sexta-feira, 8 de abril de 2016

Stammer e o hard'n'heavy.

Nos conhecemos superficialmente, mas isso não me impediu de ver um grande feito seu que admiro muito: parou e focou sério em música autoral. Resultado: Ep e videoclipe. Mesmo tendo a base da sua banda em Joinville, Lucas Stammer abraçou a causa da cena daqui e está engrossando o caldo das frentes que atuam pelo rock São Chicano. Bom poder contar com um artista com sua bagagem apoiando a nossa cena. Por Paulo Reis.

[Grito Coletivo] Ano da formação?
[Stammer] Essa formação foi fechada no final do ano passado, em Outubro se eu não me engano. Passamos um ano nos dedicando a músicas autorais, tanto as já gravadas, quanto novas, mas como o público não está acostumado a ouvir somente som autoral decidimos focar em alguns covers para conseguir toques!

[Grito Coletivo] Quem forma a Stammer hoje? 
[Stammer] Lucas Stammer, eu sou vocalista e auxilio nas bases às vezes, tanto no violão, quanto na guitarra. Juliano Szymanski Filho, é o baixista, esse cara está comigo desde as primeiras bandas, adquiriu muita experiência com a banda Zé a Mais que ele também faz parte. Ewerton Arruda, é o baterista, o último que entrou na banda, um excelente músico, saiu um pouco do heavy metal para tocar nosso estilo. Matheus Rezende, o mais novo da banda, mas um guitarrista excelente e muito disciplinado.

[Grito Coletivo] Qual estilo de som a banda vem fazendo?
[Stammer] Não gosto de rótulos, mas, têm músicas autorais bem baladas e outras bem Heavy, resultado de todas as nossas influências. Podemos dizer que um estilo Hard n’ Heavy!

[Grito Coletivo] Quais as principais influências para o som de vocês?
[Stammer] As principais influências são Kiss, Bon Jovi, Van Halen e Whitesnake, mas tocamos desde The Doors até Judas Priest, quando montamos nosso repertório, eu sempre sugiro uma música que me agrade e outras que agrade os demais integrantes.

[Grito Coletivo] Você lançou um EP em 2012, onde e quem produziu?
[Stammer] O EP In My Dreams foi gravado em Joinville no estúdio Judá 95, produzido pelo Allan Paiva, é um estúdio que trabalhou com a música gospel, se não estou enganado esse EP foi um dos primeiros não gospel a ser produzido.

[Grito Coletivo] E como foi o processo de produção?
[Stammer] Na época eu morava em Joinville e tinha recém saído da banda Babiton, estava procurando músicos para a gravação das músicas, fiquei alguns meses fazendo testes, mas nunca foi pra frente, então decidir gravar sozinho, um dia um amigo de trabalho me indicou o estúdio do primo dele, o estúdio da banda Judá 95.O Allan é uma pessoa bem eclética, conversamos bastante sobre como eu queria as músicas, ele chamou alguns amigos da banda dele mesmo e outros de fora para a gravação, sempre pedindo minha opinião em tudo, foi uma aula pra mim naquela época, gostei muito do resultado final!

[Grito Coletivo] Agora com a banda montada pretendem tocar este EP ao vivo, é isso?
[Stammer] Já tocamos duas músicas das quatro gravadas, mas da versão da banda Stammer, não da versão do EP. Dei total liberdade à banda e eles fizeram um ótimo trabalho, deixaram as músicas mais pesadas, mais progressivas.

[Grito Coletivo] Pensam em prensar este EP?
[Stammer] Eu fiz algumas cópias na época, menos de 100. Não pretendo prensar, acho que o tempo já passou, fazem 4 anos, atualmente elas já estão ultrapassadas, talvez eu coloque essas músicas com uma nova roupagem nos próximos EP’s, tenho que conversar com a banda sobre isso ainda.

[Grito Coletivo] Você gravou um clipe para uma música deste EP, qual música?
[Stammer] Sim, gravei o clipe da música In my Dreams.

[Grito Coletivo] Quem produziu o clipe?
[Stammer] Estava pensando em fazer esse clipe e conversei com o Cleber Francisco, o guitarrista da Kid Natasha, pois ele trabalha com filmagem e fotografia, ele me indicou a On Top Filmes de Joinville, no qual ele trabalha de freelancer.

[Grito Coletivo] Como foi o processo de gravação do clipe?
[Stammer] Foi muito divertido, passei o roteiro do clipe para o diretor Arnaldo Coito, ele me falou que com o orçamento que tínhamos iria ser difícil fazer tudo aquilo, teríamos muitos figurantes. Alteramos o roteiro, chamamos a atriz e o resultado foi aquele. Foram alguns meses de gravação e alguns meses de edição, o clipe demorou mais do que o previsto mas, gostei do resultado.  Logo após o término do clipe foi convidado para a gravação do filme “Os Fracassados” produzido pela On Top Filmes, acho que até o final do ano o filme fica pronto.

[Grito Coletivo] Fazem parte de algum grupo/coletivo/associação que faz trabalho extracampo pela cena?
[Stammer] Sim, fazemos parte do Movimento Bandas de São Francisco do Sul, se tudo der certo iremos reabrir a associação dos músicos, a meu ver, quanto mais bandas unidas, mais força teremos para propor algo para a cultura local.
[Grito Coletivo] Qual a importância do engajamento do músico com este tipo de trabalho de gestão e produção?
[Stammer] É o mais correto, somente assim mostraremos interesse, atingiremos um publico maior como o nosso trabalho e contribuiremos para a cultura da cidade.
[Grito Coletivo] Na visão de vocês, o que mais dificulta a cena musical São Chicana de progredir mais?
[Stammer] Primeiramente é a falta de incentivo, principalmente por parte da prefeitura, sem lei de incentivo à cultura fica ainda mais complicado. Outro ponto que atrapalha é a competição das bandas, nós vemos nas mídias cantores sertanejos ajudando uns aos outros, por que isso não pode acontecer com o Rock?
[Grito Coletivo] Na opinião de vocês qual a maior deficiência e a maior eficiência da cena São Chicana?
[Stammer] Acho que tudo mundo concorda que a maior deficiência é a falta de companheirismo que vemos por ai, muito ego e pouca união. A eficiência é que existe uma minoria que pensa diferente, sabe outros métodos de progredir com a carreira e querem ajudar, no cenário francisquense existem artistas incríveis, tanto da antiga quanto da nova geração, o apoio e o incentivo de outras pessoas que é que nos ajuda a seguir em frente.



[Grito Coletivo] Fazendo parte da cena musical de São Chico e Joinville, conseguem identificar as principais diferenças entre as duas cenas?
[Stammer] Joinville é a maior cidade de Santa Catarina se tratando de população, então todos os gostos possíveis estão lá, o público é bem maior que em São Francisco, principalmente para nosso estilo porém, não muda muito, a maioria não sai de casa para ver som autoral. A grande diferença é a variedade de Pub’s e seus estilos, quanto ao apoio da prefeitura de Joinville fica na mesma que em São Chico.

[Grito Coletivo] Enxergam um bom espaço e oportunidades para vocês na cena atual?
[Stammer] Sim, estamos com uma formação que sabe o que quer, todos têm pensamentos semelhantes, todos têm plano para a banda crescer.

[Grito Coletivo] Quais os principais objetivos da banda para 2016?
[Stammer] Para esse ano pretendemos terminar as composições do material autoral, realizar a gravação de um EP para a metade do ano e ainda o lançamento de um clipe.


Clipe Oficial: In My Dreams


Contato
Whatsapp: (47)9165-2056 (Lucas Stammer)

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