sábado, 5 de março de 2016

Davi Winter e as Mozart'Anas

Na minha opinião o melhor músico da cidade. Davi Winter é um artista e um pensador nato. Toca muito diversos instrumentos e compõe e domina a linguagem dos instrumentos que toca com uma profundidade absurda. Vive com firmeza sua filosofia de vida e assim vai seguindo por estes 15 anos de carreira. Com passagens marcantes por diversas bandas, ele ainda arruma tempo pra ser um bom ator, como o clipe Chronos, da banda Thrash Avenger, pode provar. Um dos artistas que eu mais aguardo e desejo ver as composições gravadas. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Que ano iniciou sua carreira? 
[Davi Winter] Profissional acho que por volta de 1999 - 2000. Depois, resolvi por assim dizer, assumir uma postura de músico; toquei com algumas bandas e hoje sigo um rumo musical totalmente diferente. 

[Grito Coletivo] Como foi que iniciou na música?
[Davi Winter] Meu primeiro contato com um instrumento foi em 1995, acho que eu tinha apenas 11 anos. Foi, então, quando vi o Marcos tocando violão num bar; era próximo à casa onde eu residia, localizava-se próximo à Ponte da Pedreira, achava brilhante, e continuo achando brilhante os acordes que ele faz. Tempos depois, conheci um rapaz chamado Fernando Gato, um gênio musical de talento notável, foi quando vi, ouvi e percebi, que música era algo que eu realmente gostaria muito de fazer. O falecido Jeorge Leipnitz (Cadorna) um senhor muito querido e gente boa, me ensinou os primeiros acordes e dedilhados, no começo achei difícil e pensei em abandonar a música. Àquele mesmo ano, alguns meses depois numa tarde que eu não tinha nada para fazer, resolvi pegar o violão por conta e tocar.




[Grito Coletivo] Está tocando em alguma banda atualmente? 
[Davi Winter] Não chamaria banda mas, estamos montado um "projeto" Samba, Jazz, Reggae, Rock e Soul. O nome do grupo a princípio chama-se Ynamaré.

[Grito Coletivo] Quais as principais influencias para a sua música? 
[Davi Winter] As influências são muitas, na verdade, sempre estou conhecendo o "novo velho"! Há pouco tempo tenho escutado muito Almir Sater, um ótimo e brilhante músico brasileiro bem como, tenho ouvido muito Vila Lobos e Mozart.

[Grito Coletivo] Na última vez que conversamos vocês estava trabalhando na parte final das Mozart'Anas, em que pé está? 
[Davi Winter] Hahahahaha, quando achei que estavam quase prontas as minhas 9 Mozart'Anas, de repente um raio partiu minhas idéias em mil pedaços e atualmente apenas 3 delas estão legitimamente prontas.

[Grito Coletivo] Pretende produzi-las em estúdio? Caso sim, conte quando, onde e como. Caso não, o porque? 
[Davi Winter] Pretendo sim, aliás acho que em alguns meses dou inicio as gravações. O estúdio logicamente será o 2K aqui da cidade, vejo o Kelwin como uma peça chave tanto para as gravações como pela iniciativa dele de montar o estúdio.

[Grito Coletivo] Como enxerga o campo para a música instrumental/erudita na cidade? 
[Davi Winter] Não vejo campo, muito menos futuro tanto para a música instrumental bem como erudita. Os tche tcherere tche tches do cotidiano contribuíram muito para isso. Porém, é-se sabido que, uns poucos (diria no máximo dos máximos) 30 pessoas, talvez tenham uma certa admiração pelos respectivos estilos citados há pouco. A vantagem é que, querendo ou não, há uma "classe mais seleta" onde poucos se identificam e interagem com conceitos e "idéias" novas. É mister por minha parte fazer apologia à música "queda" do álbum "Os covardes não vão para o céu" que, vejo como uma obra sublime no barroco e faço questão de contempla-la e admira-la assim com admiro as obras barrocas de Bach.

[Grito Coletivo] Você acha importante o músico participar do trabalho extracampo e atuar nos movimentos musicais da sua cena? 
[Davi Winter] Essa é uma questão muito delicada, é caminhar num terreno inseguro e, muitas vezes até sem o conceito de unidade entre os músicos. Acho a idéia muito boa e a mais correta mas, a iniciativa não pode partir de um pequeno número de pessoas, muitas outras devem se envolver com: carinho, vontade e fé, para fazer com que uma grande idéia se faça florescer e produzir seus frutos. 

[Grito Coletivo] Você faz parte da geração de bandas/artistas que começaram a tocar no ano 2000, as coisas ficaram mais fáceis desde lá? 

[Davi Winter] Não sei responder ao certo mas, creio que para alguns sim e outros (a maioria) não. Querendo ou não, quem tem "influência de terceiros" tem mais acesso e vantagens para expor seu trabalho em público.

[Grito Coletivo] Qual a maior eficiência e a maior deficiência da música São Chicana? 
[Davi Winter] Essa é bem simples! Prós: Ajuda na questão sócio-cultural e formação de ideais, postura política (me refiro ao termo se tornar uma pessoa política e talvez até ativista) e tem moldado muito essa nova leva de jovens. Contras: Se qualquer pessoa ver o filme Amadeus, e compreender o desgaste que foi a vida de Mozart, vai compreender o que é ser músico em São Chico.

Davi no set de filmagem do clipe Chronos.
[Grito Coletivo] Você participou como personagem principal de um clipe da banda Thrash Avenger, como foi este trabalho? 
[Davi Winter] Foi muito divertido, se eu fiz um papel bom eu não posso dizer, cada uma que faça seu julgamento mas, a experiência foi muito boa e engraçada (gravações).

[Grito Coletivo] Foi difícil? 
[Davi Winter] Não, na verdade foi cansativo e "cranialmente" traumatizante! 

[Grito Coletivo] Atuaria de novo? 
[Davi Winter] Obviamente. A parte mais legal de trabalhar com isso, se for observar bem, é fazer algo grande com pouco; se divertir e aprender!

[Grito Coletivo] Quais os objetivos para 2016? 
[Davi Winter] Tentar terminar minhas músicas e, se tudo der certo, comemorar meu primeiro disco solo com muito vinho tinto seco!

Logo abaixo vocês pode assistir o vídeo da música "Chuvas de fevereiro" e o clipe Chronos onde Davi foi o ator principal.




Nenhum comentário:

Postar um comentário