terça-feira, 24 de novembro de 2015

A 6 anos nascia a Ecos Cultural!

O panorama 
A realidade artística em São Chico sempre foi: ótimos artistas e cena fria. Num resumo curto e grosso: um evento ou dois por ano e nenhum reconhecimento do nosso cenário rock pelas mídias de informação e muito menos pelo poder público. Décadas de bandas surgindo e sumindo numa velocidade desanimadora, deixando poucos registros. A realidade era essa, era sentar e ver o ciclo se repetir.
Parte da Diretoria da Ecos em reunião!
Nessa necessidade e vontade de aquecer a cena musical desenvolvi, junto com o Tiago Constante, várias ações e projetos, incluindo um circuito de música independente, que criaria uma agenda para que a cena tivesse circulação de bandas de todos os estilos ao menos uma vez ao mês, durante o ano todo. Estas ações incluíam também criar ou desenvolver setores importantes para a evolução da cena: vídeo, fotografia, gravação, produção e etc. Para isso precisaríamos tentar reunir não só os músicos, mas toda a cadeia produtiva da música aqui da cidade. Então resolvemos criar a associação. Neste processo, descobrimos que um grupo já havia, um ou dois anos antes, tentado criar uma, mas sem sucesso. Então resolvemos partir dai, com eles e de onde haviam parado. Nascia ai, há 06 anos atrás, a Ecos Cultural, primeira associação do Rock Francisquense, que apesar da curta vida, pouco mais de 02 anos, mostrou, pelo bem e pelo mal o que um grupo pode fazer por uma cena.
Banda Harvau no Rock Island.
E foi nesta realidade que em 2009 surgiu a Ecos Cultural. Pela primeira vez não só se encarava sem medo  a cena, mas tentava-se compreende-la. Pela primeira vez se enxergava uma cadeia produtiva, analisava-se, encontravam-se os problemas e buscava-se, em grupo, encontrar as soluções. Era a primeira vez, e sem volta, que se via a cena e todos que faziam parte direta e indiretamente dela.


O bem
O resultado foi a realização de 08 projetos que resultaram na viabilização de mais de 40 shows de rock apenas nos 12 primeiros meses de atuação. O primeiro estreitamento entre a classe e poder público. Abriu espaço e mostrou a cena para os principais jornais e mídias de informação do estado. O primeiro cadastramento dos artistas do município. Um primeiro contato e preocupação com a documentação histórica, fotográfica e cinematográfica da classe musical da cidade. Sem contar as inúmeras e importantes articulações e intercâmbios que rendem frutos até hoje. Este foi um resumo do que de bom pode-se conseguir com um grupo focado e disposto a trabalhar por um objetivo.

Banda Kid Natasha no Grito Rock São Chico.
O mal
Lógico que inserir a burocracia de uma associação e tentar entender e dar vida a um mercado inexistente e sem capital em um grupo de artistas cobraria seu preço e logo os 12 meses seguintes mostrariam bem isso. As diversas filosofias do que uma associação deveria ou não ser, começaram a desmembrar o grupo que aos poucos mais criavam problemas do que conseguiam resolve-los. E a Ecos não passou dos seus 02 anos, tempo permitido por estatuto, que um presidente e sua junta fizessem seu trabalho, até a próxima eleição. 

Banquinha montada nos eventos para a
comercialização e divulgação dos
 materiais das bandas.
A reação em cadeia
Nem tudo se perde e com o fim da associação vários grupos nasceram e decidiram que poderiam realizar seus próprios projetos, da maneira que acreditavam ser a mais correta. Outros não atuam mais na arte. De um fim aparentemente truculento se deu uma reação em cadeia que rende lentamente frutos ainda hoje.

Paulo Reis em entrevista com Humberto 
Gessinger para a revista Grito Coletivo.
Várias bandas decidiram fazer por conta e canalizaram ainda mais suas forças na viabilização dos próprios shows e alguns tentaram em grupo. Um destes foi o Grito Coletivo, que numa tentativa, menos burocrática, agrupava por interesse real no trabalho com a cena. Faziam parte do Grito Coletivo: 2K Estúdio, primeiro Estúdio de gravação a produzir a cena autoral da cidade. Continua seus trabalhos primorosamente até os dias atuais. Rock Island, bar rock que abrigou vários dos projetos e shows realizados no período de atuação do coletivo. Película Rock, primeiro coletivo interessado em juntar e produzir conteúdo audiovisual da cena rock São Chicana. Mesmo a passos lentos continua seus trabalhos. My Owl Things, design, fotografia e audiovisual altamente artístico que atua até os dias de hoje. (In)Constante Arte independente, produtor de conteúdo artístico que atua também até os dias de hoje. Rockilha Instrumentos Musicais, loja que à 13 anos apoia e patrocina muitos dos projetos da cena artística francisquense. O resultado desta união? Em um ano 06 projetos que viabilizaram mais de 22 shows de rock, uma revista digital e criou, fomentou e distribuiu muita informação e aprofundou ainda mais a relação com os jornais e mídias de informação do estado.  

Equipe Película Rock/2K Estúdio/
My Owl Things/(in)Constante Arte 
Independente e banda Thrash 
Avenger na gravação do clípe Chronos.
No fim das contas
Desavenças a parte, todos nós sabemos que certos preços são necessários serem pagos para que futuramente possamos alcançar certos objetivos. É preciso dar inicio para que outras gerações tenham o que dar continuidade. Já é dito por ai que quem não conhece sua história está fadado a repeti-la.



Ecos Cultural - http://ecoscultural.blogspot.com.br/
Rock Island - http://www.rockislandfestival.blogspot.com.br/
Grito Coletivo - http://gritocoletivo.blogspot.com.br/
Película Rock - http://pelicularock.blogspot.com.br/
2K Estúdio - http://www.2kestudio.com.br/
(In)Constante - http://inconstantedesign.blogspot.com.br/2013/02/inconstante-arte-independente.html
My Owl Things - http://myowlthings.blogspot.com.br/

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