, Marcelo Miranda e Victor Moura
[Grito Coletivo] Como é ser a principal representante do Heavy Metal na cidade?
[Heryn Dae] Para nós é uma surpresa, embora estejam nascendo outras bandas e renovando algumas mais antigas, isso é muito bom para o cenário do Heavy Metal local.

[Grito Coletivo] Soube que vocês, junto com outras duas bandas, estão encabeçando um coletivo/grupo para unir e movimentar a cena autoral da cidade? Como funciona?
[Heryn Dae] Estamos formando um grupo no facebook e whatsApp denominado Bandas de São Francisco do Sul, com a intenção de unir os vários artistas da música em São Francisco do Sul para trocar experiências e facilitar a comunicação entre todos.

[Grito Coletivo] Todos os integrantes já tem uma boa estrada na cena musical local, as coisas ficaram mais fáceis desde as primeiras bandas? O que mudou pra vocês? 
[Heryn Dae] A maturidade facilita sim as coisas. As opiniões sempre acabam convergindo, pois todos se respeitam e todos opinam sobre tudo. No final, prevalece a opinião do grupo. Ficou muito mais fácil focar nos objetivos da Heryn Dae.

[Grito Coletivo] 
Qual a maior deficiência e a maior eficiência da cena musical São Chicana?
[Heryn Dae] A maior deficiência do cenário musical francisquense de uma forma geral é sem sombra de dúvidas o apoio dos órgãos governamentais, pois sem a compreensão e apoio desses órgãos fica mais difícil conduzir os trabalhos das bandas. Um facilitador atualmente são os programas para gravação e a facilidade de comunicação, além da melhor formação musical dos integrantes de bandas de uma forma geral.

[Grito Coletivo] 
Quais os objetivos para 2016?
[Heryn Dae] Nossos objetivos para 2016 são: gravar o CD físico, a contratação de uma assessoria de imprensa em Goiânia, onde há um campo imenso para a cena do Heavy Metal e esperamos gravar um clipe e muito som para todos sem sombra de dúvida.


Contatos para show:
Juliano Bianchi: Fone e whatsapp: 47 9154 0278
e-mail: julianobianchi@gmail.com
Marcelo Miranda: 

Fone e whatsapp: 47 8438 7810
e-mail: marcelojmiranda77@gmail.com



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Six Stage, A nova geração do rock São Chicano

Formada no final de 2014, a 6Stage, uma das mais novas bandas representantes  da cena São Chicana, não só mostra que o rock está em boas mãos, como também esta nova safra está bem conectada e disposta a investir pesado na carreira. Com apresentações transbordando feeling, Andreymorgon V. Oliveira (Vocal/Guitarra), Mateus Leal (Guitarra Solo), Randall Corrêa (Baixo) e Rubiano da Costa (Bateria) vem chamando a atenção e conquistando rapidamente espaço nas cenas de São Chico e Joinville. A banda que acabou de lançar seu primeiro single e videoclipe “Hero of the skies” conversa com a gente pra falar um pouco de como está sendo esta empreitada. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Qual estilo de som a banda vem fazendo?
[6Stage] Metal Autoral.

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o som de vocês?
[6Stage] Jazz, Blues, Rock, Metal. 

[Grito Coletivo] Quantas músicas autorais vocês já tem?
[6Stage] 12 músicas, aqui vai o nome de algumas, Bulimia Words, It’s Over Now, My Heart, Chindren Of Amon, Year Of Changes e a aclamada Hero Of The Skies.

foto: Rock in cena
[Grito Coletivo] Pensam em gravar um EP ou um disco?
[6Stage] No começo pensamos sim, mas com essa tecnologia avançando e a galera entrando na “era visual”, decidimos que uma música bem gravada e masterizada, mais um videoclipe profissional, seria muito mais proveitoso e bem aceito do que a mídia física, talvez num futuro próximo, dependendo da repercussão do videoclipe Hero Of the Skies.

[Grito Coletivo] Fale um pouco sobre o single Hero of the skies!
[6Stage] Pensamos em Homenagear o Criador de todo o universo, pedimos nessa single que todos saúdem o Herói que mora nos céus com cânticos, palmas, e porque não um “mosh”?

