Na minha opinião o melhor músico da cidade. Davi Winter é um artista e um pensador nato. Toca muito diversos instrumentos e compõe e domina a linguagem dos instrumentos que toca com uma profundidade absurda. Vive com firmeza sua filosofia de vida e assim vai seguindo por estes 15 anos de carreira. Com passagens marcantes por diversas bandas, ele ainda arruma tempo pra ser um bom ator, como o clipe Chronos, da banda Thrash Avenger, pode provar. Um dos artistas que eu mais aguardo e desejo ver as composições gravadas. Por Paulo Reis.
[Grito Coletivo] Que ano iniciou
sua carreira?
[Davi Winter] Profissional acho que por volta de 1999 - 2000. Depois, resolvi
por assim dizer, assumir uma postura de músico; toquei com algumas bandas e
hoje sigo um rumo musical totalmente diferente.
[Grito Coletivo] Como foi que
iniciou na música?
[Davi Winter] Meu primeiro contato com um instrumento foi em 1995, acho
que eu tinha apenas 11 anos. Foi, então, quando vi o Marcos tocando violão num
bar; era próximo à casa onde eu residia, localizava-se próximo à Ponte da
Pedreira, achava brilhante, e continuo achando brilhante os acordes que ele
faz. Tempos depois, conheci um rapaz chamado Fernando Gato, um gênio musical de
talento notável, foi quando vi, ouvi e percebi, que música era algo que eu
realmente gostaria muito de fazer. O falecido Jeorge Leipnitz (Cadorna) um
senhor muito querido e gente boa, me ensinou os primeiros acordes e dedilhados,
no começo achei difícil e pensei em abandonar a música. Àquele mesmo ano,
alguns meses depois numa tarde que eu não tinha nada para fazer, resolvi pegar
o violão por conta e tocar.
[Grito Coletivo] Está tocando em
alguma banda atualmente?
[Davi Winter] Não chamaria banda mas, estamos montado um
"projeto" Samba, Jazz, Reggae, Rock e Soul. O nome do grupo a
princípio chama-se Ynamaré.
[Grito Coletivo] Quais as
principais influencias para a sua música?
[Davi Winter] As influências são muitas, na
verdade, sempre estou conhecendo o "novo velho"! Há pouco tempo tenho
escutado muito Almir Sater, um ótimo e brilhante músico brasileiro bem como,
tenho ouvido muito Vila Lobos e Mozart.
[Grito Coletivo] Na última vez que
conversamos vocês estava trabalhando na parte final das Mozart'Anas, em que pé
está?
[Davi Winter] Hahahahaha, quando achei que estavam quase prontas as minhas 9
Mozart'Anas, de repente um raio partiu minhas idéias em mil pedaços e
atualmente apenas 3 delas estão legitimamente prontas.
[Grito Coletivo] Pretende
produzi-las em estúdio? Caso sim, conte quando, onde e como. Caso não, o
porque?
[Davi Winter] Pretendo sim, aliás acho que em alguns meses dou inicio as gravações. O
estúdio logicamente será o 2K aqui da cidade, vejo o Kelwin como uma peça chave
tanto para as gravações como pela iniciativa dele de montar o estúdio.
[Davi Winter] Não vejo campo, muito menos
futuro tanto para a música instrumental bem como erudita. Os tche tcherere tche
tches do cotidiano contribuíram muito para isso. Porém, é-se sabido que, uns
poucos (diria no máximo dos máximos) 30 pessoas, talvez tenham uma certa
admiração pelos respectivos estilos citados há pouco. A vantagem é que,
querendo ou não, há uma "classe mais seleta" onde poucos se
identificam e interagem com conceitos e "idéias" novas. É mister por
minha parte fazer apologia à música "queda" do álbum "Os
covardes não vão para o céu" que, vejo como uma obra sublime no barroco e
faço questão de contempla-la e admira-la assim com admiro as obras barrocas de
Bach.
[Grito Coletivo] Você acha
importante o músico participar do trabalho extracampo e atuar nos movimentos
musicais da sua cena?
[Davi Winter] Essa é uma
questão muito delicada, é caminhar num terreno inseguro e, muitas vezes até sem
o conceito de unidade entre os músicos. Acho a idéia muito boa e a mais correta
mas, a iniciativa não pode partir de um pequeno número de pessoas, muitas
outras devem se envolver com: carinho, vontade e fé, para fazer com que uma
grande idéia se faça florescer e produzir seus frutos.
[Grito Coletivo] Você faz parte da
geração de bandas/artistas que começaram a tocar no ano 2000, as coisas ficaram
mais fáceis desde lá?
[Davi Winter] Não sei responder ao certo mas, creio que para alguns sim
e outros (a maioria) não. Querendo ou não, quem tem "influência de
terceiros" tem mais acesso e vantagens para expor seu trabalho em público.
[Grito Coletivo] Qual a maior
eficiência e a maior deficiência da música São Chicana?
[Davi Winter] Essa é bem simples! Prós:
Ajuda na questão sócio-cultural e formação de ideais, postura política (me
refiro ao termo se tornar uma pessoa política e talvez até ativista) e tem
moldado muito essa nova leva de jovens. Contras: Se qualquer pessoa ver o filme
Amadeus, e compreender o desgaste que foi a vida de Mozart, vai compreender o
que é ser músico em São Chico.
Davi no set de filmagem do clipe Chronos. |
[Grito Coletivo] Você participou
como personagem principal de um clipe da banda Thrash Avenger, como foi este
trabalho?
[Davi Winter] Foi muito divertido, se eu fiz um papel bom eu não posso dizer, cada
uma que faça seu julgamento mas, a experiência foi muito boa e engraçada
(gravações).
[Grito Coletivo] Foi difícil?
[Davi Winter] Não, na verdade foi cansativo e "cranialmente" traumatizante!
[Grito Coletivo] Atuaria de novo?
[Davi Winter] Obviamente. A parte mais legal de trabalhar com isso, se for observar bem, é
fazer algo grande com pouco; se divertir e aprender!
[Grito Coletivo] Quais os
objetivos para 2016?
[Davi Winter] Tentar terminar minhas músicas e, se tudo der certo,
comemorar meu primeiro disco solo com muito vinho tinto seco!
Logo abaixo vocês pode assistir o vídeo da música "Chuvas de fevereiro" e o clipe Chronos onde Davi foi o ator principal.
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