[Grito Coletivo] Onde estão gravando e quem está produzindo o single?
[6Stage] Estamos Gravando no Estúdio Profissional da AGT Neto Stenger em Joinville, nosso produtor, também de Joinville Menderson Madruga, abraçou essa loucura que é esse clipe.

[Grito Coletivo] Fale um pouco sobre a produção do clipe!
[6Stage] kkkkkk Nossa, foi inexplicável, principalmente pelo paraquedismo, se vocês tiverem uma lista do tipo: “Coisas que eu preciso fazer antes de morrer”, sério, vão por mim, paraquedismo na certa. E sem contar no visual da nossa bela cidade de São Francisco do Sul tocamos nas pedras, gravamos no centro, quase morremos afogados no “trapiche” coração a milhão.

foto: rock in cena
[Grito Coletivo] Onde e quem está produzindo o vídeo?
[6Stage] Gravamos o vídeo em duas Cidades de Santa Catarina: São Francisco do Sul e Imbituba. Com produtor Menderson Madruga no Estúdio da AGT Nato Stenger.

[Grito Coletivo] Vocês são conhecidos por fazerem grandes apresentações ao vivo, é isso mesmo?
[6Stage] Verdade! Sempre digo que a 6Stage deveria vir com o nome “LIVE” junto pq gostamos da performance ao vivo, do calor do público, do “estrago” que uma música pode fazer dentro de quem está tocando, pra quem está vendo, ouvindo. O ouro mesmo é ver a 6Stage cara à cara, respirando o mesmo ar, entrando em contato com a família, sentir o abraço e o carinho de todos.

[Grito Coletivo] Soube que vocês, junto com outras duas bandas, estão encabeçando um coletivo/grupo pra unir e movimentar a cena rock da cidade? Como funciona?
[6Stage] Sim, isso finalmente está saindo do papel e indo pra atitude como o rock/metal deve ser. As outras duas bandas parceiras são HERYN DAE e KID NATACHA. Quem comanda esse movimento todo é o MARCELO ROSCO – Baixista da HERYN DAE. O projeto é nada mais, nada menos do que investir no rock da cidade, adubando essa cena que está paralisada já a algum tempo e fazer com que todos da nossa “ilha encantada” possam conhecer, não só o nosso trabalho, mais o trabalho de todas as bandas locais da cidade.

[Grito Coletivo] Fazendo parte da cena musical de São Chico e Joinville, conseguem identificar as principais diferenças entre as duas?
[6Stage] São Francisco é menor poderia abraçar o trabalho local com mais facilidade, mas não é assim que acontece. Joinville tem dado o sangue pelo nosso projeto, tem investido e apoiado 100% nossas decisões, São Francisco do Sul já é mais devagar nesse ponto, talvez porque ainda há um pouco de preconceito com certas músicas ou porque realmente não nos conhecem. Por isso, estamos correndo atrás desse projeto com o MARCELO ROSCO para poder “treinar” esse público que ainda não nos viu em ação.

foto: rock in cena
[Grito Coletivo] Na opinião de vocês qual a maior deficiência e a maior eficiência da cena São Chicana?
[6Stage] A Deficiência é a falta de apoio que encontramos aqui na nossa cidade pra evoluir e até mesmo mostrar nosso trabalho nas festas da cidade. Sei que com muito trabalho e esforço isso vai mudar. Encontramos também um pouco de preconceito já que o nosso estilo é “underground”. A eficiência é que se salva uma minoria, mesmo não curtindo o estilo, apoiam a cultura e esses tem nos ajudado muito. Todas as pessoas que conheci nessa cidade são bem hospitaleiros, gostam de abraços, e são sempre muito bem educados. Sem contar com o respeito que tem com o próximo, melhor lugar para se morar.

[Grito Coletivo] Quais os principais objetivos da banda para 2016?
[6Stage] Estamos pensando no próximo videoclipe e expandir nosso trabalho para Santa Catarina, Rio grande do Sul e Paraná, mas o nosso maior desejo mesmo é que esse ano possamos mostrar nosso trabalho na Festilha de São Francisco do Sul.

Logo abaixo você podem assistir ao recém lançado videoclipe de "Hero of the skies". Assista e compartilhe.




Contato
Andreymorgon Oliveira
47 9922-7746

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